O que acontece quando amanhece

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por um dia.
Já perdi a conta de quantos dias Drevon está comigo. Já deve ter passado mais de 2 semanas.
Não estou reclamando, já fizemos isso mais vezes do que posso contar. Ele vinha, eu ia. E ficávamos assim por dias e dias.Me lembro do começo de tudo, quando nos conhecemos, e depois, de quando ele foi embora.
Drevon foi o primeiro fantasma que eu tive que carregar depois que cheguei em Londres.
Passamos mais de seis meses num vai e vem louco de nada. Afinal, éramos nada. Mas quando estávamos juntos, éramos um do outro e parecia suficiente.
Ele foi uma das minhas primeiras loucuras sozinha. Me ensinou a começar a viver aqui.
Lembro vividamente do dia em que ele me deixou...
- Eu não consigo continuar parado aqui, Delia. - Ele me disse. Falava como se estivesse sendo destruído por dentro por ser obrigado a continuar algo que não estava saindo como o planejado.
- Eu sei. E você está certo, Drevon.
- Então por que não vem comigo?
- Eu acabei de chegar. Estou cansada, você sabe o quanto eu estou cansada. Preciso parar. Cansei de correr. Olha o quão longe eu vim para esquecer. Não posso viver de esquecimentos, Drevon.
- Eu quero ficar por você, Delia. - Ele me disse carinhosamente.
- E eu não posso fazer isso com você. Por favor, não vou deixar você se sentir mal por isso. Eu estou bem. Vou sentir saudades, mas vou ficar bem.
- Seria tão mais fácil se você viesse comigo... - Ele se aproxima de mim - Você veria tantas coisas incríveis, lugares que nunca imaginou ver... - Drevon passa a mão pesada pela minha cabeça e me olha com tristeza.
- Eu não vou te pedir para guardar esse convite, mas se você quiser, quando voltar talvez eu esteja pronta para ir com você.
Ele sorri fracamente.
- Me abrace. - Eu peço.
Ele me abraça e me sinto numa fortaleza impenetrável. Completamente segura.
Então Drevon me solta e sai, fecha minha porta e me deixa sozinha. Sozinha novamente. E é como se todas as colunas que seguravam as pedras que erguiam minha fortaleza estivessem despencando desesperadamente em cima de mim.
Depois disso, cerca de três dias ou mais passaram e eu não conseguia sair de casa. Às vezes Drevon me mostrava os lugares em que ele estava, mas não me chamava atenção. Eram apenas lugares, então ele parou e eu não me importei.
Me sentia caindo mais do que nunca numa escuridão permanente em um lugar desconhecido e sozinha.
Depois disso eu não sabia se conseguiria voltar a ficar de pé. Deixei tudo para trás e parecia que esse tinha sido o troco do mundo por perceber que eu não era nada mais do que uma covarde, deixando sempre tudo para trás e sendo deixada. Me sentia fraca e abandonada em um lugar que eu tinha vindo para fugir dos meus demônios, no entanto, já tinha acrescentado mais um a lista.
Até que num desses dias enquanto eu olhava a rua noturna e quieta pela janela, um apagão aconteceu no bairro e tudo ficou tão escuro e silencioso quanto eu. Foi um convite da noite.
Me levantei e sai. Comecei a andar pelas ruas de Londres sem saber aonde estava indo, apenas senti uma vontade enorme de andar e observar tudo sem luz como se estivesse em 1800. Andei boa parte da noite, não queria voltar para casa.
Acordei com o sol fraco entrando pelos meus olhos no alvorecer. Eu estava dormindo encostada numa parede no final de uma longa escadaria na rua. Senti alguém tocando meu ombro. Abri meus olhos tomando consciência do lugar em que eu tinha dormido. Uma menina me acordava. Ela tinha cabelos castanhos claros e vestia uma roupa estranha porém simples. Parecia preocupada me olhando e só vim perceber mais tarde quando me olhei num espelho que era porque eu estava parecendo uma louca.
Me pergunto o que minha mãe teria achado me vendo naquela situação. Ela sempre falava que não podíamos sair sem maquiagem e com roupas que mostravam muito o corpo. De alguma forma eu andei a noite inteira por Londres de pijama e descabelada.
