Capítulo 5

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Uma semana depois...

Os dias que se seguiram ao episódio da carruagem se arrastaram de maneira torturante para o ômega. O conde, que já era um homem discreto e reservado por natureza, fechou-se em seu mundo particular, saindo do estúdio apenas para atender algum compromisso e fazer as refeições ao lado de um esposo igualmente reticente.

Durante a noite, antes de se recolher, Jimin inventava de ir até a biblioteca apenas para passar pela porta do escritório do marido, na esperança de topar com ele no corredor.

Lançava olhares esperançosos em direção a pesada porta dupla, porém, ele nunca aparecia. No quarto, deixava a porta, que conectava seu aposento ao dele, destrancada na esperança que ele fosse visitá-lo, mas ele nunca apareceu.

No sexto dia, quando a frustração do ômega chegou ao seu máximo, ele deitou a cabeça do travesseiro e verteu as lágrimas que há tanto tempo estavam confinadas em seu coração. Não sabia como aplacar a angústia que sentia ao se perceber ignorado pelo homem por quem descobrira estar perdidamente apaixonado.

***

Do outro lado da porta, o jungkook ouviu o pranto do esposo e sentiu-se impotente diante de seu sofrimento. Em sua cabeça, o beijo trocado na carruagem não deveria ser motivo para toda aquela onda de inquietação que se apoderou de seu esposo.

Jimin sempre fora um homem alegre, de sorriso doce e fácil e agora ele estava calado e melancólico. Sabia que também tinha contribuído para deixar o ambiente pesado. Sabia que não era um homem fácil de se lidar. Por isso, deixando o orgulho de lado, resolveu que ele mesmo colocaria um fim naquele problema sem pé nem cabeça entre os dois.

***

As lágrimas grossas escorriam pela lateral do rosto de Jimin. Estava tão mergulhado em sua própria tristeza que não ouviu quando a porta de conexão foi aberta lentamente e uma pálida luminosidade invadiu o quarto.

O alfa entrou no recinto segurando um candelabro. Aproximou-se do criado-mudo, onde depositou o objeto e sentou-se na beirada da cama. Jimin virou-se assustado.

─ Sou eu, meu anjo. ─ Falou com a voz baixa. ─ Ouvi o seu pranto do outro lado da porta. O que aconteceu? ─ Ele perguntou carinhoso. Surpreso com a visita repentina, recostou-se na cama.

─ Acho que tive um pesadelo. ─ Mentiu e passou a mão no rosto para afastar as lágrimas. Jamais admitiria que seu choro era devido ao intenso e frustrado desejo que sentia pelo marido.

─ Quer falar sobre isso? ─ Ele perguntou e afastou uma mecha da testa do esposo.

─ Não. ─ Jimin estremeceu sob o toque do conde.

─ Quer que eu saia? ─ Ele indagou.

─ Não. ─ Ele sussurrou. Então, Jimin encheu-se de coragem e disse: ─ Poderia ficar aqui hoje à noite? Não consigo dormir.

─ Claro. ─ O conde sorriu na meia-luz. Ele levantou-se e desatou o cordão do roupão. A camisa de linho não conseguia esconder seus músculos firmes. O ômega recostou-se no travesseiro e viu o marido dar a volta na cama para se acomodar ao seu lado.

Uma onda de antecipação percorreu o corpo e ele sentiu o coração falhar uma batida. O conde afastou as cobertas e inclinou-se para se deitar; o peso do corpo atlético fez o colchão ondular. Ele colocou a cabeça no travesseiro ao lado de Jimin e gentilmente o chamou para acomodar-se perto dele.

Ele aninhou a cabeça em seu peito amplo. De repente, se lembrou das palavras de Yoongi : "existem certas liberdades que podem ser tomadas e que não são consideradas pecado". Descansou a mão em cima do abdome firme. Sua respiração estava suspensa.

O Segredo de Park JiminOnde histórias criam vida. Descubra agora