Terça-feira, 25 de maio de 2004
Jonathan ligou ontem para meu celular; felizmente, não havia ninguém no escritório naquele momento. Era para ser uma espécie de entrevista, mas notei imediatamente que se tratava de mera formalidade. De qualquer maneira, eu estava nervosa, embora tentasse não transparecer. Exagerei um pouquinho minha experiência em consultoria administrativa - bem, acho que funcionou. Ele disse que faria um contrato temporário de três meses comigo, só para começar. Se eu gostasse do trabalho e ele ficasse satisfeito com meu desempenho, poderíamos estender esse prazo. Ele reservou meus voos e me enviou por e-mail os horários - vou precisar pegar as passagens no aeroporto.
No final do dia, fui ver minha chefe e pedi demissão. Como tinha um crédito de férias a meu favor, só vou precisar trabalhar mais duas semanas na empresa. Ela não ficou contente. Dei a desculpa, para sair logo de sua sala, de que precisava encontrar um novo gerente de RH, mas na verdade meu coração dava pulos de alegria.
E assim, hoje realizei uma das minhas raras aparições em público. Embora eu quisesse ir até o correio para comprar alguns dólares, relutei em ir direto até lá, pois Lee poderia estar me vigiando. Ele deveria estar trabalhando em algum lugar, mas isso não significa que não estivesse também me seguindo. Já fizera isso antes; e com tanta frequência que eu o via em todos os lugares por onde passava. Provavelmente a maioria das vezes era a minha imaginação, mas nem sempre
Fiquei enrolando na farmácia por algum tempo, fingindo examinar os testes de gravidez - isso deveria enganá-lo, no caso de estar me observando - e, depois, as maquiagens.
Meu voo seria às quatro da tarde de uma sexta-feira, onze de junho - meu último dia de trabalho na Inglaterra seria na véspera. Resolvi comprar uma mala para deixá-la no trabalho, e ir levando de casa, sorrateiramente, alguns itens importantes, como roupas, uma ou duas de cada vez, e um pouco mais quando ele não tivesse por lá. Poderia guardar a mala no almoxarifado da empresa - felizmente, eu era a única pessoa que ia alo. Não era o ideal, eu nunca havia arrumado uma mala de viagem desse jeito antes, mas teria que ser assim. Levarei apenas o mínimo necessário e compraria roupas novas em Nova York.
Mas ainda havia um monte de coisas minhas em casa. Não dava para pegar tudo e depois fingir que eu estava apenas fazendo uma limpa no armário - muito arriscado. Com meu salário em Nova York, eu poderia manter alugada a casa em Lancaster, por enquanto. Talvez, em alguns meses, eu pudesse voltar, devolver o imóvel e carregar de vez todas as minhas coisas. Só precisava de alguns meses, apenas o suficiente para ele me esquecer e seguir seu caminho.
Arrisquei uma olhada por cima do balcão e lá estava ele: bem do outro lado da loja, perto da entrada - de terno, eu notei; talvez tivesse alguma reunião importante.
Eu tinha que fingir não tê-lo visto, embora sentisse vontade de acenar para ele. Contudo, meus planos de ir até o correio estavam arruinados. Vou tentar novamente amanhã - posso alegrar que preciso buscar uma encomenda para uma amiga, algo do tipo.
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𝚓𝚊 𝚎𝚜𝚝𝚊𝚖𝚘𝚜 𝚌𝚑𝚎𝚐𝚊𝚗𝚍𝚘 𝚗𝚘 𝚏𝚒𝚗𝚊𝚕, 𝚊𝚎𝚎.
𝚟𝚌𝚜 𝚊𝚌𝚑𝚊𝚖 𝚚𝚞𝚎 𝚎𝚕𝚊 𝚟𝚊𝚒 𝚌𝚘𝚗𝚜𝚎𝚐𝚞𝚒𝚛 𝚏𝚞𝚐𝚒𝚛 𝚍𝚘 𝙻𝚎𝚎?
𝙴𝚗𝚝𝚊𝚘 𝚎𝚞 𝚟𝚒 𝚊𝚕𝚐𝚞𝚗𝚜 𝚌𝚘𝚖𝚎𝚗𝚝𝚊𝚛𝚒𝚘𝚜, 𝚙𝚎𝚍𝚒𝚗𝚍𝚘 𝚙𝚛𝚊 𝚟𝚎𝚛 𝚘 𝚕𝚊𝚍𝚘 𝚍𝚘 𝙻𝚎𝚎, 𝚟𝚌𝚜 𝚟𝚊𝚘 𝚎𝚗𝚝𝚎𝚗𝚍𝚎𝚛 𝚕𝚊 𝚙𝚛𝚘𝚜 𝚞𝚕𝚝𝚒𝚖𝚘𝚜 𝚌𝚊𝚙𝚒𝚝𝚞𝚕𝚘𝚜 𝚖𝚎𝚜𝚖𝚘.
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No Escuro
RomantikCatherine Bailey aproveitou a vida de solteira o bastante para reconhecer um excelente partido quando o encontra: lindo, carismático, espontâneo... Lee parece bom demais para ser verdade. Suas amigas concordam plenamente e, uma a uma, todas se deixa...