Prezado Kim Taehyung.
É com o coração transtornado e coberto de vergonha que escrevo em busca de seu perdão. Não pretendo aqui justificar-me, até porque meus atos vexatórios não possuem defesa, porém, é na condição de uma pessoa arrependida que rogo pelo seu entendimento. Você e sua digna mãe me receberam e me acolheram com carinho e afeto e eu retribuí com ciúmes e desdém. Ainda hoje me estremeço mortificado pela agressão que cometi contra uma pessoa tão doce e que já superou tanto nesta vida. Se eu pudesse voltar atrás, apagaria aquele dia para sempre. Não ouso pedir que nos tornemos amigos, mas gostaria de dar o primeiro passo em direção a uma convivência amigável, pois nós dois, a nossa maneira, temos como objeto de nosso afeto o mesmo homem e você e sua mãe são uma parte importante na vida de Jungkook portanto, devem fazer parte da minha também. Antes de despedir-me, gostaria de saber, por que não dissestes nenhuma palavra sobre isso a Jungkook ? Faço votos sinceros que receba minhas súplicas e que qualquer rancor se dissipe entre nós dois.
Saudações cordiais, Lorde Jeon Jimin
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Estimado Conde Jeon,
confesso que suas atitudes me deixaram perplexo e decepcionado, pois o tomei em altíssima conta, já que foi o senhor o ômega quem enlaçou meu adorado amigo e irmão de coração. Sua agressão muito me entristeceu, pois o via como uma potencial amigo e – por que não – confidente. Se seu pedido de desculpas tivesse chegado àquela época, imagino que minha resposta teria sido diferente e bem menos nobre. Porém, depois de muito refletir sobre o ocorrido naquele fatídico dia, consegui perdoá-lo em meu coração. Antes mesmo de receber a sua carta, já tinha feito as pazes com senhor, pois consegui entender sua aflição, seus medos e receios. Somente um amor arrebatador e incompreendido pode levar um ômega apaixonado a cometer tais atos de loucura. Portanto, peço-lhe, do fundo do meu coração, que esqueça o passado e não se torture mais. Coloquemos o passado para dormir e consideremos este o início de uma amizade pura e verdadeira. Saiba que, da minha parte, meu coração está em paz com você. E, em tempo, respondo sua pergunta. Senti sim vontade de contar ao conde sobre sua agressão, mas vi que não cabia a mim colocar mais lenha nesta fogueira. Não seria caridoso de minha parte alimentar o conflito entre vocês dois.
Com carinho, Kim Taehyung
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Jimin segurou a emoção ao terminar de ler a carta de Taehyung. Sentiu que um peso enorme foi retirado de seus ombros e que finalmente sua vida poderia seguir adiante e sem máculas. Depois que tudo foi esclarecido e seu ciúme infantil superado, desejou fortemente que Taehyung e GoEun fizessem parte de sua vida também. Dobrou a missiva com cuidado e a colocou na gaveta da penteadeira.
Levantou-se e se olhou no espelho. Havia um brilho diferente em seus olhos e desde o dia em que se entendera com Jungkook no chalé, havia um sorriso quase permanente em seu rosto. Escovou as madeixas loiras e ajeitou as fitas da camisola quase transparente. Se teve uma coisa que aprendera com Namjoon muito bem, foi ser mais ousado.
E uma vez que compreendeu que tudo era permitido entre duas pessoas que se amam, se esgueirava para o quarto do conde sem temer seu julgamento. Encaminhou-se para a porta de conexão e entrou no quarto do marido. A lareira crepitava e deixava o ambiente quente e acolhedor. Ele já estava deitado na cama, recostado nos travesseiros e com o dorso musculoso à mostra. Tinha um dos braços dobrados debaixo da cabeça.
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O Segredo de Park Jimin
FanfictionADAPTAÇÃO Inglaterra, 1878 O jovem e inseguro aristocrata, Park Jimin, foi educado praticamente toda a sua vida em um colégio de freiras, de onde saiu apenas para se casar com Jeon jungkook, o sexto Conde Jeon, capitão da Marinha...