Olhava em volta e consegui passar mais uma noite vivo, mas tinha que sair daquela árvore e correr sem olhar para trás, correr, mas do que conseguia, mais uma vez contei e eram doze malditos Mortos, a bicicleta que usava nas últimas semanas já estava dando adeus a ela, não ia me arriscar para tentar pegar ela. Olhei para meu peixe, é minha última comida seria minha isca para fugir dali, levei um dia inteiro para pegar ele, mas não adiantava nada comer ele e morrer depois em cima daquela árvore.
Joguei algumas pilhas descarregadas acertando um velho carrinho de cachorro quente, ajeitei minha mochila nas costas e com toda minha força joguei aquele peixe o mais longe que consegui o que chamou atenção da maior parte deles que foram na mesma direção, desci da árvore o mais rápido possível e no meio do processo acabei cortando minha perna, isso era o de menos naquele momento, precisava fugir dali.
Minhas pernas já estavam doendo de tanto correr, de tanto fugir, há dois dias que não comia nada, e a pouca força que ainda me restava, começou a se esvair do meu corpo, desde meus doze anos foi quando perdi meus pais e passei a fugir sozinho neste mundo caótico, maldita hora que tive a brilhante ideia de entrar nesta cidade de merda.
Mesmo sozinho, eu consegui me virar bem nos últimos anos, contudo pensar que em uma cidade no interior do Sul do Brasil deveria nem ter estes malditos monstros, mas já estava difícil fugir deles imagina tentar lutar, precisa de um lugar seguro para passar a noite, quase não sobrevivi à noite anterior, minha sorte foi aquele barulho estranho que afastou alguns dos deles. Quando virei à próxima esquina dei de cara com um hospital, pior lugar para se passar a noite ou dia, Hospitais, Cemitérios, Shoppings Center eram locais cheios deles, quando observei melhor o local, algo parecia diferente, era como se alguém tivesse limpado a entrada, colocadas madeiras nas janelas e não só isso os carros parados faziam uma espécie de corredor.
Observei os prédios menores naquela rua e um deles me chamou atenção, era uma petshop que ficava no final da rua, eu tinha duas opções, me arriscar a ser visto por algum grupo de loucos que estavam ali dentro do hospital ou dar a volta por todo quarteirão até conseguir chegar ali, os demais prédios pareciam ser farmácias, equipamentos médicos e uma casa estranha que de modo algum iria me arriscar lá dentro.
Resolvi me arriscar e caminha mais rente aos prédios do lado oposto da rua do hospital, sempre olhando se ninguém me observava, a luz do dia estava bem fraca, e ao longe eu ouvi novamente o mesmo barulho animalesco, parecia o aviso de alguma fera selvagem que ela havia retornado ao seu território, e aquilo me fez tremer de medo, quando passei na frente de uma pequena loja de conveniências e resolvi entrar nela, por sorte minha lanterna ainda funcionava, fui direto ao fundo da loja vendo se tinha alguma outra entrada fora a que eu passei.
- Graças a Deus está fechada!
Às vezes achava que a loucura já dominava minha mente, pois me pegava falando sozinho vário e várias vezes.
- Manuel e bom você ver se realmente ali estão fechado!
Balancei a fechadura tentando forçar ela, e não se mexeu, observei melhor e aquela porta abria para dentro, com certa dificuldade e quase sem forças puxei um armário pesado é certifiquei que ele ficasse na frente da porta de modo a impedir sua abertura, outra voz me disse que deveria ver se tudo estava limpo e sem andantes. Voltei minha atenção para o interior da lojinha, ela era um grande corredor de quase uns 30 metros, com gôndolas em seus dois lados, quase não havia muito produtos ali, caminhei com calma até a entrada para ter certeza que não havia nenhum andante próximo, com calma olhei naquela bagunça a procura de alguma coisa comestível.
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NON MORTUIN
HorrorApós a liberação de um virus que transformou a maior parte da humanidade em "Não Mortos", anos depois, os sobreviventes humanos tentam a qualquer custo sobreviver e procurar uma cura para o Vírus, que atingiu cada ser vivo de uma maneira diferente...