Capítulo 17

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Havia estudado num colégio de freiras para isso ? 

Jimin pensou amargamente enquanto caminhava pela estrada do bosque. Ainda não sabia como havia se levantado e caminhado até o quarto. A dor e a tristeza haviam embotado toda a sua percepção da realidade e por algum tempo pensou que estivesse dormente. Seus membros dormentes, suas emoções dormentes. Havia apenas dor. Assim que se aproximou da cama, deitou-se sem se preocupar com a toalete. Abraçou o travesseiro e não chorou. Apenas esperou que o esgotamento a consumisse por completo e caísse no sono. 

A trégua que o tempo havia dado cessou fechando o dia por completo e a temperatura caiu avisando que o inverno já estava se avizinhando. A mansão mergulhou em um silêncio melancólico e os criados não faziam ideia da consternação que rondava o senhor da casa. Apenas o Yoongi estava lá. O criado e confidente foi testemunha dos recentes acontecimentos e foi quem enxugou as lágrimas do conde assim que ele acordou sobressaltado. Foi quem ouviu, isento de julgamentos, o conde confessar o pecado que ele já sabia. 

Foi quem o obrigou a comer alguma coisa para se manter nutrido e tomar um chá para aquecer o corpo e espantar o desânimo. Foi quem colocou a carta amassada do forasteiro em suas mãos quando pensou em desistir. Jimin leu e releu as palavras de Namjoon até que o medo do futuro diminuísse. Recitou palavras decoradas quando, ao cair da tarde, começou a se vestir para encontrá-lo no chalé abandonado. Yoongi escolheu roupas sóbrias e elegantes, como de costume, e por cima pôs o casaco com capuz azul-turquesa escuro que ressaltava os olhos doces do conde. 

Jimin agradeceu a Yoongi por tê-lo vestido tão bem, afinal, ele não tinha cabeça para pensar em tais detalhes. Calçou as luvas e discretamente deixou a casa pela porta lateral. Aproveitou as últimas horas de claridade para caminhar e recusou o cavalo, pois preferia a caminhada vigorosa. Ao longe, avistou o chalé. A fumaça que saía da chaminé e a porta entreaberta denunciavam que ele já estava lá. Seu coração teve um sobressalto, era seu corpo avisando-a que ele ainda tinha sangue correndo das veias. Apertou o passo em direção ao seu Namjoon.

                                                                                        *** 

Ele perambulava para lá e para cá perguntando se fizera a coisa certa. Não queria causar mais nenhum tipo de constrangimento para Jimin, nem tampouco colocá-lo em uma posição vexatória diante da sociedade, mas, ao mesmo tempo, precisava vê-lo. Precisava sentir seu cheiro de orquídeas, precisava tocar sua pele alva e macia, precisava amá-lo. Como poria fim a este relacionamento, não fazia ideia. Não queria que ele se acabasse nunca, mas, ao mesmo tempo, sabia que aquela situação era insustentável.

 Amava o jeito que ele respondia aos seus estímulos; inicialmente era muito tímido e desconfiado, depois a total entrega de corpo e alma o haviam conquistado totalmente. Sua risada doce, seus olhos meigos e expressivos. Seu corpo firme e tão deliciosamente receptivo. A essência de Jimin havia penetrado em seu ser de tal forma que viu surgir dentro de si um ciúme irracional e a simples ideia de dividi-lo com outro homem o consumia. Ele mesmo desconhecia a intensidade de sua paixão por ele. 

E sabia que quando tudo aquilo acabasse algo dentro dele morreria, da mesma maneira que algo dentro de Jimin também morreria. ​Ao passar diante da janela viu um vulto azul destacar-se por entre as árvores. Era ele. Ao passo que a alegria o inundou, a expectativa de partir-lhe o coração o apunhalou em cheio. Ele era um canalha e Jimin não merecia nada do que ele estava prestes a fazer. Colocou o capuz novamente e esperou seu conde entrar no humilde chalé. 

​                                                                                           *** 

Ao chegar diante da modesta construção, soltou um suspiro; com passos incertos, empurrou a velha porta de madeira e entrou. Ele estava lá, de pé, preenchendo o recinto com sua altura e porte físico. Por baixo daquele estúpido capuz ele vislumbrou um sorriso. Os braços abertos foram o convite que precisava para correr até ele e se aninhar em seu abraço cálido. 

O Segredo de Park JiminOnde histórias criam vida. Descubra agora