Levantei com uma preguiça gigantesca da cama, queria dormir mais, mas o sono não vinha de modo algum, mesmo o quarto todo escuro eu não tinha mais sono, fui em direção da janela e fiz a mesma coisa que o senhor chato dizia todo santo dia, abra as persianas, não uso energia elétrica durante o dia, temos que economizar ao máximo a energia do gerador e a água, aquele discurso dele era chato de mais. Espreguicei diante do espelho e ouvi a voz dele, ali era possível ver seu rosto diante de mim.
— Bom dia Manu.
Sorri para seu comprimento e fui à direção da janela abrindo as cortinas, observando aquela cidade morta, pelas minhas contas hoje já se faziam mais de três longos meses que eu estava morando ali com Kauã e JP, havia resolvido ficar com eles, não tinha outro lugar para ir de momento, e Kauã me tratou super bem desde o primeiro dia, JP passou a fazer o mesmo e como "Ele" havia me dito para confiar no JP. Sentei na poltrona que coloquei a frente da janela e fiquei ali observando mais um pouco a paisagem e o sol nascendo entre alguns prédios.
— Manuel, talvez não seja uma má ideia entregar isso ao Kauã.
— Será mesmo? Eles eram bonzinhos, se fosse pessoas ruins bem... Mesmo o JP às vezes tirando o sangue do meu couro em relação aos serviços diários.
Eu e minha mania de falar, não havia do reclamar, JP era um gênio, não havia como eu negar àquilo, uma semana após tirar os pontos da minha perna ele apresentou seu plano de limpar o Hotel que agora era nosso Castelo. De tudo o que ele falou que poderia ter aqui dentro ele só não resolveu uma coisa, o problema dos elevadores, apesar de que se tivessem com motor em bom estado não iria adiantar muito, já que ele não iria ligaria de maneira alguma. Contudo durante nossa mudança um deles funcionando teria feito muito diferença, do que subir ou descer escadas com tudo o que havíamos trazido da delegacia, mas valeu apena, a câmera fria do hotel era gigantesca, aquilo era melhor que monte de freezer, além que economizava nossa energia que era pouca.
Levou duas semanas para ele fazer funcionar a bomba do poço artesiano, foi tira sarro dele uma vez e ele disse que não próxima eu tomaria banho dentro da piscina, aquela água verde era de dar nojo, conforme coloquei mais algumas roupas para vencer o frio daquele dia, peguei meu colar e pingente, acho que não havia mais necessidade de esconder isso dos dois. Olhei mais uma vez pela janela e quase me borrei de medo com aquela cena diante dos meus olhos, aquilo era impossível uma carruagem sendo puxado por cavalos NM, ele andava em uma lentidão como se tivessem buscando alguma alma para o outro mundo sai correndo do meu quarto e cruzei o corredor em direção ao último quarto onde Kauã e J.P ficavam e comecei a bater feito louco na porta.
— Garoto dos infernos o que você quer?
— JP abre a porta pelo amor de deus... Eles vieram nos buscar.
Cai para dentro do quarto assim que ele abriu a porta, ele até tentou me levantar, mas não tinha tempo para explicações nem nada do tipo, o puxei com toda a força em direção a janela do apartamento, mesmo ele relutando e com muita dificuldade ele fez exatamente o que eu queria.
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NON MORTUIN
УжасыApós a liberação de um virus que transformou a maior parte da humanidade em "Não Mortos", anos depois, os sobreviventes humanos tentam a qualquer custo sobreviver e procurar uma cura para o Vírus, que atingiu cada ser vivo de uma maneira diferente...