Quem nós somos

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Seu sangue pulsava com fervor e seus olhos dourados poderiam matar Iwaizumi, somente com a raiva que eles possuíam. Tooru não tinha se preparado para um conflito naquele horário, mas estava disposto a lutar ao lado de Hajime, mesmo que isso significasse a morte de ambos, afinal, estava cansado de receber aqueles olhares desconfiados do parceiro.

-Bokuto... Se acalme...

Kuroo o segura com força, pondo sua mão em um ombro e o a outra no tronco de Koutaro, contrapondo seu peso contra o corpo o corpo eufórico. O pantera sentia a raiva do amigo e sabia que o mesmo só não tinha avançado pois ainda conseguia pensar, mas não garantiria aquilo por mais tempo.

-Se acalmar?! Você viu o quê esse caçador fez com Akaashi!

O lince empurra o outro felino com indignação, desacreditando nos atos do amigo, agora encarava Tetsuro, na qual também retribuia com a mesma intensidade. O moreno também ficou irritado com aqueles dois homens, porém não poderia se opor a todos os outros que lutavam pelo bem.

-Aliás... Não foi só ele que viu!

Bokuto finda aquela briga pessoal e continua a falar, se referindo, com decepção, aos outros Beasts presentes na noite em que seu amado foi levado ensaguentado para a taverna (Sugawara, Nishinhoya, Yamaguchi, Yachi e Shimizu). Todos estes, que se encontravam de pé, abaixam a cabeça ou desviam os culpados olhos, sentindo que poderiam estar traindo Koutaro ao se aliar à alguém tão odiado por ele.

Incentivado com aqueles olhares, o lince desvia de Kuroo subitamente e dá passos largos em direção de quem menos gostava dali. Hajime podia ver sua aura ameaçadora vindo em sua direção, até que essa visão é tampada pelo corpo de Akaashi e Oikawa ao mesmo tempo, impedindo a passagem do grisalho com dureza.

-Você acertou, Bokuto... ele me esfaqueou, mas você não me vê querendo ataca-lo como um selvagem...

Naquele momento, haviam apenas eles dois, para ambos. Keiji se tornou quem Koutaro deveria dar mais prioridade, o fazendo deixar de lado a presença dos demais.

-Essa é a nossa chance de mostrarmos quem nós realmente somos...

O moreno continua ao mesmo tempo que se aproximava do mais alto, prendendo Bokuto em seus olhos calmos e controlados, como sempre fazia quando tinha o objetivo de convence-lo. Entretanto, diferente dessas muitas vezes de antes, ele não se referia a apenas ao lince, falava para todos os Beasts ali. Tentava dizer que aquela história, na qual ainda seria escrita por eles, faria a diferença para muitos, poderiam mudar uma visão e criar um novo ideal.

Depois de pensar rapidamente nisso, Akaashi se volta para o problema que estava em sua frente.

-...e eu não preciso de ninguém que fique lutando por mim...

O mais alto franze a testa confuso e preocupado pela última frase, parecia que Keiji não queria dizer só aquilo.

-Ok, ok, vamos amigo... Aqui está muito apertado para todos nós ao mesmo tempo.

Kuroo quebra tanto o silêncio quanto o contato visual do casal ao empurrar nervoso Koutaro para fora do estabelecimento. Mesmo com as palavras de Akaashi e sua influência sobre o parceiro, a pantera ainda temia uma inesperada reação.

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-Vocês vão ir de novo na casa de Shimada?

Sugawara pergunta, para Yamaguchi e Tsukishima, pondo a mão na cintura. O esverdeado estava se empolgando muito e isso, talvez, poderia estar o impedindo de ver a hora certa de parar e permitir que Shimada descanse.

-Sim, acho que ele pode ter mais informações...

Tadashi responde com um sorriso nervoso enquanto apertava a alça de sua bolsa de couro, mentir o fazia mau.

-Hum...

Sugawara murmura pensativo, refletindo nas decisões do mais novo, até que deixa o sardento seguir em frente por conta do sorriso esboçava.

-Okay, só não chega muito tarde.

Dá as costas com desdém, mesmo estando curioso em saber o porquê de Yamaguchi estar levando sua bolsa e Tsukishima junto.

Após os dois saírem e fecharem a porta, o grisalho volta e se escora na batente da porta da cozinha, sorrindo orgulhoso, afinal, Tadashi expressava muitos indícios de que estaria gostando do loiro.

-Yamaguchi e Tsukishima estão andando muito juntos, neh?

Nishinhoya o pega de surpresa, fazendo o mais desviar assustado.

-Que susto Yuu!!

O cão selvagem o olha frustrado.

-Quando eu não tenho a intenção de assustar EU ASSUSTO!!!

Reclama mais para si mesmo do que para Koushi, deixando de lado a presença do lobo e andando em direção da mesa.

-E por que vocês estão tão quietos?

Pergunta ainda indignado ao sentar na cadeira do lado de Kageyama e Hinata.

Além de se preocuparem com o próprio destino juntos, Tobio e Shoyou teriam que pensar no caçador e no Beast, na qual se encontravam em pé de guerra.

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-Dá pra você parar de andar de um lado para o outro?

O caçador, deitado na cama, fala tentando tranquilizar o amigo, Oikawa o irritava quando estava nervosamente pensativo. E pensar que aquilo se devia a ele...

Iwaizumi ainda estava digerindo o ato de Tooru daquela manhã, pela primeira vez tinha visto o amigo se colocar na frente, na posição de, realmente, querer proteger algo. Se senta pensativo na cama, o que Oikawa acha estranho, mas não diz nada afim de focar em achar alguma solução para aquele problema entre o Beast e seu parceiro.

-Obrigado, por ter me defendido lá...

O maior para de andar, paralisando seus olhos castanhos na miragem de seus pensamentos. Mesmo que tivesse feito com as intenções de conquistar, novamente, a confiança de Keiji, Tooru ainda contou aquilo como ato de coragem, até porque lutaria se fosse preciso.

-Não acha que eu te abandonaria ali...

Se abaixa até apoiar seus cotovelos nos joelhos do menor, levantando o rosto afim de mostrar um sorriso confiante. Gostava quando Hajime ficava mais obstinado naquele ângulo.

-Não é?

Iwaizumi se perde naquele toque do mais alto, não tinham feito nada, um com o outro, desde a noite em que Tooru demonstrou desprezo pela vida de Akaashi, o fato de estarem tão distantes acabava levemente com o mais baixo. Oikawa também queria beija-lo e voltar ao que era antes, mas Hajime pretendia ir além, não só no corpo, mas nos sentimentos, e isso não aconteceria se agisse como antes.

Irritado com isso, o caçador rabugento se levanta com a testa franzida e anda para a porta do quarto.

-O que houve, Iwa?

O outro questiona preocupado e confuso, não entendia as ações do amigo se tinha o mostrado o quanto ele era importante naquela manhã.

-Por que está agindo dessa forma comigo?

Se aproxima do menor que ainda se encontrava de costas, pensativo e resistente, contra a vontade de dizer que o amava e que desejava ser correspondido mais do que tudo.

-Se foi por causa do que eu falei sobre Akaashi, eu realme-

-Não é SÓ isso, idiota...

Iwaizumi o interrompe mantendo-se de frente para a porta de madeira, o que não permitia que Oikawa o olhasse nos olhos.

-...Tente descobrir isso sozinho.

Abre a porta e a fecha fortemente, deixando o mais alto para trás com  seus pensamentos, ainda, intocados pelo sentimentalismo, não entendia o que Hajime sentia por ele.

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Caçados (Repostado)Onde histórias criam vida. Descubra agora