LIANA
- Ok, antes eu achava meio estranho – eu falo e desvio de outro galho afastando-o para o lado – Mas agora está ficando realmente assustador
- Não seja medrosa – Pietra diz e eu resmungo quando quase tropeço em uma raiz de arvore alta
- Porque você está me levando para dentro do mato?
- Não é dentro do mato – ela diz e aponta para frente sorrindo – Viu? É uma cabana de caça
Paro colocando as mãos na cintura e estreito os olhos vendo como a cabana está praticamente destruída depois de tanto tempo sem uso ou cuidados especiais.
- Coloque a palavra cabana junto com a palavra "era" antes – falo depois de um tempo e ela ri caminhando até lá
- E como foi o almoço com Harriet? – Pietra pergunta e eu acompanho seus passos
- Tranquilo, acho que ela só estava curiosa – respondo casualmente e Pietra me lança um olhar rápido por cima do ombro
- Curiosa em relação a que?
- Em relação a casamentos e contratos
Pietra estreita os olhos para mim, mas quando eu continuo com a expressão calma ela dá de ombros e abre a porta quebrada empurrando-a para o lado. Entro e lanço uma careta a Pietra quando o chão de madeira range estalando sob os nossos pés
- Ok – eu falo e observo os fios soltos e misturados em cima das mesas – O que você está aprontando?
- Eu queria lhe mostrar isso a algum tempo, mas achei melhor estar pronto de uma vez – ela diz e se move indo para a mesa do centro – Seis meses atrás eu pedi para que uma pessoa começasse a fabricar alguns instrumentos para você
Olho surpresa para a minha irmã e ela sorri animada enquanto pega uma caixa de madeira fechada
- Pedi para que ele fabricasse armas de fácil uso, mas extremamente imperceptíveis – ela continua e eu me aproximo olhando para dentro da caixa quando ela termina de abrir – Você poderá entrar com elas em qualquer lugar e não saberão o que é
Dentro da caixa há cubículos, alguns grandes e outros pequenos, contendo diferentes objetos. Deslizo o dedo em um punhal metálico com encaixe para dedo e a pego sentindo a leveza dela
- Legal – eu falo e toco a ponta afiada
- Ela é mais fácil de ser escondida e mais fácil de ser lançada, além de ser bonita é claro – Pietra diz e me mostra o que parece ser uma pulseira prateada. Franzo a testa confusa e ela sorri – Teste essa, acho que vai gostar
Pego a pulseira e estremeço quando sinto a frieza dela, desmonto ela e vejo ela se tornando algo parecido com um chicote. Olho para Pietra e ela explica
- Ela é aço, queima em contato com a pele se for lançada da forma certa
Arregalo os olhos animada e enlaço ela no meu pulso da maneira correta, Pietra acena confirmando e eu a olho animada
- Pode ter certeza que essa pulseira vai ferir muita gente – eu comento e ela dá risada antes de pegar uma bolinha preta, pego-a da mão dela e a giro em minha mão – O que é isso?
- Uma bomba – ela diz simplesmente e eu arqueio uma sobrancelha surpresa
- Uma bomba?
- Sim – Pietra fala inocente – Você só precisa apertar a parte de cima e joga-la onde precisa.
Fico olhando a bolinha de aparência inocente e mordo o lábio inferior pensando em algo
- Acho que preciso experimentar essa coisa
- Está bem, agora só jogue longe – Pietra diz e se afasta de mim. Olho ao redor e vou até a janela a nossa frente, quebro o restante do vidro e movo a bomba em minha mão observando as árvores a nossa frente antes de aperta-la e joga-la com força o bastante para que ela caia metros a frente.
- Qual é a distancia dela? – eu pergunto esperando e Pietra responde ao meu lado
- Não faço ideia
- O que? – eu pergunto praticamente gritando e ela faz uma careta
- Mas você jogou longe
- Eu não... – nem consigo terminar de falar antes que a bomba exploda fazendo com que eu e Pietra nos jogue nos chão enquanto sentimos a cabana já destruída estremecer sobre nossas cabeças. Estilhaços voam em nossa direção e eu cubro a cabeça com os braços enquanto fechos os olhos
Um minuto depois levanto a cabeça e vejo pequenos cacos de vidro cair do meu cabelo. Olho para Pietra e a vejo encarando a parede atrás de nós meio destruída com os olhos arregalados
- Caramba – ela diz sussurrando e eu me levanto com os cabelos revoltos em meus ombros – Você acabou de explodir a cabana com a gente dentro
- Eu? – pergunto estreitando os olhos ofegante – Foi você quem não me avisou sobre a destruição dessa bomba minúscula que não tem nada de inocente
- Essa bombinha era um teste – Pietra fala e se levanta – Pelo menos sabemos que ela funciona
- A gente poderia ter morrido, sua maluca
Pietra me olha e eu devolvo o olhar, começamos a rir histericamente e eu me jogo no chão tentando recuperar o folego. Olho para a caixa de madeira com as bombinhas assassinas e dou um sorriso
Elas iriam fazer um estrago.
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O Par Perfeito
RomanceLiana Dodge sabe muito bem qual papel deve exercer na máfia do seu pai. Como filha mais nova ela tem noção de que alguns destinos já estão traçados, e o dela já foi escrito há muito tempo atrás, mas ela gosta do que lê, diferentemente da sua irmã ma...