- Venha, você está azul de frio. Vamos entrar. - Foi a primeira frase que Vivi me disse, mal sabendo que depois disso iria me tirar de um precipício mais vezes do que eu poderia contar. Ela trouxe chá e só quando o líquido quente tocou minha boca que eu percebi que estava congelando, comecei a tremer sem parar.
- Aqui faz muito frio, deveria ter colocado um casaco... - Falei para mim mesma. Ela riu.
- Você deveria ter colocado uma roupa primeiramente. Comecei a olhar em volta, estava dentro de uma biblioteca, uma gigantesca biblioteca. Me senti em casa, como se estivesse na biblioteca da minha cidade. Era confortável, linda... Depois de beber o chá eu apaguei.
Acordei ainda na biblioteca. Mal sabia eu, que essa seria a face da minha nova vida.
...
Agora Drevon está de volta e tudo parece estar se encaixando de novo. Exceto por ele estar na minha casa e eu não saber lidar com a situação, porque tenho o que quer que eu tenha com o sr. Hiddleston.
Não sei bem o que pensar. Sei que não posso arriscar mover um dedo para estragar o quebra-cabeça da minha vida que está finalmente tomando forma e também sei que não consigo tirar Thomas da minha mente. Seus olhos, sua boca, seu rosto anguloso, seus músculos levemente saltados transparecidos pelas blusas sociais que o deixam terrivelmente sexy. Ele é tão alto, suas mãos são tão, tão... Respiro fundo e acalmo os pensamentos.
Sr. Hiddleston e eu continuamos trocando cartas e mais cartas durante as semanas, mesmo com meu novo "morador" dificultando uma parte do processo.
Drevon nunca me perguntou sobre as cartas e eu também não falo para ele do que se trata.
Mas por isso os encontros com sr. Hiddleston tem quase sempre sido em lugares públicos.
Isso torna mais difícil ainda a tarefa subentendida pelo contexto da nossa relação.
Eu comentei com ele que tinha um amigo que chegou de viagem e estava ficando em minha casa. Ele me perguntou se eu estava bem com isso e me ofereceu sua casa para descansar caso quisesse.
...
Enquanto isso sr. Hiddleston está me levando para diversos lugares que eu não conhecia na cidade. Ele diz que a Londres atual também pode ser bonita. Me fala que quando eu compartilho meus segredos e desejos, como fiz em Serpentine, fica mais fácil para que ele crie um universo só nosso... para me satisfazer.
Aqui, com Tom do meu lado agora, é como se estivéssemos em outra realidade. Só eu e ele.
Viemos para Walthamstow Wetlands hoje.
Thomas me conta que o pai dele o havia apresentado o lugar por volta de seus 12 anos e foi aqui que ele se sentiu pela primeira vez um forasteiro na realidade.
Ele sempre leu muito. Me diz que quando voltava para o mundo real depois de ler contos e mais contos sentia vontade de viver em meados de 1800, pois a época sempre o encantou e, neste lugar, ele se sentiu o mais próximo possível de seu desejo. Isso o fez querer me trazer aqui depois do Serpentine...
- Não sei como pude pensar que você pudesse ser um erro, Cordelia - Ele me conta enquanto caminhamos tranquilamente num lugar cheio de verdes cujo único som é o do farfalhar das árvores e o da água escorrendo pelos riachos ao fundo. - Não sei como pude achar que se tivéssemos a mesma idade poderia ser mais fácil. Porque é essa mesma diferença que...
- Que fez isso acontecer. - Digo baixinho completando o que ele ia dizer por que é exatamente o que sinto. Apenas não funciona com garotos, nunca funcionou.
Ele me olha. Seus olhos azuis harmonizam com o verde do cenário. Só estamos nós dois e a pequena floresta. Agarro o braço dele e continuamos andando sem nos soltarmos. Ele tem um cheiro delicioso, levemente adocicado e amadeirado.
- Não sei se eu teria maturidade suficiente para te ter. - Ele olha para frente, parecendo lembrar de um passado distante.
- Eu não sei se eu teria também, mas acho que independente da idade, estaríamos aqui de alguma forma. Exatamente como agora. 
