Capítulo 10 - Armas e Adagas

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DREICON


Deslizando minha mão pela panturrilha saco a adaga e a deixo pronta antes de me virar para ver minha irmã encolhida e Thomas a protegendo com o seu corpo.

- Eu disse que era uma má ideia – ele fala por cima dos tiros e eu reviro os olhos enquanto olho por sobre o ombro e vejo o restante do restaurante se esvaziando a medida em que as pessoas saltam umas sobre as outras tentando sair

- Vá pela esquerda e saia com Harriet, leve-a direto para o apartamento e não saia de lá – eu aviso e ele acena, me viro de novo com a arma apontando para um dos que estão atirando na parte de cima, mas paro quando sinto a mão de Harriet apertar a minha com força

- E você?

- Eu vou ficar bem – respondo e aceno com a cabeça – Agora vão logo

Ela faz uma careta, mas segue com Thomas que a puxa quando eu subo atirando cobrindo sua posição. Me abaixo de novo e troco as armas substituindo-as por aquelas com munição, puxo uma respiração e miro em um dos que estão no alto, ele cai estatelado no chão e eu corro deslizando para o outro lado onde vejo Dodge e seus homens atirando

Ele me vê e faz um movimento rápido com a mão sinalizando que irá subir para pegar os outros, aceno afirmando e ele sobe depois de um breve momento de hesitação no rosto enquanto olha na minha direção. Franzindo a testa foco nos homens a minha frente e sinto o suor escorrendo na testa, apoiando o joelho no chão miro em outro, mas paro segurando o cabo da adaga com força enquanto viro para trás.

A ponta da adaga fica a um centímetro de distancia do pescoço de Liana e eu expiro ainda mantendo a posição

- Eu poderia ter te matado

- Claro que sim – ela responde com a respiração tão ofegante quanto a minha, mas ainda sim sinto o seu tom de sarcasmo

- Acha que eu não poderia fazer isso?

- O que eu acho é que nos dois estaríamos quites – Liana arqueia uma sobrancelha e eu olho para baixo, sua própria adaga negra está apontando para o meu peito.

Impeço um sorriso e me viro de novo, vendo dois homens caídos no chão, sem me virar pergunto para ela sentindo sua respiração em meu pescoço

- Foi você?

- Talvez – miro com a arma para um dos dois que faltam e a sinto se movendo para mais perto – Quando você atirar nele o outro saberá para onde apontar

- O que você sugere?

- Que trabalhemos em conjunto – ela responde simplesmente e fica ao meu lado não se preocupando em se proteger. Liana estende a mão para mim e eu hesito um segundo antes de entregar minha adaga para ela que a pega com um movimento fluido deslizando as duas nas palmas de sua mão – Você quem manda

Volto meu olhar para frente e aponto para o peito do homem da esquerda. Liana se apoia nos joelhos se levantando um centímetro a mais.

- Agora – eu falo atirando e no mesmo momento em que a bala corre em direção ao meu alvo as duas adagas deslizam no ar, fazendo um som tilintante. Os dois alvos caem em sincronia e eu abaixo a arma respirando pesadamente.

Liana se levanta e vou logo em seguida ainda averiguando o restaurante em busca de outras ameaças. Depois de um segundo não encontrando nada, olho de lado para ela que guarda a arma nas costas.

- Não sabia que a filha mais nova de Dodge sabia atirar adagas como quem atira dardos – comento e vejo ela contrair a mandíbula

- Você não sabe de muitas coisas

- Obviamente

Ela arqueia uma sobrancelha e eu abro a boca para falar, mas paro quando vejo Dodge vindo em nossa direção com seus seguranças atrás dele

- Você está bem? – ele pergunta não parecendo muito preocupado e eu pigarreio antes de responder

- Sim

- Aquele filho da puta do Marco – Dodge rosna e eu olho de lado esperando encontrar Liana, mas assim como ela se aproximou silenciosamente, ela saiu. Estreito os olhos rapidamente, mas não vejo mais seu rastro

- Senhor, um deles ainda está vivo – um dos seguranças avisa e eu olho para onde ele está apontando.

As duas adagas estão enterradas, uma em sua barriga e outra em sua perna estabilizando-o. Dodge as vê e suspira olhando para os lados antes de se voltar para mim, forço minha postura em uma posição relaxada

- Devemos interrogar ele – Dodge fala e eu não deixo de perceber sua mudança brusca do assunto sobre sua filha ser treinada para esse tipo de situação – Descobrir se há mais deles aqui em Las Vegas

- Concordo. Quero estar na interrogação

Dodge acena bruscamente e se vira sendo seguido por seus homens, dois deles arrastando o italiano. Dou uma última olhada ao redor e paro brevemente quando vejo Liana no segundo andar, observando a cena de sua posição inclinada

Nossos olhares se encontram e ela inclina a cabeça para o lado rapidamente antes de se virar e ir embora, não fazendo um som sequer. Como se nunca estivesse estado no restaurante

Quem diabos era aquela mulher?

O Par PerfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora