Capítulo 15

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O dia do baile nasceu límpido e claro. Os criados animaram-se para preparar a mansão e puseram-se a remover os móveis e tapetes, polir os cristais e a prataria, decorar a casa com flores e folhas da estação, preparar o banquete e as bebidas. O alvoroço do andar de baixo não alcançou os aposentos dos senhores da casa, que dormiram até tarde a fim de se preservarem para a noite. À tarde, o conde saiu sob o pretexto de resolver assuntos pessoais e Jimin desceu para supervisionar pessoalmente os preparativos. 

A governanta, Sra. May, já havia providenciado praticamente tudo e comandava os outros criados com mão de ferro, de maneira que Jimin  teve apenas que averiguar as coisas já feitas. Antes mesmo de colocar o pé na cozinha ouviu as reclamações de Lisa  com a criadagem de apoio. Reprimiu um sorriso ao imaginar o sufoco que a cozinheira deveria estar passando com pessoas estranhas em seu território sagrado. Lisa sempre fora apegada à sua cozinha, a qual considerava seu reinado absoluto. 

─ Mas que menina mais desatenta! ─ A voz da cozinheira reverberou no corredor. ─ Já não disse mais de mil vezes que não é para sovar a massa assim ? Com essas mãozinhas esqueléticas ela não vai crescer nunca! 

Quando entrou, viu a corpulenta cozinheira impor seu tamanho e tomar o lugar antes ocupado por uma mocinha franzina de touca. A viu jogar uma porção de farinha sobre a mesa e arremessar sobre ela uma porção da massa, socando-a sem piedade. ─ Está vendo como se faz ? ─ Ralhou enquanto maltratava a massa ruidosamente. ─ E você, o que pensa que está fazendo? ─ Gritou na direção de outra moça que trabalhava na outra extremidade da mesa. ─ Nunca, jamais sove isso! Esta massa aqui é para a torta de carne! 

Espantado e ao mesmo tempo divertido com a situação, Jimin  levou a mão à boca para reprimir uma gargalhada. ─ Oh, milorde, não vi o senhor entrar. Deseja alguma coisa ? ─ A cozinheira se recompôs e automaticamente adquiriu uma postura menos ameaçadora, quase angelical. 

─ Vim apenas ver como está se saindo com suas ajudantes. ─ Jimin  respondeu e olhou ao redor da movimentada cozinha. ─ Imagino que esteja muito agradecida pela ajuda. ─ Perguntou de maneira arteira, pois sabia que a outra certamente penava com as ajudantes ao mesmo tempo que dava trabalho às garotas com seu temperamento dominante. 

─ Com certeza, milorde. ─ Lisa respondeu com cara de paisagem; sabia que o conde conhecia seu temperamento muito bem, mas também sabia como adular seu senhor. ─ Veja, lorde Jeon  o que acabei de tirar do forno. ─ Falou e apontou para um tabuleiro repleto de biscoitos recheados com creme de abóbora. ─ Seu preferido.

 ─ Ah, não acredito que fizestes esta maravilha! ─ Exclamou Jimin enchendo a cozinheira de orgulho.

 ─ E o creme está divino pois a abóbora estava fresquinha; eu escolhi hoje pela manhã. Lisa pegou um guardanapo de pano e colocou um biscoito nele. ─ Aqui, meu senhor, prove. Jimin  recebeu o guardanapo estendido e olhou para o biscoito bem feito. Estava dourado e açucarado por fora. Deu uma mordida e a massa fina despedaçou-se entre seus lábios. O creme ainda estava morno e derreteu na boca. 

─ Hmmm, simplesmente divino. ─ Elogiou depois que engoliu. ─ Obrigada, Lisa  Você e suas ajudantes estão de parabéns e acredito que logo mais teremos um banquete especial para impressionar nossos convidados. 

Dito isso, Jimin voltou para sua inspeção e desta vez foi até o jardim para ver como estava a decoração. O clima firme e estável permitiu que armassem tendas, caramanchões e mesas do lado de fora. Penduraram luminárias nos galhos das árvores, colocaram velas e arranjos florais sobre as mesas. Uma tenda especial foi preparada para receber os músicos. Tudo levava a crer que o evento seria um sucesso. 

O Segredo de Park JiminOnde histórias criam vida. Descubra agora