Ele sorri calmamente, parece se perder nos pensamentos tanto quanto eu.
- Sabe, quando eu vi você, Cordelia, eu te senti tão jovem, tão viva... Eu te quis no mesmo instante. Me perguntei muitas vezes se não estaria tirando sua juventude, mesmo antes de nos conhecermos. Me perguntei se eu poderia te privar de uma época que não voltaria e que você fosse lamentar ter perdido quando estivesse mais velha... - Faço uma carícia leve no braço dele. Eu entendo, em parte, como deve ser, mas não consigo tirar da cabeça que ele me quis no mesmo instante...
Está frio, mas Tom me esquenta. Observo o rosto dele. Preciso inclinar muito a cabeça para olhar para ele tão acima de mim, mas vale o esforço. Capto seu rosto perfeito, seu nariz reto de perfil, o cabelo caindo para trás leve e sedoso, seus lábios finos que se mexem num ritmo tão dele, tão único... não poderia querer outra pessoa. Seria impossível querer, ou até mesmo enxergar outra pessoa.
- Quando você me disse que eu trazia sua juventude... - ele continua - E que muitas vezes a tristeza te envolvia de tal forma que você sentia seu peito afundar e parecer que nunca mais ia voltar, mas que quando me via isso passava e era transformado em vontade... - Ele para e me observa - Eu soube que não precisava me preocupar. Eu soube, Cordelia, que seria melhor do que qualquer coisa, porque você tem o mesmo universo que o meu.
Ele acaricia meu rosto e eu inclino minha cabeça em busca do toque dele. A pequena floresta começa a escurecer rapidamente.
- Eu havia me perdido a muito tempo atrás, Tom. Não entendo como pôde pensar em tirar minha juventude. Eu não a tinha antes de você. Lembro de momentos que passei tanto aqui em Londres quanto onde eu morava. Nenhum era colorido o suficiente como essa floresta mesmo de noite, só porque... - Só por ele estar na minha frente, mas não consigo falar isso... - Você poderia facilmente ser meu universo inteiro, Tom. Não preciso dele, você pode tomar conta dos dois, não pode? - Espero que ele entenda que eu não tenho um universo, tenho apenas uma casca que está sendo preenchida por ele.
Suas mãos passam pelo meu rosto, esquentando de alguma forma meu corpo inteiro. Ele me beija. Me beija e me preenche mais.
...
Voltando de Wetlands eu não sinto aquilo que sentia depois que um dia utópico acabava.
Quando eu ia para lugares belos e depois tinha que voltar, chegar em casa e voltar para realidade... Não gostava nada da sensação. Sentia um aperto por dentro, como se eu tivesse que ser feliz por apenas alguns momentos, mas o normal fosse o triste e o vazio.
Agora voltando para casa com sr. Hiddleston do meu lado, eu sinto como se ainda estivesse em Walthamstow Wetlands vivendo um dia utópico.
A realidade nunca me pareceu tão viva e preenchida quanto ao lado dele. Deixo minha janela aberta. O vento frio da noite me acalma e ele parece não se importar.
Sempre gostei de estradas a noite com o vento como única música. É como se só existisse eu no mundo e isso me traz a mais pura paz porque enfim sinto liberdade. Uma liberdade arrebatadora, profunda e única. Junto com ela sinto um alívio reconfortante, como se o céu e o chão fossem a mesma coisa e eu pudesse transitar entre eles e conhecer todos os seus cantos com a mesma facilidade que respiro ou pisco os olhos...
Observo Thomas de perfil dirigindo concentrado na estrada de noite, com uma mão apoiada na têmpora e a outra no volante. Passo minha mão na perna dele, sem nenhum motivo, apenas porque posso e quero.
Não existe uma parte do corpo dele que não seja atraente e não me deixe quente. Ele me olha. Sua boca repuxa levemente para o lado em um sorrisinho e como todas as vezes os olhos dele ganham um brilho extra. Tom fica quase impossivelmente mais belo. Ele pega a minha mão da perna dele e a beija na palma, agora olhando para a estrada novamente.
