Capítulo 23 - Beijos e...Água?

4.9K 493 38
                                    

LIANA


Inspirando o seu perfume eu me aproximo um pouco mais e estremeço quando ele me puxa para mais perto. Como se nenhuma proximidade fosse o suficiente.

Subo minhas mãos por seu peito e paro brevemente quando sinto sua pulsação, tão rápida quanto a minha. Entrelaço minhas mãos em seu pescoço e subo meus dedos passando por seus fios sedosos, Dreicon grunhe aprovando e aprofunda o beijo

O gosto doce faz com que eu suspire contente e inclino minha cabeça para trás quando ele me beija no meu pescoço, um arrepio me percorre e sinto assim como seus beijos, suas mãos descendo encontrando minha perna, subo ela e coloco em torno de seu quadril.

Dreicon mordisca meu lábio inferior e eu dou um sorriso movendo meu quadril, ele resmunga baixinho

- Droga Liana – meu sorriso aumenta e dessa vez que o puxa de novo sou eu, meus lábios provando dos seus, minha língua encontrando a sua. Como conhecidos um do outro

Arfo e toco sua pele por baixo do colete, tão quente. Nossas respirações se tornam uma parte da outra e devagar, tão lentamente Dreicon acaricia minha perna, para cima e para baixo em uma cadencia suave.

- Dreicon... – eu começo com a voz rouca e ele me pega em outro beijo, esse mais urgente, mais aterrador. Ofegante minhas mãos vão para os botões de sua camisa, tentando tira-los, ele sorri contra minha pele e eu sinto seus batimentos aumentarem um pouco mais

- Hayes?

Pulamos assustados e eu dou um passo para trás tropeçando na fonte e caindo. Ofego pegando em algo, Dreicon xinga e cai junto comigo na fonte espirrando água para todos os lados.

Tiro o cabelo do rosto arfando e vejo Dreicon me encarando completamente ensopado, prendo o lábio inferior e ele percebe

- Muito engraçado – ele diz revirando os olhos e eu deixo que a risada escape baixinho.

- Hayes? – concilio a voz como a de Thomas e arregalo os olhos me levantando rapidamente

- Droga – sacudindo o meu vestido, tento me equilibrar nos saltos e dispenso a mão estendida de Dreicon – Leva ele para longe daqui

- Porque? – ele pergunta e passa a mão no rosto

- Ele não pode ver a gente, principalmente assim – aponto para as nossas roupas e ele desliza o olhar por mim, resmungando baixinho, mas eu ainda o escuto

- Hora errada Thomas

Saio de dentro da fonte e começo a caminhar em direção a entrada dos fundos, mas paro quando sinto a mão de Dreicon se fechar em meu pulso.

- Pare de fugir

- Não estou fugindo – eu aponto e tento me soltar

- Está sim, fugiu da primeira vez e está fugindo agora – ele fala com a voz grave e eu me aproximo olhando para ele

- Será que eu tenho que lhe lembrar que está prestes a se casar?

Ele fica em silencio e eu aceno lentamente

- Talvez nos dois devêssemos nos lembrar disso – eu falo minha voz pingando sarcasmo. Com o canto do olho vejo Thomas entrar na clareira e fecho os olhos rapidamente quando vejo Harriet com ele, olhando a nós dois com diversão – Me solte Hayes

- E se eu não soltar? – ele pergunta, seus olhos tão focados quanto antes

- Então eu terei que lhe esfaquear

- Você não faria isso

- Ah não? Se esqueceu que eu já fiz isso uma vez?

- Aquilo foi um erro – estreito os olhos e ele sorri com malicia – Você não faria de novo, por vontade própria

Minha mão desliza por minha perna esquerda e eu pego a adaga com cabo preto, o olhar de Hayes cintila e ele desvia do meu golpe em seu pescoço. Segurando o meu pulso ele se aproxima e fala ao meu ouvido

- Errou de novo princesa

- Será mesmo? – eu pergunto inclinando a cabeça e ele olha para baixo vendo sua própria arma apontada para o seu peito. Hayes levanta a cabeça e eu franzo a testa quando vejo seu sorriso – Você é maluco

- Somos iguais então

Hesito com essa afirmação, mas não fico esperando. Bato com a base da arma em seu peito com força e ele se afasta me soltando. Ainda ofegante ele me olha e eu não ouso olhar para Thomas e Harriet.

Dou meia volta e jogo a arma por cima do meu ombro, nem preciso me virar para saber que ele a pegou com um movimento fluido. Caminho pela trilha de rosas e tento controlar minha respiração.

Meu coração erra várias batidas e eu entro ofegante na cozinha, os empregados me olham assustados, mas eu os ignoro enquanto caminho rapidamente em direção ao meu quarto.

Subo as escadas e quando já estou na metade paro com a voz da minha irmã, me viro e engulo em seco, minha respiração cada vez mais exaltada

- Sim?

- O que aconteceu com você? – ela pergunta e eu vejo sua expressão divertida. Ignoro isso por hora e aceno com a mão

- Cai na fonte. Tem como avisar a mamãe que eu não estou bem?

- Claro – ela diz sorrindo – Mas antes me diz quem foi seu par

- Que par? – eu pergunto confusa com a cabeça doendo

- Do jogo no jardim que a mamãe inventou – ela explica e eu balanço a cabeça negando

- Pietra eu não faço ideia do que está falando – falo sinceramente e piso em outro degrau – Tenho que ir

- Mas olha só quem está no jogo também – Pietra fala com seus botões e eu a encaro

- O que?

- Nada não – ela diz e sorri de novo – Pode ir, eu cuido de tudo

- Ok, obrigada

- Eu que agradeço – ignoro sua última frase e subo correndo os degraus restantes. Entro no quarto e tranco a porta, me isolando

Que bela noite

O Par PerfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora