POV SARAH ANDRADE
Eu estaria enlouquecendo se dissesse que sonhei com aqueles olhos castanhos aquela noite?
Bufo impaciente.
Mais cedo, quando a vi me devorar com os olhos, algo se acendeu em mim. E eu sabia bem do que se tratava.
Balanço a cabeça negativamente.
Teria que voltar para o almoço e encarar aquela garota novamente.
Estaciono na garagem e desço do carro. Anna me cumprimenta formalmente assim que entro em casa.
Olho ao redor e penso em perguntar sobre Juliette, mas desisto, afinal, não seria muito conveniente.
Respiro fundo e vou em direção ao meu escritório, mas paro imediatamente quando noto a porta da minha biblioteca aberta. Bufo irritada e entro na mesma, e é quando a encontro ali, vestida em seu uniforme e seus cabelos presos graciosamente em um coque.
Ela parecia tão distraída com um dos meus livros nas mãos, que não percebera minha presença.
Ela então se assusta quando a porta é fechada com certa força.
— O que faz aqui?– pergunto irritada.
Eu odiava que mexessem em minhas coisas.
— De-desculpe, senhora! Eu vim fazer a limpeza.– olho para o livro em suas mãos, o qual reconheço no mesmo instante.
Ela não parecia estar limpando e sim mexendo nas minhas coisas.
Ando em sua direção, sem tirar seus olhos dos meus. Tiro o livro da sua mão e coloco no lugar que ela havia o retirado.
— Não devia mexer nas minhas coisas!– digo impaciente.— Já disse isso! Veio apenas para fazer o seu trabalho.
— Eu sinto muito, eu só...
— Pouco me importam suas desculpas. Agora saia!
— Eu ten...– ela tenta falar, mas eu a interrompo.
— Pra fora!– grito.
Ela parece se assustar e sai dali as pressas, depois de ter pego os produtos de limpeza.
Eu confesso, nunca me importei realmente com o modo em que eu trava as pessoas.
Mas por que diabos eu estava me sentindo uma grande filha da puta por ter a tratado daquele jeito?
Eu não deveria me importar. Essa é a minha natureza.
Olho novamente para onde o livro estava e respiro fundo. Eu adorava aquele livro. Passo as mãos pelos cabelos e o pego, saindo da biblioteca.
Subo as escadas e entro no quarto na qual Juliette domiria.
O seu perfume invade minhas narinas, me fazendo aspirá-lo imediatamente. Solto o ar.
Analiso o pequeno quarto e me aproximo de sua cama. Suspiro e deixo o livro sobre sua cama.
Não sabia ao certo por que estava fazendo aquilo, e realmente não queria saber.
Balanço a cabeça negativamente e saio dali o mais rápido possível.
— Podem me servir!– digo quando entro na sala de jantar.
— Sim, senhora!– Anna diz e coloca algumas coisas na mesa.
Juliette prontamente se põe a ajudar Anna.
Seu rosto era tão delicado... Tão angelical.
Franzo o cenho quando noto estar a encarando descaradamente.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Uma delegada em minha vida- SARIETTE
FanfictionJuliette Freire, vê sua vida virar de cabeça para baixo quando, obrigada por sua melhor amiga, vai prestar queixa contra seu ex-namorado. Ela se depera com Sarah Andrade, considerada uma das melhores delegadas de São Paulo. Para Juliette, é difícil...