O Jugo Dos Reinos

0.4

Nem todos os dias são perfeitos. Mas aqueles que são serão marcados em nossas vidas.
- Anónimo
______♡_______

- Você? - falamos juntos espantados.

- Olhe os modos - minha mãe me repreende.- Gostaria de te apresentar a princesa Madalena.

- Desculpe-me. Er...princesa Madalena - a cumprimento com uma reverência e um beijo em sua mão.

É tradição do meu povo beijar a mão de uma dama, é assim que eles chamam. Ela retribui a reverência. Ela me parecia um pouco espantada...mas também envergonhada. Acho que foi pela coincidência de mais cedo quando nos esbarramos no baile. Isso está muito clichê, algo de errado tem de acontecer... está tudo muito monótono, parece coisa de livro. Tipo aqueles romances em que nada acontece e tudo fica bem no final. Não quero que dê certo no final, quero que tudo acabe errado!

- Imagine, eu que peço desculpas - ela continua a formalidade, eu assinto com a cabeça tentando ser respeitoso.

- Princesa Madalena - Pierre aparece e faz uma reverência a menina a minha frente.

- Pierre - a mesma repete seu ato.

Como assim? Eles se conhecem?

[...]

Os dias eram frustrantes, e cada dia me sentia pior, sentia que algo me empurrava a cada dia que se passava. Parecia que cada hora e minuto que passava eu só conseguia ver todos os meus erros e tudo aquilo que mais me doía, meu passado. De fato, a única coisa que pode mudar meu passado é o meu futuro. Olho para o lado de fora, Madalena estava no jardim. Ela parecia gostar do jardim, das flores, do ar livre. Ela havia chegado não fazia três dias e já havia deixado a todos felizes, com exceção a mim, eu nunca mudo. Seu brilho parecia mais forte a cada dia, ela tinha algo diferente das outras pessoas, algo que me incomodava profundamente.

Mas isso é o de menos, conseguimos fechar uma guerra do lado de Barcan, mas o reino de Kyembler estava mais forte, o lado sul sempre foi o mais forte... o problema é que força não é o bastante, do que adianta ser o mais forte se não é inteligente. Aí está o ponto, eles moram na parte mais gelada do mundo, sabendo que no calor eles ficam menos resistentes, pedi ataque se eles atacarem e pedi para estarem prontos para ataque...bem, não poderia piorar.

Batem na porta de madeira. Murmuro um "pode entrar" suficientemente alto, para que a pessoa escute.

- Senhor, uma carta para você! - Margarida me entrega uma carta.

- Obrigado - agradeço.

Ela se retira da sala, me dando a chance de abrir a carta com um selo real do reino que comentava agora pouco.

"Vossa alteza Príncipe James Jones Johnson!

Agradeço pelo tempo concedido em ler essa carta.
Informamos que a petição de guerra foi remanejada pelo rei de Kyembler.
Pedimos desculpas pelo inoportuno que causamos.
Em síntese, retiramos a proclamação da guerra entre os dois reinos!

O rei Hector agradece o tempo."

Suspiro profundamente me jogando na cadeira, sabendo que meu tempo fazendo um planejamento de guerra foi em vão.

Batidas escandalosas vem da porta, suspiro e permito que entrem.

- Meu neto, o que ouve? Está aqui dentro desde que acordou. Olhe pra si mesmo - olho pra mim mesmo.

Por céus, eu estou de pijamas ainda. Me lembro de tentar dormir mas não conseguir por motivos óbvios.

Minha avó começa a tagarelar, e eu volto a ver o plano de combate, aqueles planos iam ser tão bons se fossem colocados em prática. Talvez pareça rude ignorar uma senhorinha, mas agora ela só fala de uma pessoa em especial: Madalena. É Madalena para lá e para cá, eu uma hora vou ter que soltar minha raiva. Mas não com minha querida avó Maria.