« capítulo quarenta e oito »

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- Los Angeles, Califórnia

j u s t i n

Estava aguardando a minha vez de ser revistado. Em minha frente estava uma senhora que aparentava estar entre a faixa etária de seus quarenta anos. Logo, me lembrei de quando minha mãe teve que ir me visitar na cadeia após ser acusado de ter pichado o muro de uma boate em Miami. As 72 horas em que estive na cadeia foram os piores dias da minha vida, não desejo que ninguém vá parar em um lugar tão imundo como a cadeia.

Revirei os olhos bufando por ter que aguardar tanto em uma fila.

Estava sentindo um frio na barriga de ter que ficar de frente com Maya depois de algum tempo e depois de ter acusado ela de ser a culpada pela morte do meu irmão. Sei o sofrimento que é você saber que é inocente e ninguém acreditar em você, uma angústia parece que vai te enlouquecer pouco a pouco. Nunca quis que algum inocente fosse acusado pela morte do meu irmão, pra mim não adianta ter um inocente preso pagando pelo crime se o verdadeiro culpado vai estar nas ruas podendo cometer um crime parecido ou até pior do que o que houve com o meu irmão. Me lembro perfeitamente a frase que meu pai disse quando viu a terra caindo sobre caixão de Jaxon.

Eu quero ver o verdadeiro responsável atrás das grades ou morto, assim como meu filho está.

Jeremy ficou completamente abalado com a morte de Jaxon porque ele era o mais velho dos filhos e era um rapaz super atencioso com a nossa família, nunca deu trabalho e tristeza alguma para os pais até o dia de sua morte. E desde quando vi meu irmão sendo colocado em uma cova, prometi a mim mesmo que faria qualquer coisa para que o assassino pagasse por ter causado tanta dor a nossa família. E hoje, após achar que o verdadeiro culpado estava preso, volto novamente ao início de tudo vendo o meu pai ficar com o mesmo semblante de tristeza e raiva durante todos os dias.

A senhora que estava na minha frente foi chamada pelo carcereiro. Suspirei ao perceber que seria o próximo.

Jaxon era um um filho muito companheiro que sempre fazia de tudo para ver Chelsey feliz, como somos filhos de mães diferentes eu sempre admirei muito o cuidado dele com a mãe. Jaxon me inspirava a ser um filho mais cuidadoso com Pattie, o que me aproximou muito da minha mãe. Ele era um irmão super presente, sempre arrumava um jeito de estar presente na vida das nossas irmãs e de certa forma se achava na obrigação de me aconselhar sempre que podia. Lembro que quando fui descoberto pelo Scooter e falei que iria vim pra Los Angeles, ele conversou com o pai e largou o emprego que tinha e desistiu de sua carreira na música para associar a minha de mais perto e seus sonhos acabaram ficando em segundo plano. Por isso eu estava juntando uma quantia para investir na carreira dele, mas ele faleceu antes que eu conseguisse fazer isso por ele. Então dei todo o dinheiro que havia guardado ao meu pai porque pra mim era o certo a se fazer. E desde então todos os meses eu retiro uma porcentagem do que recebo e deposito na conta de Jeremy para ajudar na criação de minhas irmãs.

— Senhor, Justin Drew Bieber. – A carcereira de fios ruivos diz encarando uma folha de papel e depois olhando para a fila e sorrindo de canto ao ver eu fazer um sinal com a mão. — Por gentileza, pode entrar nessa sala e aguardar a detenta. – Completou fazendo um sinal com a mão para uma sala ao seu lado esquerdo, me fazendo assentir e sorrir em linha agradecendo.

Passei pela máquina de Raio X que havia logo na entrada recebendo os olhares de dois policiais que estavam ao lado da máquina caso eu estivesse com algum pertence ilegal. Depois, um dos policiais me acompanhou e abriu o portão gradeado me fazendo andar por um corredor sob a escolta de outros dois policiais que mais a frente abriram outro portão gradeado e coberto por um revestimento escuro. Entrei vendo os policiais fecharem o portão. Na sala havia uma mesa e duas cadeiras, uma de frente para a outra. Suspirei pesado me sentando em um das cadeiras e aguardando a Maya ser trazida.

his girlfriend » justin bieberOnde histórias criam vida. Descubra agora