Acontecimento

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P.O.V. Hope.

Estou na sala do meu chefe que me encara com uma expressão indecifrável. Ele está sentado na sua cadeira de escritório preta acolchoada, inclinado sob a mesa de madeira de reuso com sua cabeça apoiada sob as mãos.

-Olha, se vai me demitir, só me demita logo!

-Demiti-la? Não. Oh, não. Sabe, desde que a contratei as coisas estão fluindo. Já não me atraso mais, sei onde e quando devo estar, ontem fechei um contrato de três trilhões de dólares com a Tóquio Mídia. E só o fechei porque Hiroshi gostou de você, assim como todo mundo.

Agora eu estou perdida. Me sinto perdida.

-Se... sou um sucesso tão grande então, porque estou aqui na sua sala? Porque parece que vai me demitir?

-Porque você, senhorita Mikaelson é um Acontecimento! Um achado. Está aqui á dois dias e tudo parece ter mudado para melhor neste período. 

-E o que vai dizer agora? Que sou uma bruxa?

Perguntei dando risada. Ele riu também.

-Não. Mas, vou te dar um aumento!

Fiquei passada.

-Eu nem sei o que dizer, só... obrigado.

-De nada. Pode voltar ao trabalho agora.

-Tudo bem.

Dei de ombros e voltei para a minha mesa.

P.O.V. Freddie.

Quando fiquei sozinho na minha sala, peguei o celular e liguei para um amigo meu que é detetive particular. E pedi para que ele investigasse a minha nova secretária. Eu quero saber tudo o que há para se saber sobre Hope Andrea Mikaelson.

E ela passar o dia no meu pé me concede uma vantagem. Posso observá-la de perto, saber cada movimento dela e tentar descobrir como diabos ela parece ver tudo e todo mundo. Nunca fiquei com medo de algo assim. Nunca fui muito crédulo, mas essa ai me assusta. Me faz sentir incrivelmente vulnerável.

Então tive uma ideia.

Depois de um dia cheio de trabalho e da minha secretária enfeitiçando todos os meus potenciais sócios era hora do almoço. 

-Senhorita Mikaelson?

-Pois não, senhor Kingsley?

-Não gostaria de almoçar comigo hoje?

A garota franziu a testa, cruzou os braços e falou como uma mãe que dá bronca no filho:

-Achei que havíamos conversado sobre isso já.

-É só um almoço entre colegas de trabalho. Prometo.

Falei erguendo os braços em sinal de rendição. Hope pareceu considerar e então falou:

-Muito bem. Hoje é sexta feira, tem peixe.

-Por favor, não vamos almoçar aqui. Pelo amor de Deus mulher.

-Porque não? O restaurante da empresa é muito bom.

-Conheço um melhor.

-Tudo bem.

P.O.V. Hope.

Pode ser um erro, mas decidi pagar para ver. Afinal, como vou saber que tipo de homem ele é realmente se não lhe der uma oportunidade de se provar? 

Descemos para o estacionamento onde um carro, um Bentley com um motorista  nos esperava. Bom, o esperava.

O motorista, um homem latino, muito bonito de pele morena abriu a porta para que nós entrássemos e o Senhor Kingsley me deixou entrar primeiro.

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