5.

125 14 2
                                    

Calma... É só respirar...

Isso! Respira, mas... Como se respira mesmo? Ahh tá lembrei. 

Conta até dez para não dar na cara dessa vaca ruiva na sua frente, é errado chamar ela de vaca? É.

É errado sentir ciúmes do seu noivo, quando a ex-noiva dele aparece do além? Mais ou menos.

- O que você está fazendo aqui? – Alfonso falou em tom autoritário, nada amistoso, fazendo todos que estavam à mesa olharem com um certo receio.

- Eu... – Falou com deboche. – Vim ocupar o lugar do meu tio, já que por conta dessa aí. – Apontou para mim com desdém. – Roubou meu lugar.

Ahhh não! Aquilo eu não aceito.

- Eu não roubei nada seu! Se me lembro bem... – Fiz cara de pensativa. – Foi o seu tio que roubou o que era meu... Tudo! – Senti um nó se formar em minha garganta ao lembrar que não tive contato com meus pais biológicos e meus pais adotivos foram tirados de mim por culpa dele. – Não tenho culpa se Alfonso não te amou. – Dito isso me arrependi profundamente, eu não devia ter feito aquilo, não na frente de todos.

- Bom acho que sua futura rainha já disse tudo. – Poncho se pronunciou, olhou-me e deu um dos seus melhores sorrisos, aquilo aqueceu meu coração. – Acredito que você não é bem-vinda a minha casa. Guardas! – Ele exclamou para que quatro guardas que estavam na sala de jantar se juntassem a ela e a retirassem do recinto.

Depois que ela saiu soltei o ar que nem percebi estar segurando, inspirei fundo e soltei o ar vagarosamente.

- Você foi muito bem. – Disse meu noivo em cochicho perto do nó do meu ouvido, e dei um sorriso leve.

- Achei que ficaria bravo. – Respondi. – Não sei o que deu em mim, mas ela me irrita.

- Não é só você, vamos terminar de jantar. – Ele se levantou e falou para os convidados: - Peço desculpas pelo importuno, mas as vezes temos visitas indesejáveis em nosso jantar.

Depois daquelas palavras o jantar seguiu normalmente, mas não o clima leve e descontraído de antes. Após a ida de todos os convidados estávamos sentados na sala de leitura, lá tinha um lareira e deixava o ambiente aconchegante e bem quentinho, por mais que o inverno já se dissipara, algumas noites eram frias e outras nem tanto.

- Haha, muito engraçado Lady Portillo. – Estava debochando do dia em que estávamos brincando de pega-pega no jardim do palácio com a pequena Larissa.

- Claro que é, depois que Lady Lindsey retornou você ficou vermelho igual um pimentão. – Olhei em meu relógio que era de minha mãe adotiva, em meu pulso e me espantei com a hora. – Oh céus! Está muito tarde, vovó deve estar preocupada. – Tentei levantar mas fui impedida por braços fortes de Alfonso. – Poncho eu tenho que ir... – Falei manhosa.

- Vai não, fica dormindo aqui. – Fez aquele bico sexy que me desestabiliza. – Você volta amanhã pela manhã.

- Aii céus, como dizer não... – Suspirei. – Mas com uma condição. – Levantei meu dedo indicador. – Ele assentiu positivamente para que continuasse. – Não vou dormir em seu quarto. – Ele respirou fundo e falou:

- Tudo bem, não temos sempre o que queremos. – Sorri para aquilo.

- Você é um bobo mesmo. – Dei uma almofodada nele, logo começamos a correr feito duas crianças pela sala e acabei tropeçando no tapete, me agarrei a Poncho e fomos os dois para o chão, nossos olhares se cruzaram e estava contemplando aquela imensidão esverdeada, que no passado era motivo dos meus sonhos mais pecaminosos e agora habita todo o meu coração.

Não demorou muito e Alfonso tomou meus lábios com urgência e eu retribui na mesma intensidade.

Após o beijo, pedi uma camisa emprestada do me noivo, que fez menção em me ver sem roupa, chamei-lhe a atenção e ele saiu do "meu quarto" com um sorriso safado em seus lábios, depois de pronta deitei-me na cama macia e a escuridão me levou. 

O PRÍNCIPE DO LESTE - O CASAMENTO REALOnde histórias criam vida. Descubra agora