- O que aconteceria se você parasse o carro agora, sr. Hiddleston? - Uma pergunta encoberta de insinuação barata. Ele ainda segurando minha mão faz um retorno e entra numa saída deserta bem fechada com árvores em volta.
Tom me olha de um jeito que faz meu corpo queimar. Ele se inclina do meu lado e solta meu cinto de segurança lentamente me encarando. Me arrepio completamente. Eu seguro o rosto dele e dou um leve sorriso de canto insinuante enquanto ele passa a mão na minha perna.
Toda a atenção dele está voltada para mim. Eu aproximo meus lábios da boca dele e o beijo devagar, sinto sua mão fazer o caminho da minha perna tão lento e instigante como nosso beijo até chegar na minha virilha, perto demais do meu centro. Minha respiração pesa. Ele me puxa pela cintura e me coloca em seu colo. O carro é espaçoso, dá pra fazer alguma coisa de um jeito semi confortável. Apoio meus joelhos um de cada lado dele e sinto seu coração bater forte quando coloco minha mão em seu peito. Chego mais perto com o corpo entre suas pernas. Ele encaixa de uma forma tão perfeita que me deixa louca. Tom puxa minha nuca com força e me beija calorosamente.
- Acho que aconteceria algo assim. O que acha? - Ele me pergunta como se tudo isso não tivesse afetado ele da forma como me afetou.
Sinto uma leve falta de ar. Ele me beija mais.
Passo minhas mãos por seu cabelo e desço com as unhas pelo pescoço dele.
- Eu quero mais, sr. Hiddleston... Mais. - Tento manter uma postura que se foi a minutos atrás.
Ele desce a mão pelas minhas costas até chegar na minha bunda e me aperta. Me corpo todo lateja. Thomas me beija e desce os lábios para meu pescoço. Eu mordisco a orelha e passo a mão pela barriga dele descendo devagar. Ele desce mais a boca pelo meu colo eu inclino minha cabeça para trás lhe dando espaço. Faço um leve movimento com o quadril em cima dele, desesperada por qualquer fricção que alivie meu desejo. Estou completamente molhada.
- Cordelia - Ele fala meu nome num sussurro enquanto abaixa minha blusa e beija meus seios por cima da lingerie. Um gemido me escapa e eu mordo os lábios. Ele parece ficar mais excitado e tira meu sutiã do caminho. Tudo formiga deliciosamente em mim.
- Cordelia... minha bela, Cordelia - Ele fala contra meus seios os acariciando com os lábios. A sensação é maravilhosa. As mãos dele percorrem meu corpo, me preenchem. Então ele me vira de costas. Uma de suas mãos sobe para meus seios e a outra começa a descer pelo meu tronco. Sinto ele tão ereto embaixo de mim... Tom desce a mão leve e lentamente pela minha barriga. Começa a passar ela por baixo do cós da minha saia, mordo meus lábios. Ele para.
- Não pare, Tom. Continue - Quase não tenho ar para falar. Ele desce a mão completamente e me toca. Move os dedos e pressionando meus nervos que latejam desesperadamente em busca desse toque delicioso. Eu arquejo. Observo a mão dele dentro das minhas roupas e coloco a minha por cima. Quero ele em mim. Ele escorrega seus dedos por cima da minha calcinha e quando me sente úmida solta um ruído grave do fundo da garganta contra o meu pescoço. O som reverbera por mim.
- Você está molhada para mim, Cordelia? - Ah, deus. A voz dele soa como um ronronado delicioso. Já não tenho controle, só quero ele em mim. Meu corpo grita por ele.
- Só para você, Sr. Hiddleston... - Respondo com falta de ar - Fico molhada só de pensar em você...
Ele geme se deliciando do meu corpo e passa a língua e os dentes pelo meu pescoço.
- Ótimo... - Tom puxa a calcinha para o lado e explora minha área mais sensível com seus dedos. Seus dedos vem e vão num ritmo perfeito em sincronia com a mão que está brincando em baixo da minha blusa. Ele beija e morde num ponto sensível entre meu pescoço e orelha que me faz revirar os olhos. Passo minha mão para trás alcançando o pescoço dele que está inclinado beijando o meu. Suspiro alto mexendo meu corpo de acordo com o ritmo que ele dita.
