Soldado Invernal.

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Assim que aquelas palavras saíram da boca de Yellana, eu sabia que não me lembraria mais da S/n tão cedo. Um vazio se estendeu pelo meu peito novamente, eu não sabia o que pensar, só de imaginar a mulher que eu queria passar o resto dos meus dias sofrendo novamente pela minha ausência, por eu não se quer lembrar do seu cheiro, do seu toque, e do tom suave da sua voz.
Eu me vi a beira de um precipício que nunca tinha fim, eu estava caindo e caindo no vasto vazio sem fundo. Eu precisava dela, eu gritava por ela e era apenas ela em minha memória.

Lembrava vagamente de algumas coisas antes da Hydra, mas eu não sabia diferenciar se eram memórias reais. Mas sobre a S/n eu tinha certeza que era real.

Eu a olhei pela última vez sendo James Buchanan Barnes, pois eu saberia que quando eu entrasse naquela sala, ela assim como todos, passariam despercebidos por mim. Eu não poderia fazer nada sobre isso e muito menos ela.
S/n iria me contar algo, e infelizmente por ironia do destino, eu nunca mais iria saber, não sei quando eu iria voltar e nem se iria de voltar.

Eu voltaria a ser o punho da Hydra, o Soldado Invernal, todos me temiam mas eu não gostava de nada disso, quase sempre que eu dormia lembrava de todas as vítimas que eu assasienei a sangue frio. Eu não poderia me excitar se quer em pensar em não mata-lás, algo dentro de mim me dizia ser a coisa certa, por mais que eu, James, nunca mataria pessoas dessa maneira.

Me lembrei um pouco de uma guerra que participei que meu batalhão foi preso pela Hydra, eu sei que depois daquele dia eles puseram algo dentro de mim. E hoje eu tive a certeza que isso ainda estava lá.

Me sento na cadeira, dou um suspiro aliviado me vem na mente o rosto da S/n, eu queria lembrar dela mais uma única vez, eu precisava lembrar dela quando saísse daqui. Eu poderia esquecer de tudo e de todos, menos dela. Ela era única e como eu a amava.

-Liguem essa máquina logo -Disse um doutor ao fundo.

Estava escutando todos de muito longe. Até que um silêncio me tomou conta por inteiro e assim um vazio se tornou o meu alívio, não lembrava mais absolutamente de nada. Sentia muita dor apenas.

-Soldado? -Se aproximou o mesmo doutor dirigindo a mim.

Eu apenas o olho confuso, não sabia quem eu era, o que eu era, e onde eu estava.

-Ótimo! -Disse uma mulher se aproximando de mim com um leve sorriso.

E SE EU FICAR?Onde histórias criam vida. Descubra agora