Eu ainda segurava minha mão no rosto, não acreditava naquelas suas palavras, o modo como ambos me olhavam, o desprezo, o nojo que tinham de mim, meus pais sempre diziam que eu deveria contar tudo a eles, que não deveria haver segredos em nossa família, mas quando contei a eles meu maior segredo, não sabia que a reação deles seria está.
— Onde você pensa que vai?
Disse meu pai gritando e me puxando pelo braço, iria fazer o que ele me pediu, mas fui impedido de seguir caminho.
— Pai, o senhor...
— Nunca mais me chame assim, eu não tenho filho viado.
Passei a mão no rosto tentando limpar onde ele havia cuspido, já não aguentei mais o modo como ele e minha mãe me travam é deixei as lágrimas saírem, o tapa que ela havia me dado não doeu nada em vista de suas palavras de desprezo e ódio, tentei pegar roupas ou qualquer item pessoal meu, contudo não deixaram, me lembrando que até a roupa do corpo que usava foi dinheiro gasto por eles, que eu deveria agradecer por não sair dali usando um saco de lixo no lugar das minhas roupas. Quando caminhei em direção à porta senti o abraço do meu irmãozinho Bruno, ele tinha somente quatro anos quando fui expulso de casa aos meus dezesseis anos de idade.
Na primeira noite não dormi, pois tinha medo do que poderia me acontecer na rua, então a única coisa que eu fiz foi andar sem parar, toda vez que fechava os olhos via a imagem do meu irmãozinho gritando e chamando meu nome, àquilo fazia meu coração partir de mil maneiras diferentes, eu nunca mais iria poder velo. Após três longos dias caminhando sem rumo, e com fome, pois não tinha coragem de pedir nada as pessoas, tinha medo de apanhar, de dizer qualquer coisa, mas meu estômago já estava doendo de mais, e ao ver aquela senhora na casa dos seus 45/50 anos lavando a calçada, me aproximei com medo, mas a sede é a fome falavam mais alto naquele dia, e resolvi vencer um pouco o medo.
— Por favor, posso beber um pouco de água? - Falei ainda afastado dela que sorriu para mim e esticou sua mão entregando aquela mangueira, quando a aproximei da boca me faltaram forças, mas pernas e fui direto ao chão.
•••
Acordei um tempo depois assustado, estava em uma cama, primeiro achei que estava em casa, mas quando olhei melhor em volta , vi que aquilo não era bem uma cama, e aquilo não era um quarto parecia mais um escritório ou uma pequena biblioteca, de frente a "cama" existia uma mesa com computador, e ao lado posto da cama uma estante enorme com vários livros, levantei com calma e vi que escrito na lombada deles a maior parte daquele livros era sobre código Civil, legislação, e outros assuntos do tipo.
Caminhei em direção a porta do quarto e a abri com calam seja onde eu estivesse, não queria encomendar os donos da casa, não queria novamente alguém me olhando daquele modo, não queria ser mais uma vez desprezado e expulso de um lugar por ser gay, começa achar que o erro não estava nas pessoas e sim em mim.
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NON MORTUIN
TerrorApós a liberação de um virus que transformou a maior parte da humanidade em "Não Mortos", anos depois, os sobreviventes humanos tentam a qualquer custo sobreviver e procurar uma cura para o Vírus, que atingiu cada ser vivo de uma maneira diferente...