- Gosta assim? - Ele me pergunta com uma voz rouca deliciosa.
-Isso, Tom. Sim... - Minha resposta sai falhada e aos tropeços. Não sei como ele faz isso, mas estou quase perdendo a cabeça. Solto um gemido contido e cravo minhas unhas na nuca dele. Tom escorrega os dedos para fora de mim lentamente.
- Quer mais? - Ele sussurra contra meu ouvido. Eu assinto e arquejo em resposta.
- Quero... Sim, Tom...
- Então me deixe te ouvir, Cordelia.
A voz dele é tão gostosa contra meu corpo. Eu faço como ele manda, solto meus gemidos contidos. Faço qualquer coisa para que ele continue. Só então ele volta com a mão e me toca. Eu rebolo sentindo seus dedos e sua larga extensão embaixo de mim. Tom acrescenta mais um dedo quando entra de novo.
- Isso. Continue, Tom. Isso.
Inclino minha cabeça para trás caindo sobre seu pescoço buscando apoio. Quero mais. Quero mais dele. Consigo apenas gemer e soltar o ar pela boca sem parar. Me contorcendo em seus dedos. Ele continua e acelera, sabe como fazer isso e faz perfeitamente.
- Tom... - É tudo o que consigo falar, chamar por ele...
- Assim? - A voz grossa dele soa quente em meu ouvido. Sinto meu corpo se esquentar cada vez mais e meu gemido entrecortar pela falta de ar, meu corpo ferve e lateja deliciosamente... Ferve, ferve e eu me contraio completamente sentindo tudo desabar a minha volta... Tom me leva ao ápice em seu colo, enquanto me beija e continua me tocando até que eu termine ainda gemendo.
Viro para ele e apoio minha testa exaurida no vão de seu pescoço respirando forte. Escuto as batidas do coração dele deitada em seu peito. Ele ainda está completamente ereto embaixo de mim. Me deixa querendo mais e sei que ele tem total consciência disso.
Thomas passa seus longos e magníficos dedos pelas minhas costas em um delicioso carinho. Quando nossos silêncios se entrelaçam, ele chega em meu ouvido e sussurra:
- Preciso de mais espaço que um carro para o que vou fazer com você, Cordelia.
Arregalo meus olhos e por um breve momento não sei como reagir, sou pura excitação. Levanto minha cabeça e o beijo como se fosse a última coisa que pudesse fazer e a única coisa que quisesse.

Acabamos dormindo no hotel mais próximo que encontramos na estrada. Estamos um pouco longe de Londres e eu não queria voltar para casa.

*

- Pode ficar comigo. Você sabe disso, não sabe? - Ele me observa. Sabe que estou enrolando para sair do carro e entrar em casa. Não é porque eu não gosto do meu colega de quarto/antigo amante. É mais porque não quero me afastar dele. Mas é necessário.
- Sim, eu sei. Mas realmente preciso voltar e trabalhar.
- Sabe que você também não precisa disso, não sabe?
- Você é mais do que apenas alguém para mim, não sabe? - Digo mudando de assunto. Não vou parar de trabalhar. Às vezes é cansativo, mas eu gosto, e claro, também porque o que eu disse sobre ele ser mais que alguém para mim é verdade. Mesmo que eu tenha dito em tom de brincadeira.
- Sou? - Ele pergunta brincando e cerra os olhos.
- Você é meu santuário particular, sr. Hiddleston.
- Você não é crente, Cordelia - Ele diz passando a mão pela minha coxa. Não precisa subir muito para eu sentir frio na barriga.
- Não, Tom. Eu não era crente. Agora eu sou, e você é o deus mais delicioso que eu já adorei.
Ele sobe mais a mão.
- Isso não é algum tipo de blasfêmia? - Tom sorri levemente. Gosta da conversa.
- Não... - Estou a poucos centímetros de sua boca e passo minha língua levemente por seus lábios o olhando nos olhos. Por incrível que pareça ele fica vermelho. - ... Você gosta. - Concluo saindo do carro.

Uma ou duas histórias a maisOnde histórias criam vida. Descubra agora