PARTE 6

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On a mission just to feel like when you kissed me for the last time


Não vejo Louis durante a maior parte do tempo na terça-feira. Tenho vontade de perguntar para onde vai quando não está na King's College, mas me atenho a simplesmente não falar nada.

Ainda me consome o fato de ele me olhar como se eu fosse um qualquer. Não queria que fosse assim, queria que ele me sorrisse como o fez depois que me beijou pela primeira vez, quando tinha 12.

Perto das 21h, Taylor bate no dormitório, com um shortinho claro de cintura alta, uma camiseta estampada da Joan Jett e chinelos.

— Você deve ser... — ela começa, depois que adentra o quarto animadamente e encontra Louis em sua cama, folheando um livro de capa dura que, pelo jeito, não é dele, pois não é nenhum dos que vi em cima da escrivaninha no dia anterior. Taylor para e coloca a mão na cintura esguia. E, então, olha para mim numa expressão acusatória. — Hey, você não disse o nome do seu colega de quarto para nós, Styles!

Eu continuo o meu caminho até minha cama, sem vontade nenhuma de proferir o nome de Louis em voz alta.

Louis encara Taylor como se ela fosse uma borboleta multicolorida: com surpresa, ao que parece.

— Louis. Louis Tomlinson — ele responde.

Tomlinson. Eu nunca esqueceria o sobrenome dele. Lembro que, quando éramos crianças, às vezes o chamava de Tommo, e ele achava engraçado.

— Oi, Louis! — Taylor se aproxima dele, e eu desejo que ela não faça isso; tenho o desejo súbito de desferir um tapa em sua mão, que está se estendendo na frente do corpo, para apertar a de Louis. — Sou a Taylor — Seu sorriso nos lábios nus se prolonga demais, amigável de um jeito que eu não gosto.

Porra, Harry, você está com ciúmes?

Esmago meus lábios, tentando enterrar esse sentimento.

Louis aperta os dedos de Taylor sem sorriso algum no rosto, mas isso não abala a minha melhor amiga, pois, dois segundos depois, ela já está falando para mim:

— Que tal uma sessão de jogos? — Ela maneia o pescoço para Louis. — Você também pode vir.

Louis volta sua atenção ao livro e fala:

— Não, valeu.

— Não é bom em jogos de tabuleiro? Pode levar seu livro, se quiser — Oferta Taylor. Ela vira o corpo para mim: — E você? Por favor, não me deixe perder para o Zayn, você sabe que ele fica insuportável.

— Claro — Esboço um sorriso, mas espero Louis dizer algo.

Ele, no entanto, só olha para nós como se estivesse muito cansado de nossa presença ali.

— Você precisa jogar com o Harry! — Taylor fala para Louis, num tom amistoso. — É bem melhor do que jogar com o Zayn, pelo menos. O Harry é justo. Não é, Styles? — Ela vem em minha direção e me abraça de um jeito incômodo, como uma irmãzinha de 5 anos grudenta.

Não desfaço nosso contato, apesar do meu sorriso forçado.

— Eu realmente prefiro ficar aqui — Louis diz.

— O Harry não te mostrou os salões, né? — Taylor olha para mim, esquadrinhando os olhos azuis, como se estivesse me dando uma bronca. — Você vai amar! Vai, venha com a gente!

Taylor se afasta de mim e começa a bater palmas ritmadamente, no espaço entre a minha cama e a de Louis.

— Louis, Louis, Louis! — ela começa a cantar bobamente, e eu arrisco outro olhar para Louis. Começo a rir, e ele desvia os olhos de Taylor para mim.

Too YoungOnde histórias criam vida. Descubra agora