O Par Perfeito

Capítulo 21 - Tropeções

DREICON

Vejo quando Pietra Dodge chega ao café, alguns olhares pousam sobre ela que sorri cumprimentando-os. Seu olhar pousa sobre mim e seu sorriso some aos poucos enquanto caminha em minha direção.

- Bom dia – ela fala e eu me levanto arrastando a cadeira para ela

- Bom dia

- Espero que eu não tenha me atrasado muito – ela estava atrasada dez minutos, mas não falo nada, não é como se ela quisesse estar aqui de qualquer forma

- Tudo bem? – eu pergunto educadamente e ela assente apoiando a bolsa em cima da mesa

- Sim e com você?

Aceno afirmando e dou espaço para que a garçonete anote os pedidos, Pietra pede um café gelado e eu um café forte. Me encosto na cadeira de madeira e a observo antes de desviar o olhar para o movimento do lado de fora

- Eu sei que esse acordo não é algo que você deseja – eu falo e tom baixo e vejo ela ficar tensa a minha frente

- Eu...

- Tudo bem, não precisa mentir – pontuo – Será melhor para nós dois se não houver mentiras nas nossas conversas

Pietra fica em silencio e depois de um segundo ela assente, seu corpo relaxando de encontro a cadeira

- Quero saber sobre você – eu falo tentando soar verdadeiro – O que gosta ou deixa de gostar. E por favor não ligue isso ao casamento, imagine isso somente como um encontro entre conhecidos

- Desculpe, mas é meio difícil quando o conhecido não dá nem ao menos um sorriso – ela diz tentando uma brincadeira. Puxo uma respiração e tento um sorriso

- E agora?

- Não deveria ser tão difícil – ela sorrindo um pouco – Já vi você sorrir sabia? – arqueio uma sobrancelha e me afasto permitindo que a garçonete coloque os pedidos na mesa – Foi quando você estava sozinho eu acho – ela diz e para tentando relembrar – Você vinha da garagem, e você estava sorrindo

Paro com a xicara no meio do caminho e pigarreio antes de tomar um gole rápido e devolver a xicara a mesa.

- E como vão as coisas na área judicial? – pergunto mudando de assunto e ela percebe, mas seu sorriso só aumenta enquanto responde

- Vão bem – ela responde mais solta e eu a escuto falar por alguns minutos enquanto meu pensamento fica tropeçando em uma certa lembrança. De um certo momento de uma certa boca.

Eu estava ferrado

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Termino de colocar o coldre por cima do colete e pego o paletó jogando em meus ombros. A camisa branca fica aberta nos dois primeiros botões e eu termino de arrumar meu cabelo antes de me abaixar e calçar os sapatos.

Harriet e Thomas chegam e eu dou um sorriso vendo o modo que se vestiram. Harriet usando um vestido longo vinho e colado ao corpo, Thomas usando seu melhor smoking assim como eu

- Estão prontos? – eu pergunto e abotoou os pulsos

- Sim – Harriet diz e se aproxima me ajudando – Como foi o encontro com Pietra?

- Mais fácil

Harriet faz uma careta, mas Thomas acena sorrindo um pouco

- Eu disse que seria fácil

- Palavra horrível para descrever um encontro com sua futura esposa – Harriet comenta e se afasta terminando

- É a única da qual pensei agora – eu falo ignorando sua expressão – Vamos logo para esse baile, e nem pense em fazer alguma coisa maluca Harriet

- Eu nunca faria isso

Até parece

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A casa de Dodge nunca esteve mais cheia, os convidados desfilam em suas roupas elegantes e cheias de cores enquanto eu desvio de todos eles pelo máximo de tempo que posso.

Encontro Dodge do outro lado conversando com alguns homens, então vou para outro lado e vejo minha irmã socializando com algumas mulheres e a esposa de Dodge. Alguns minutos depois Pietra aparece em meu campo de visão, seu vestido longo de cor verde destaca seus cabelos e a deixa com uma aparência jovial.

Levanto minha taça de champanhe cumprimentando-a e ela sorri inclinando a cabeça. E eu considero isso como um pequeno passo, se não para confiança, pelo menos para amizade.

Aceno na direção de um dos homens e me encosto em uma das paredes de frente para a escada. Fico procurando qualquer traço de cabelos ruivos para que eu possa fugir para o outro lado, mas não a vejo em lugar nenhum, por isso relaxo a postura e finjo apreciar o evento.

Entorno o restante do champanhe na boca e paro com a taça quando a vejo descendo a escada, seu vestido curto de cor preta delineia seu corpo, a saia solta com tule se movimenta com cada passo dado em direção ao andar de baixo. Da cintura para cima um decote com pedrinhas brancas demarca seu peito e eu prendo a respiração quase me engasgando com a bebida.

Seus cabelos ruivos estão soltos se destacando no vestido escuro, meus olhos encontram os de Liana e ela para no limiar, me observando. Dou um passo à frente, mas paro pensando melhor, ela percebe e sorri parecendo...Aquilo era decepção?

Fazendo a imitação de uma reverência ela me olha uma última vez e sai, tão silenciosa para os outros, mas tão barulhenta para mim. Tropeço uma respiração e seguro a taça com mais força.

Puta que pariu