Capítulo 11

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Passei o restante da noite acordada, esperando por nada eminente, mas a sensação de desconforto era crescente em meu peito coberto apenas pelos edredons em cima de meu corpo que girava de um lado para o outro em cima da cama, em busca de uma posição confortável e aconchegante para voltar a tentar dormir.

Me sentia fraca, como se tivesse passado dias caminhando sem comer nada, sem beber nada. Exausta, mas toda vez que eu fechava meus olhos com a cabeça encostada no travesseiro, ouvia sussurros dolorosos, gritos distantes que me faziam suar frio e me levantar a procura da origem dos sons. Sem sinal de algo fora do comum na casa ou entre as árvores e de fato, os sons não poderiam vir de dentro da floresta pois nada e nem ninguém se encontrava aos arredores da nossa residência.

Pude ouvir Sam chegar e sair em um intervalo de 45 minutos, como eu sabia que era ela? As risadas que ela ridiculamente tentava controlar, os passos familiares e a voz estridente pedindo para uma terceira pessoa fazer silêncio. As tentativas da loira de fazer silêncio nunca foram seu ponto forte, mas seu esforço era notável.

Não quis me intrometer, ao menos alguém estava se divertindo.

Virei-me de lado abraçando uma almofada e focando meus olhos no céu que já estava dando sinais de que o alvorecer iniciaria.

Com diversos tons de cores vibrantes, seria um dia lindo. As versões de vermelho, laranja e amarelo ocupavam agora o lugar do azul escuro estrelado que antes dominava a noite profunda que eu passara agonizando sozinha com meus pensamentos.

Apesar de Loki ter pedido que eu o deixasse dormir, rezei para que o moreno não tivesse participado desta noite caótica em minha mente.

De algum modo a claridade do dia que se iniciava não me incomodou nem um pouco quando me sentei na cama às sete horas da manhã, depois de observar o nascer do sol e o horizonte tomando as cores mais vivas que já tinha visto, prestando atenção em cada detalhe e tentando eternizar aquela sensação.

Passei aquele tempo tentando controlar os pensamentos que rodopiavam alegando a mim mesma que não iria adiantar de nada continuar surtando, desabando e sendo um fardo para as pessoas que me cercavam. Decidida a aceitar a ajuda de Loki, mergulhar de cabeça no controle de tudo isso.

Faltava dois dias agora para que eu voltasse ao trabalho na Segunda-Feira, então devia aproveitar cada oportunidade antes que minhas obrigações como psicóloga da clínica voltassem a ocupar minha mente.

Já estava sentindo falta de toda movimentação que eu vivia no trabalho, Sophie havia me informado que quando voltasse das férias eu teria novidades. Pacientes novos. Sem muitos detalhes para não me deixar ansiosa pelo momento que me aguardava. A garota também pediu que se por acaso eu encontrasse um Vingador no corredor de casa, lhe pedisse um autógrafo com corações brilhantes. Mas ignorei seu pedido educadamente com o sorriso mais verdadeiro que o momento permitiu.

Se aproximando do horário que Loki havia marcado, comi alguma coisa e o esperei na sala de estar. Não demorou muito para eu escutar a movimentação na cozinha e então sentir sua presença na sala, me observando.

- Bom dia. — sua voz soou calma e vagou por toda sala vazia.

- Onde vamos? — falei tentando conter minha ansiedade conforme o olhava, parado próximo a porta da entrada da sala de estar, com o braços cruzados acima do peito coberto por uma camiseta preta, os braços marcados pelo couro da jaqueta escura que ele usava.

- Limpa a baba que ta escorrendo no canto da boca, sei que sou um espetáculo. — Por fim, fui tirada de meus pensamentos quando ele disse convencido. Deu uma meia volta e ergueu o braço exibindo o músculo. - Pode olhar, sou bom né?

Em Busca do Infinito {LOKI} [Em Andamento]Onde histórias criam vida. Descubra agora