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« capítulo vinte e oito »

Obs: Neste capítulo há cenas inadequadas para menores de 16 anos. Portanto, se não tiver tal idade suficiente, não leia.

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- Los Angeles, Califórnia

a u t o r a

10:45 pm | Claire

Claire abriu sua bolsa revirando a mesma com as mãos a procura das chaves de sua casa.

Cameron estava atrás da garota expelindo de raiva.

— Pela oitavagésima vez, desculpa, meu amor. – O rapaz pede observando a garota.

Claire revira os olhos soltando um suspiro pesado enquanto seu pé esquerdo bate freneticamente sobre o chão de concreto da calçada.

— E pela nonagésima vez. Não. – A garota diz finalmente encontrando as chaves dentro da bolsa.

Os dois entram na casa e a garota deixa as chaves sobre o aparador de entrada.

Tira o tênis e suspira jogando a bolsa sobre o braço do sofá.

Cameron observa cada ação da garota e balança a cabeça negativamente mesmo notando que sua namorada não podia ver suas ações por estar de costas para o rapaz.

Cameron estava sob efeito de heroína e álcool, muito álcool.

— Sério que você vai me ignorar só por causa de algumas doses? – Ele pergunta parecendo incrédulo e ela se vira com um sorriso que demonstrava o seu ar de decepção e ódio.

— Algumas doses? – Ela pergunta incrédula e com um sorriso sarcástico.

— Cameron, você não é capaz de ficar sóbrio nem um mísera noite. Eu te pedi isso porque hoje era um dia especial pra mim e para o seu amigo Justin. E mais uma vez você conseguiu estragar a minha noite. Você me decepcionou mais uma vez. – Completa suspirando pesado e se virando.

A garota passa a mão pelos fios loiros de seu cabelo e pega a bolsa sobre o braço do sofá.

— Eu vou tomar um banho. A gente conversa amanhã quando você estiver em sã consciência sem álcool e drogas, Cam. – Ela diz e começa a caminhar em direção a escada, mas o rapaz segura seu braço com uma certa força impedindo-a de sair do lugar.

— Cameron, me solta. – Ela diz encarando o rapaz que estava com a ira estampada em seu olhar.

— Você se acha dona de mim, quando na verdade eu sou seu dono. – O rapaz diz com um leve sorriso cinismo no canto dos lábios. — Você acha que pode dizer o que eu devo ou não fazer e com quem fazer, mas deixa eu repetir: VOCÊ NÃO É A MINHA DONA, CLAIRE BALDWIN. – Ele completa entre os dentes assustando sua namorada.

— Cameron, você está me machucando. – Ela diz em voz baixa e trêmula.

Seus olhos estampavam claramente o medo de tais ações de seu parceiro.

— Você se acha muito esperta. Acha que pode me ter nas mãos, mas deixa eu te explicar. Você não é nada pra mim. Na verdade você é como uma vadia qualquer. – Ele cospe cada palavra na cara da garota que tenta ser forte com tais atos.

— Não fala assim de mim, Cameron.

— A única coisa a qual você me satisfaz é quando estamos entre quatro paredes, quando você geme ferozmente o meu nome. – Ele diz com um sorriso cinismo e morde o seu lábio inferior olhando de cima abaixo para a garota.

— Suba e se apronte. Quando eu subir quero te encontrar semi nua e naquela cama e se possível pronta para ajoelhar e me satisfazer. – Completa e a garota engole seco.

Claire demonstrava para todos seus amigos e também amigos de Cameron que os dois eram felizes e que o namoro deles era como um conto de fadas. Mas as coisas eram completamente diferentes quando estavam somente ela e o rapaz.

A vida dela era um ice berg gigantesco, e assim como em titanic, só era possível ver a pontinha deste gigantesco ice berg.

Claire só permitia que vissem este pedacinho.

A garota sofre com um relacionamento abusivo. Mas ninguém sabe, nem mesmo seus familiares, como seus pais. Ela esconde de todos, porque mesmo sofrendo agressões verbais e físicas, ela ama o rapaz e não quer ver ele atrás de uma cela.

Claire sobe as escadas com a mão sobre o local onde o rapaz havia apertado fortemente. Lá estava as marcas dos dedos grossos dele. As marcas que demorariam para ir embora. Mas pior que aquelas marcas, eram as sequelas e danos em sua mente de mais uma agressão.

Quando ele iria parar?

Baldwin queria acreditar que seria capaz de moldá-lo e torná-lo um homem melhor. Mas, infelizmente, Cameron não tem mais como ser moldado, não existe final feliz para ele.

Ela se esforçava diariamente para ser a garota perfeita para ele, mesmo apanhando e ouvindo palavras que ninguém merece ouvir.

Ela se esforçava para ser boa o suficiente para ele.

Quando na verdade, ele que deveria se esforçar para ser um cara/homem melhor para ela.

Claire está quebrada por dentro, mas tenta demonstrar à todos que está inteira por fora.

— Você absorve todos os meus lados sombrios e também todos os meus lados coloridos. Você, você & você. – Ela diz em frente ao espelho.

A garota pega uma tesoura e aos poucos corta fio por fio de seu cabelo.

Em sua garganta estava presa sua própria saliva.

Ela queimava como uma chama ardente.

Em seus olhos estava o medo e ao mesmo tempo o nojo.

E em seu coração estava a angústia e raiva momentânea.

— Você me puxa para baixo, além da gravidade. Ultrapassa meus próprios limites e me usa como sua marionete. Você me tem em suas mãos. – A garota sussurra encarando fixamente seu reflexo no espelho.

Em volta de si, sobre o revestimento de madeira no chão, se encontra os pedaços de seus fios loiros. Um alívio se instalava em seu coração quando ela via aquelas mechas caindo sobre a madeira do piso. Era como se toda a ira e ódio passasse de repente, dando lugar a pena.

Pena de um garoto que tem tudo para ser complemente feliz. Um garoto que tem tudo para conquistar o mundo e está alcançando a escuridão.

Claire lutava todos os dias para lhe mostrar a luz, mas ele continuava a seguir pela escuridão.

— Mas que porra é essa? – Cameron grita alterado ao ver o cabelo curto de Claire.

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all the love.