MARATONA 3/7
Escuto cada palavra sua. Como se fossem facas sendo cravadas em meu peito, por que doíam.
Se ela soubesse o quanto minha vida estava uma verdadeira droga. Ela não entenderia o que eu estou sentindo. Deixo algumas lágrimas escorrerem pelo meu rosto.
— A cada dia eu percebo que você não passa de uma garota.– ela ri debochada.— Aposto que vai correr para os braços da mamãe e chorar.
Meu coração se aperta.
Eu não sou forte o bastante para aguentar essas palavras, pois nesse momento, eu queria exatamente estar nos braços da minha mãe. Eu queria que ela estivesse aqui.
As lágrimas dessa vez não param, mas eu não queria mais ouví-la.
Subo as escadas e deixo que ela fique ali, sozinha.
Entro no quarto, sento na cama e suspiro. Era melhor começar a arrumar as minhas coisas.
Soluço e aperto meu rosto contra os meus joelhos.
Por que minha mãe teve que me deixar?
Deito na cama e o cansaço me vence.
(...)
POV AUTORA
"Enquanto isso..."
— Anna!– Sarah grita.
A senhora logo aparece na sala, ajeitando seu avental. Ela ainda não acreditara na audácia de Juliette, ao deixá-la falando sozinha.
Ela não queria dizer aquelas coisas, ela se sentiu culpada ao perceber que lágrimas escorriam pelo seu rosto e viu a dor em seus olhos.
Ela sabia que havia acontecido algo.
Ela não podia negar que esses dias que ela não aparecera no trabalho a deixaram maluca.
— Senhora?
— Anna, só irei perguntar uma vez.– a mulher assente assustada.— O que houve com Juliette durante esses dias?
A mulher engole em seco. Ela sabia que não deveria falar. Afinal, Juliette dissera a ela que Sarah não se importaria com o que ela estava sentido de qualquer forma.
— Por favor, Anna! Eu preciso saber!- Sarah implora.
A mulher vê sinceridade em seu olhar e a visível preocupação por Juliette como nunca vira antes na mulher à sua frente. A mulher suspira.
— Eu lhe contarei, senhora!
(...)
POV JULIETTE
Sou acordada por batidas na porta.
Levanto e passo as mãos por meu rosto.Olho no relógio e havia se passado duas horas desde que adormeci. Arrumo meus cabelos.
Abro a porta e estranhamente sinto meu coração disparar.
Por que ela estava ali? Queria me humilhar mais um pouco?
— Senhora...
— Posso entrar?
Franzo o cenho, mas lhe dou espaço para que passe.
— Claro!– ela entra.
Fecho a porta. Me sento na cama e ela ao meu lado. Ficamos alguns poucos minutos em silêncio.
Ela olhava suas mãos que estavam entrelaçadas no seu colo e mexia seus pés freneticamente.
— Me desculpe...– diz por fim.
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Uma delegada em minha vida- SARIETTE
FanfictionJuliette Freire, vê sua vida virar de cabeça para baixo quando, obrigada por sua melhor amiga, vai prestar queixa contra seu ex-namorado. Ela se depera com Sarah Andrade, considerada uma das melhores delegadas de São Paulo. Para Juliette, é difícil...