Too Young

PARTE 12

There's something happening here,

I hope you feel what I'm feeling too

Dois dias se passam e Louis não olha para mim mais do que meio segundo. Não desce mais para o café da manhã e não se senta mais ao meu lado no almoço e no jantar.

Eu não entendo.

E isso está me deixando maluco.

Os únicos momentos que tenho aproveitado são os matinais, quando acordo antes dele. Observo seu corpo relaxado na cama, desfrutando o restinho de sono, como um pintor que analisa sua musa. Já decorei cada linha da face dele, cada tendão dos dedos, até mesmo o modo como respira.

Eu não sei o que perguntar. Será que ele não gostou do beijo? Será que fui precipitado demais? Mas foi ele quem realmente iniciou o gesto... Eu não ia beijá-lo, na verdade. Mas, quando senti os lábios dele nos meus, não consegui me refrear.

Eu desejei este momento por muitos anos, e ele foi mais incrível do que todas as vezes que sonhei acordado sobre isso.

— Harry? — Ouço meu nome.

Desfoco os olhos da parede e os direciono aos meus amigos.

Estamos no quarto de Taylor, ensaiando uma música para a aula de Coral III. Mesmo que Liam não esteja no nosso nível, ele está aqui acompanhando a gente.

Gigi e Louis não estão, e duvido muito que Louis fosse aceitar estar aqui. Gigi sei que está na sala de estudos, fazendo um fichamento. Louis não sei. Da última vez que o vi, ele estava do outro lado da mesa do jantar, mexendo sua comida sem vontade nenhuma.

— Opa, desculpe, me perdi — Eu esboço um sorriso sem jeito.

Retomamos a música, e eu finjo entusiasmo.

Meia hora depois, Liam diz que precisa fazer um FaceTime com a namorada, e Zayn diz que vai saber como anda o fichamento de Gigi, o que é uma surpresa para todos nós, mas não dizemos nada.

Ficamos eu e Taylor ali. Ela se levanta e começa a organizar a cômoda de roupas. Eu a olho trabalhar, enquanto conversamos sobre coisas banais sobre a banda.

Então, o silêncio recai e eu volto aos meus antigos pensamentos sobre Louis e nosso beijo.

— Harry? — Taylor me chama. Olho para ela com surpresa, como se tivesse esquecido que ela está no mesmo recinto que eu. — Nossa, mas hoje você está distraído, hein?

— Desculpe — Sorrio, envergonhado. — O que foi?

Taylor me mostra dois vidrinhos de esmaltes: rosa e azul, ambos em tons muito claros.

— Perguntei se quer que eu pinte suas unhas — ela diz.

Por um momento, isso parece a única coisa capaz de me ajudar com meu ânimo, então eu aceito.

Taylor e os meninos descobriram que gosto de pintar as unhas — geralmente de preto — em um dia na escola que esqueci de tirar o esmalte depois de um fim de semana. Ninguém riu ou falou algo depreciativo; Liam e Zayn só deram de ombros, e Taylor ficou feliz. Disse que tinha um monte de esmaltes em casa e que podia me emprestar.

Ela se senta no chão, perto das minhas pernas, e começa pelo rosa. Recobre as unhas dos dedos mínimo, anelar e médio da mão esquerda. Repete a cor no indicador e no polegar da outra mão.