Uma delegada em minha vida- SARIETTE

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POV JULIETTE

Um mês se passou e eu e Sarah nos aproximamos ainda mais. Não tinha dúvida em dizer que eu a amava. Eu havia parado de trabalhar em sua casa e conseguido um emprego em uma biblioteca próxima ao bairro onde ela mora.

Era hilário as vezes que ela escapava do trabalho para vir me ver, inventando a desculpa de que era uma leitora nata.

- Bom dia!- beijo seus lábios,quando entra na cozinha.

- Bom dia!- sorri.- Que tal passarmos o dia juntos?- rodeia minha cintura com os braços.

- Proposta tentadora, mas tenho que trabalhar. Inclusive a senhorita também!- a empurro e ela dá um risada gostosa.

- Não gosto que trabalhe naquela biblioteca.- resmunga.- Sei que vários pirralhos vão até lá somente para te ver.- reviro os olhos e rio.

- Não seja boba!

Olho no relógio e me apresso em terminar meu café. Termino em tempo recorde e me despeço de Sarah com um beijo.

Saio apressada pelas ruas que não estavam muito movimentadas.

Entro na biblioteca e sou recebida pelo sorriso carinhoso da senhora Lúcia, a dona da biblioteca. Visto meu uniforme e logo depois começo meu trabalho.

Tinha que organizar centenas de livros e ajudar alguns clientes perdidos.

(...)

- Eu queria um livro da Cinderela.- uma menina puxa meu avental.- Por favor!

Sorrio para a menina de cabelos negros e olhos amendoados.

- Claro, querida!- sorrio e ela retribui animada.
Procuro o livro e depois de ter o encontrado, me abaixo, ficando na mesma altura que a garotinha.

- Aqui. Espero que goste, princesa!- ela sorri e beija minha bochecha.

Sai correndo até a senhora Lúcia.

- Ora, se não é a bela moça!- estremeço.- Que sorte a minha, não é?

Levanto e me viro para olhar o homem que fez da vida de Sarah um inferno.

Como uma pessoa é capaz de agredir uma mulher e uma criança? Não tem outra palavra para o descrever à não ser monstro!

- Olá!- digo formalmente e ameaço sair dali, mas sinto sua mão puxar meu braço com um pouco de força.

- Não é muito educado deixar uma pessoa falando sozinha!

- Não tenho nada para falar com o senhor!- digo e ameço me retirar, mas ele me puxa novamente.

- Sarah já encheu sua cabeça de mentiras?- ri e toma seu café.

- Mentiras?- arqueio a sobrancelha.

Ele se aproxima de mim e pega uma mecha do meu cabelo. Me afasto e ele sorri debochado.

- Sabe...- se aproxima ainda mais.- Você se parece com alguém do meu passado.- sorri.

- Bom, tenho que trabalhar!- me distancio.

- Tudo bem!- ele se afasta e toma mais um gole de seu café.

Me afasto dali, mas antes escuto sua voz dizer:
-Nos veremos em breve, Juliette Freire!

Mesmo antes de Sarah me contar quem realmente era Alessandro Montenegro, seu olhar e seu sorriso causavam calafrios pelo meu corpo e agora, parece ficar cada vez pior.

(...)

Termino de dobrar meu uniforme e coloco dentro do meu armário. Eu não iria contar nada sobre ter encontrado Alessandro à Sarah. Eu a conheço o suficiente para saber que ela ficaria inquieta.

Nos veremos em breve, Juliette Freire!

Aquela frase tinha me incomodado o resto do dia. Eu não sei dizer ao certo o que aquilo tinha significado, mas de uma coisa eu sabia: Quero distância de Alessandro Montenegro!

Me despeço da senhora Lúcia e ando apressada para fora da biblioteca. Sarah me esperava do outro lado da rua. Sorrio e aceno, quando sinto meu corpo esbarrar contra algo. Ou o melhor, alguém.

- Me desculpe!- uma voz feminina diz.

Me levanto e ajudo a mulher a se levantar. Alguns papéis que carregava, estavam no chão, fazendo a mesma se apressar em pegá-los. A ajudo.

- Eu que peço desculpas!- sorrio.

- Sou Thaís Braz!- estende a mão.

- Juliette Freire!

- Me desculpe mais uma vez! Estava um pouco apressada para entregar esses currículos! Sabe como é, não é?- dá de ombros.

- Toda razão!- sorrio.- Bom, eu tenho que ir.

- Espere!- puxa meu braço quando me afasto.- Sabe de algum lugar que eu possa trabalhar?

- Bom...- penso.- Eu trabalho nesta biblioteca.- aponto.- Acho que a senhora Perez precisa de uma nova atendente.- ela sorri.

- Obrigada! Espero que nos vejamos em breve.

- Sem dúvidas!- sorrio.- Agora tenho que ir!- rio e ela assente.- Até mais!

- Até breve!- ela sorri e entra na biblioteca.

Ando até o carro de Sarah.

- Até que enfim!- me beija quando entro no carro.- Quem era a moça?

- Thaís. Acabei de conhecer. Espero que ela consiga um emprego.- ela dá de ombros e dá partida no carro.

(...)

Entro na biblioteca acompanhada de Sarah. Ela estava de folga, mas tinha alguns trabalhos para fazer, então ficaria na biblioteca. Vejo Thaís encostada no balcão e sorrio.

- Conseguiu?- ela se vira para mim.

- Sim! A senhora Perez é um amor de pessoa.- ela olha para Sarah e sorri.- Não vai me apresentar?

- Oh, essa é Sarah, minha namorada!- ela acena com a cabeça.

- Prazer!- Sarah diz.

- Bom, melhor voltar ao trabalho!- assinto.- Foi um prazer, Sarah!- ela sai, mas antes lhe lança um sorriso.

Arqueio a sobrancelha.

- Bom, vou me sentar!- beija meus lábios levemente.- Até mais!

Sorrio e volto minha atenção ao trabalho.
Depois de um bom tempo, Sarah teve que ir embora, problemas na delegacia.

Chamo Thaís para almoçar, já que pelo que me dissera, era nova em São Paulo e não conhecia muitos lugares.

Fomos em um restaurante próximo a biblioteca. Conversamos diversas coisas. Era bom fazer novas amizades.

E tenho certeza que Thaís seria uma ótima amiga.

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