Capítulo 41 - Adagas e Socos

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LIANA


- Posso saber como você está planejando sair daqui? – Dreicon pergunta e eu tiro o grampo do bolso, ele estreita os olhos e se aproxima – Como conseguiu isso?

- Acha mesmo que eu ia cair de encontro a Marco por livre e espontânea vontade? – respondo com uma careta e ele sorri. Me abaixo na porta e enquanto eu movo o alfinete eu olho de lado para Dreicon – Pegue somente o cara da esquerda, eu pego o da direita

- Princesa, tem muito mais do que dois caras

- Eu sei, só confie em mim – eu respondo e ele demora me olhando antes de confirmar. Termino de girar e a porta se abre com um clique silencioso. Olho para Dreicon e pisco os olhos rapidamente tentando sair da bruma confusa que está minha cabeça.

Ele olha para mim preocupado e eu o dispenso com um aceno de mão, movo meus dedos e pego o relicário intacto abrindo e pegando a mínima bolinha. Segurando com força abro a porta e me movo no mesmo segundo que Dreicon agarrando o da direita, enfio o alfinete várias vezes em sua garganta e ele cai de lado, deixo-o do lado de fora e vejo os homens correndo em nossa direção, deixo mais alguns minutos para que eles se agrupem e pego a mão de Dreicon puxando-o para trás, jogo o mais longe que posso a bolinha e fecho a porta de novo, correndo para o outro lado da sala

- O que você...? – Dreicon começa, mas um estrondo o para, ele pula em cima de mim, me protegendo dos estilhaços e eu fecho os olhos me encolhendo. Demora alguns segundos e então tudo está silencioso, me movo escrutinando a sala e relaxo quando vejo o buraco feito pela bombinha assassina – Cacete Liana, você estava com isso o tempo todo?

- Com certeza – respondo e me levanto oscilando de leve, me firmo em meus pés e começo a correr para o que eu acho ser a saída, desvio de alguns corredores e quando fico em duvida de qual caminho tomar Dreicon me puxa por um dos corredores

Nos tropeçamos em algumas coisas no caminho e toda vez que ouvimos passos nos escondemos e ficamos em silencio até que eles tomem outro caminho. A porta se abre com um estrondo a nossa frente e eu praguejo quando vejo Marco e mais dois homens parados.

Dreicon grunhe e vai para cima de Marco, olho ao redor buscando algo para usar como arma e pego o que parece ser um atiçador de fogo, giro-o na mão testando o peso e bato com força na perna de um deles, o outro aproveita e pula em cima, desvio de um soco e acerto o cotovelo em suas costelas. Ele se inclina e eu aproveito usando o atiçador na sua cabeça, ele cai com um ruido abafado e o outro me empurra contra a parede segurando o meu pescoço.

Subo minha perna que não está machucada e apoio em sua perna usando a altura ao meu favor, me impulsiono para cima e quebro sua postura enquanto giro e faço ele cair no chão, uso o atiçador de novo e um minuto depois ele está desacordado

Engulo em seco sentindo minha visão ficar preta e coloco a mão no chão somente ouvindo os socos do outro lado de Dreicon e Marco. Tento me levantar e minutos depois consigo, vou até a porta e a abro observando ao redor, paro em uma adaga jogada em uma mesa e a pego sentindo se firmar em minha mão.

Giro ela nos dedos e me volto para a cena a minha frente, Dreicon está sufocando Marco de encontro a parede, mas o esforço está quase o cansando enquanto Marco está relutando. Puxo uma respiração e jogo a adaga, ela se enterra no pescoço dele e ele arfa.

Dreicon o solta e eu me seguro no batente, ele me olha e pega minha mão puxando para o que eu acho ser a saída. Fecho os olhos quando vejo a luz invadir minha visão e somente sigo os passos de Dreicon, abro os olhos e vejo Thomas e Willian com armas apontadas para algo atrás de nós.

Dreicon me coloca dentro do carro e logo em seguida eles entram fechando as portas e dirigindo o mais rápido possível. Willian se vira para mim e faz uma careta

- Você está bem? – aceno fracamente e vejo Thomas olhar pelo retrovisor

- Hayes? – ele pergunta em alarme e Dreicon termina de colocar o meu cinto, segurando o meu rosto entre suas mãos ele inspeciona preocupado

- Princesa...?

Caio de encontro ao seu corpo e só o que eu escuto antes de tudo ficar preto, é sua voz alarmada chamando o meu nome.

O Par PerfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora