POV JULIETTE
Arrumo mais livros nas prateleiras e tiro o pó de alguns. Thaís já havia ido embora por conta de problemas pessoais.
Não possso negar. Eu estava bem cansada, afinal eu estava sozinha. Nem mesmo a senhora Lúcia estava presente. Ela havia saído e deixado as chaves comigo.
Sinto mãos rodearem minha cintura e me assusto, fazendo com que eu derrubasse um dos livros no chão.
- Calma!- Rodolffo sorri e se abaixa para pegar o livro.
- Você quase me matou!- coloco a mão no peito.
- Me desculpe!- acaricia meu braço.
Me afasto discretamente.
Rodolffo não mudava seu modo de agir comigo. Mesmo sabendo que eu tinha um compromisso com Sarah, não cessava suas investidas. E isso me irritava!
- Não me canso de olhar para você!- se aproxima ainda mais.
- Por que?- me viro para a estante de livros, voltando a colocá-los no lugar.
- Por que você é linda!
- Obrigada, Rodolffo, mas é melhor parar com isso.- digo suavemente.
Ouço passos na biblioteca. Rodolffo olha para o lugar de onde vinha o som e sorri.
- Perfeito!- ele se aproxima.
- O que quer dizer com...- ele puxa meu corpo contra o dele e me beija.
- QUE PORRA ESTÁ ACONTECENDO AQUI?- ouço a voz de Sarah e empurro o corpo de Rodolffo para longe de mim.
- Sarah...- Rodolffo tenta falar para é interrompido.
- Cala a boca!- Rodolffo rosna e me encara com nojo.
- Não aconteceu nada, Sarah!- digo.
- Isso! Foi apenas um beijo!- franzo o cenho, olhando para Rodolffo indignada.
O que ele estava fazendo?
- Não precisam me explicar! Eu já vi o bastante.- ameaça sair dali.
Seguro sua jaqueta, fazendo com que virasse para mim. Vejo Rodolffo passar por nós rapidamente e sair dali.
Filho da puta!
- Sarará, não aconteceu nada!
- Não?- ela ri sem humor.- Eu vi muito bem o que aconteceu!- rosna.
- Ele me beijou!- grito sentindo meus olhos arderem.
- Não se dê ao trabalho de me explicar alguma coisa. Só tire as mãos de mim e desapareça da minha frente.
- Você é uma babaca!
- Como fui uma idiota!- passa as mãos pelos cabelos.- Eu já devia ter desconfiado de vocês dois.
- Eu não fiz nada!
- E eu achando que você sentia algo por mim.- diz e sai dali.
Eu não acredito nisso! Por que Rodolffo fez isso?
Sinto algumas lágrimas escorrerem por meu rosto, mas as seco rapidamente. Eu não iria chorar por ela. Ela deveria ter acreditado em mim. Eu nunca faria nada disso!
Pego minhas coisas e saio da biblioteca, a fechando logo em seguida.
Saio dali ainda em choque. Eu teria que ir para minha casa, ou o melhor, para casa de Pocah, precisava conversar. Resolvo ligar para ela.
- Alô? Juliette?
- Pocah, preciso conversar.- digo e sinto minhas lágrimas encherem meus olhos.
- O que aconteceu?- pergunta preocupada.
- Eu vou para sua casa e lá...- sinto uma mão em meu ombro.- Rodolffo?
O encaro e ele dá de ombros.
- Quem é Rodolffo?- ela pergunta.
- Depois nos falamos! Amo você!- desligo a chamada.
- Juliette...- o interrompo.
- O que você fez, Rodolffo?- pergunto irritada.- Por que fez aquilo?- empurro seu peito.- Você é um idiota!- me afasto e sinto lágrimas caírem.
Começo a caminhar, mas ainda ouço sua voz.
- Me desculpe por isso, querida Juliette!-franzo o cenho e me viro para encará-lo.
- Você...- sinto um pano contra meu nariz e minhas pálpebras ficarem pesadas.
Apago.
(...)
Acordo com a luz de uma pequena fresta na parede. Minha cabeça dói, assim como todo o meu corpo.
Olho ao redor e não conheço o lugar onde estou. Há uma porta, mas nenhuma janela. No canto do pequeno cômodo há uma cama e um criado mudo.
Lá estava a foto de uma mulher. Seus cabelos eram castanhos e seus olhos castanhos escuros. Éramos incrivelmente muito parecidas.
Do outro lado, havia uma cadeira velha. As paredes estavam sujas e o cheiro do lugar era insuportável.
Entro em desespero quando noto minhas mãos e pés amarrados.
As lembranças invadem minha cabeça como raios.
A porta é aberta cuidadosamente e Alessandro passa pela mesma, com um pequeno sorriso nos lábios.
- Olá, meu amor!- acarica meu rosto, quando se aproxima.
Me afasto.
- O que você quer de mim?- engulo em seco e Alessandro ri.
- Quero você, querida!- toca a ponta do meu nariz.
- Eu não entendo! Me tire daqui!- forço minhas mãos, tentando inutilmente me livrar daquelas malditas cordas.
- Não adianta!- ele sorri satisfeito.- Você é minha agora!
- Do que está falando?
- Não importa!- acaricia meus cabelos.
Cuspo em seu rosto.
- Você não devia ter feito isso, minha querida!- rosna e se levanta, mas logo um sorriso toma seus lábios.- Entretanto, não pretendo me estressar por agora. RODOLFFO!!- grita.
Rodolffo?
Não, não! Não pode ser!
- O que foi?- Rodolffo aparece na porta, me lançando um sorriso.
Como ele pôde? Sarah confiava nele!
- Como pôde ter feito isso? Sarah era sua amiga!- grito.
Ele dá de ombros.
- O pai dela matou a minha mãe!- franzo cenho.- Como sentiria se a mãe que você sempre desejou ter morresse?- fico em silêncio.
Ele ri.
- Já comprou as roupas dela?- Alessandro pergunta.
- Sim.- entrega algumas sacolas à ele.
- Agora pode ir!- Rodolffo sorri e sai dali, me deixando sozinha com aquele louco.
- Olhe, querida! Você vai adorar o vestido que comprei para você!- tira da sacola um vestido vermelho.
- Você é louco!- murmuro.
- Não diga isso!- se aproxima de mim.- Vou te ajudar a se vestir. Iremos jantar!- ele sorri
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"Eu amo uma novela😍"
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Uma delegada em minha vida- SARIETTE
FanfictionJuliette Freire, vê sua vida virar de cabeça para baixo quando, obrigada por sua melhor amiga, vai prestar queixa contra seu ex-namorado. Ela se depera com Sarah Andrade, considerada uma das melhores delegadas de São Paulo. Para Juliette, é difícil...