PARTE 4

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I wish I could've seen it all along


Tudo bem, foda-se.

Eu tentei.

Obviamente, fui ridículo convidando-o subitamente e, talvez, ele esteja rindo de mim agora.

É claro que Louis tem uma vida separada da minha, não é surpresa nenhuma. É claro que tem amigos e, quem sabe, até uma namorada. Ele não depende de mim para ser feliz e fazer coisas legais.

Mas, de algum modo, constatar tudo isso me machuca.

Não sei o que eu esperava, que ele tivesse parado toda a sua vida por minha causa durante todos esses anos? Ele nem me reconheceu!

Bufo levemente, enquanto me dirijo ao meu carro no estacionamento, para esperar Liam, Taylor e Zayn. Minhas mãos se agitam rente às coxas, demonstrando o quanto meus pensamentos me afetam.

Estou com um pouco de raiva de mim mesmo.

Óbvio que isso não vai dar certo. Ainda é o primeiro dia e eu mal aguento ficar no mesmo espaço com Louis sem querer me dar um tapa no rosto, por Deus!

Como vai ser suportar todos os próximos semestres dormindo e acordando ao lado dele, desejando que, por favor, ele ainda lembre de mim?

Vai dar merda.

Aciono o veículo, abro o porta-malas e coloco dentro dele a minha guitarra cor de creme. Sento-me no banco do motorista me sentindo como em um apagão, totalmente no automático, e espero, experimentando milhões de emoções por segundo — decepção, vergonha, ansiedade e irritação, especialmente.

Mando uma mensagem para meus amigos, pedindo para que eles se apressem. Eu preciso demais cair na noite para esquecer de Louis, nem que seja por algumas horas.

Os minutos vão se passando e eu tento normalizar a minha respiração e meus pensamentos em meio ao silêncio. Fico menos tenso quando os três chegam, falando alto em meio a conversas paralelas que me tiram o foco.

Tudo bem, eu só preciso de um pouco de música.

Vai dar tudo certo.

Provavelmente, apenas verei Louis no final da noite. Ou talvez eu possa dormir na casa do Zayn, que é para onde vamos, e ficar livre dele até amanhã de manhã.

Eu proponho isso para todos, ainda a caminho do bairro de Zayn, e ele dá de ombros. Não é a primeira nem a décima vez que fazemos isso, ele já está acostumado com esse tipo de coisa. Talvez possamos assistir a um filme qualquer, fazer pipoca ou qualquer coisa assim. Preciso muito de um refúgio.

O pai de Zayn está na garagem mexendo em algumas ferramentas quando eu estaciono e acena para nós.

— Agora é sério, a gente nunca tocou Ramones — começa Zayn, preparando os microfones, depois que Yaser volta para dentro da casa.

— Ah, não — Taylor grunhe, rolando os olhos nitidamente para ele.

— Vamos de Bowie hoje — eu decido rapidamente, antes que qualquer briguinha aconteça. Bowie sempre me relaxou.

— Mas quand... — retorna Zayn, me olhando zangado.

— Um dia, ok? Um dia vamos tocar Ramones! — interrompo-o, ouvindo minha voz sair agressiva e irritada e expressando uma carranca que, definitivamente, não tem nada a ver comigo. E eles sabem.

— Garoto, você está esquisito desde de manhã! — Taylor constata, dedilhando distraidamente em seu violão cor de rosa perto de mim. — Fala logo, desembucha! — E aí me encara como se esperasse que eu confesse todos os meus segredos imediatamente.

Too YoungOnde histórias criam vida. Descubra agora