Capítulo 1

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Oi, gente
Eu acabei de perceber que todas as minhas duas adaptações foram excluídas pelo wattped.
Bom agora vou ter que postar tudo de novo (༎ຶ ෴ ༎ຶ)
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Londres, primavera de 1878

Não devo sentir prazer. Conde jeon Jimin  flexionou os joelhos cobertos pela camisola e os envolveu com os braços enquanto olhava para o homem que dormia placidamente ao seu lado na enorme cama de dossel. Observou as feições bonitas do marido enquanto as palavras das freiras martelavam em sua cabeça. Sentir prazer é pecado.

O problema foi que ele sentiu. E o pior, sentiu mais de uma vez. Por mais que os encontros matrimoniais do casal não acontecessem com tanta frequência, ele sempre acabava sentindo uma explosão dentro de si, a qual tinha que fazer um imenso esforço para não gritar a plenos pulmões. Como havia frequentado um internato na França, dos doze aos dezoito anos, aprendera tudo o que precisava saber para ser um adorável e casto esposo e dono de casa. O que aprendera sobre sexo, em tom muito solene, dizia respeito apenas como os bebês eram feitos e como os ômegas davam à luz.

Segundo as freiras não havia nada mais a ser ensinado. Os pormenores do ato sexual eram aprendidos clandestinamente com os alunos os mais experientes que passavam seus conhecimentos para os mais novos, ansiosos por aprender a “arte proibida”. Do convento, Jimin saíra apenas para casar-se com o capitão da Marinha Real, Jeon jungkook, Sexto Conde jeon. O casamento, naturalmente, fora arranjado pelos pais do ômega, o barão e a baronesa Park que, de bom grado, ofereceram-no praticamente em uma bandeja de prata para o bravo aristocrata, herói da coroa Britânica. Lorde Jeon, que contava com trinta e dois anos na época e uma vasta fortuna, o viu apenas uma vez durante um jantar na casa de amigos em comum e ficou encantado com o jovem de apenas dezessete anos.

Os pais dele perceberam o interesse e em pouco tempo já tinham tudo acertado. Então, aos dezoito anos, o honorável Park Jimin  se despedira, aos prantos, dos amigos e das freiras, com quem convivera por tantos anos e saíra do internato diretamente para a igreja, para casar-se com toda pompa e circunstância que sua classe social exigia. Durante a cerimônia, não conseguia parar de tremer enquanto seu pai, mais orgulhoso impossível, o conduzia através do corredor ricamente decorado. No entanto, quando vira seu noivo ao longe, vestido em seu uniforme de gala e suas medalhas e condecorações, sentiu que algo surgia dentro de si. Ele emanava poder e masculinidade. O cabelo dourado estava amarrado atrás da nuca e a face estava impecavelmente barbeada.

Era o alfa  mais bonito que jimin já vira na vida. Quando parou ao lado do conde em frente ao altar e ele tirou-lhe o véu do rosto, seus olhos se encontraram. Os dele, castanhos claros, límpidos e incertos como os de uma gazela; os dele, azuis-escuros, quase negros; firmes e decididos como os de um predador. Alguma coisa no olhar dele o fez ficar mais tranquilo e confiante. Ele não o conhecia, pois só o vira uma única vez, mas um sentimento percorreu seu corpo do alto da cabeça até a ponta dos pés.

Só não sabia distinguir a origem dessa inquietação; se era desejo ou medo do desconhecido. Agora, depois de quase três anos de casamento, estava bem instalado no solar Crescent Garden Hall, para passar mais uma temporada em Londres. A propriedade pertencia à família jungkook a gerações. Sua vida parecia um conto de fadas. Ele tinha tudo o que poderia imaginar em termos de conforto e respeito. No entanto, havia algo que começava a incomodá-lo de certa maneira: a ausência constante do marido. Em sua mente ingênua, ressentia-se por seu casamento ser tão monótono, mas, infelizmente, ainda não tinha experiência suficiente para tirar vantagem disso.

Quando soube que seus pais a tinham prometido ao destemido capitão, idealizara uma vida cheia de aventuras e emoções; mas a realidade o atingiu rápida e inevitavelmente. Ele passava a maior parte do tempo a bordo de seu navio e nas rápidas passagens por terra, mal trocavam duas ou três palavras devido a agenda de compromissos que ele tinha que cumprir. Entretanto, acabavam se entendendo debaixo dos lençóis. Jimin queria dizer para ele o quanto ele gostava daqueles momentos, mas lembrava-se das instruções da irmã Clara de que conversas sobre sexo não eram bem-vistas e que os homens gostavam de ômegas recatados e silenciosos.

Naquele instante, vendo o peito amplo do marido subir e descer num ritmo suave e cadenciado, sentia-se confuso. Ainda era cedo para falar de amor, mas sentia uma necessidade de conectar-se a ele de outra maneira que não apenas na cama. Ele tinha necessidade de ser notado por ele. Com cuidado, esticou as pernas e deslizou para debaixo das cobertas tentando não causar muitas ondulações no colchão. Antes de deitar-se, porém, olhou mais uma vez para o perfil másculo e suspirou. Como é bonito, Senhor.

Acho que sou um ômega de muita sorte. Beijou a ponta dos dedos e tocou gentilmente a face dele. Virou-se e assoprou a vela que derretia do seu lado da cama, no criado-mudo, deixando o quarto na penumbra. Tudo o que ele mais queria naquele momento era poder se aninhar ao marido e dormir sentindo o calor de seu corpo, mas reprimiu tal desejo. ─ Não seja tolo, Jimin ─, sussurrou para si, ─ Alfas não gostam de ômega patéticos. Então, fechou os olhos e tentou dormir para não pensar em suas carências não atendidas.

O Segredo de Park JiminOnde histórias criam vida. Descubra agora