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Anahí

Quando o rapaz de cabeleira loira virou para mim, senti um arrepio que percorreu todo meu corpo, não era bom... Não era nada bom.

- Venha querida, cumprimente meu sobrinho. – Disse vovó toda a alegre e eu não queria estragar a felicidade dela.

- Olá! – Disse com um sorriso forçado.

- Olá senhorita, ou devo dizer futura rainha? – Se levantou e veio ao meu encontro e beijando o dorso da minha mão, de uma certa forma aquilo me causou repulsa.

Não o respondi, pois não queria prolongar a conversa, vendo o clima intaurado no local vovó puxou assunto comigo.

- Any, junte-se a nós e tome café conosco. – Direcionei meu olhar para ela e sorri.

- Obrigada pelo convite, mas já tomei café com Alfonso e com Larissa. – Disse e sorri no final. – Se me permitem, vou para meus aposentos. Com licença.

De fato não queria ficar perto dele, sempre confiei no meu sexto sentido e ele sempre estava certo, despedi-me de vovó com um beijo no topo de sua cabeça e segui em direção ao quarto.

Chegando lá troquei de roupa, coloquei um vestido reto na cor salmão e um casaco comprido, que se alinhava ao comprimento do vestido que ia até o joelho, para acompanhar, deixei meu cabelo solto e fiz uma maquiagem leve, com um batom nude, rímel e um blush para deixar minha pele um pouco corada, eu precisava de vitamina D urgentemente.

Desci as escada e fui para a sala de visitas, lembrei que deixei um livro sobre grandes mulheres do século XX, resolvi sentar e continuar lendo, depois de um tempo eu recebi uma mensagem de Christopher me avisando que teria que participar de uma reunião com o parlamento, ele falou alguma coisa que era regra que a futura rainha participasse. Logo escutei algumas batidas na porta e depois um ranger, tirei meus olhos do meu livro e dei de cara com o Visconde Levy.

- Lady Anahí, bom dia! – Ele fez uma pequena revência.

- Visconde, bom dia. – Falei e dei um aceno de cabeça e voltei toda a minha atenção para o objeto em minhas mãos, pois eu acabara de chegar na parte que fala sobre a Lady Di.

- Peço perdão em interrompe-la durante a sua leitura mas poderia falar com você? – Respirei fundo, odeio quando me atrapalham em minha leitura. – Bom queria me presentar formalmente e dizer que é muito bom tê-la de volta ao seio familiar, só Deus sabe o quanto titia sofreu, com a perda de sua mãe. – Assenti.

- Muito obriga eu acho. – Disse com um sorriso minimalista, ele iria dizer mais alguma coisa quando Maitê adentrou no recinto.

- Any, o Rei Alfonso chegou. – Tenho certeza que abri um enorme sorriso.

- Obriga por avisar, diga para eles me esperarem aqui que logo volto, só vou pegar minha bolsa. – Ela concordou e se retirou, quando estava indo em direção à porta sou prensada na parede e me assusto ao ver o Visconde a minha frente. – O que está fazendo?

- Eu só quero fazer uma coisa que já estava com vontade de fazer no memento que à vi. – Disse aproximando mais seu rosto.

- Mas, me larga! – Exclamei tentando sair do aperto dele. - ME LARGA SEU CRETINO. – E ele beijou a força, mais que depressa dei um chute na parte mais sensível dele que caiu ajoelhado em meus pés segurando por cima da calça social. – Nunca! Nunca mais faça isso! Me entendeu? Ou esqueço que sou membra da realeza e que você também é. – Olhei para o lado e vi Poncho me olhando admirado.

- Uau, isso foi... Uau. – Ele olhou para mim com brilho nos olhos, sorri para ele. – Podemos ir? – Concordei com a cabeça.

- Só quero pegar minha bolsa. – Ele sorriu e me deu um beijo no topo da minha cabeça e então fui em direção ao quarto.

Já estava a mais de quatro horas nessa bendita reunião e não resolviam nada, Poncho já estava sem o seu blazer e com a gravata azul marinho solta, vi que ele estava com muita impaciência, sim depois de alguns dias percebi que o que ele está sentindo ele demonstra em suas feições.

- Nós podemos apertar os cintos. – O Marques Edvard, um senhor que tem em torno de 60 anos falou

- Apertar os cintos?! – Exasperou o Duque Deverrau. Isso não é caridade. – Completou o mesmo.

- Nó podemos fazer concessões. – Disse o primeiro ministro.

- Sem concessões. – Disse o duque.

E começou novamente um burburinho, aquilo foi me deixando com raiva e pelo visto Alfonso também.

- CHEGA! – Gritei e todos os olhares se voltaram para mim. – Peço perdão senhores, mas o que vocês estão tentando decidir é para vocês ou para o povo? – Indaguei-os, eles responderam todos juntos que era para o povo. – Certo, eu vim da peble, como vocês chamam, isso que

vocês estão decidindo não é para o povo e sim para os senhores. – Inspirei fundo. – Ahhh qual é, muitos não tem o que dar para seus filhos comerem, seria gentil da parte dos senhores fazerem algo que proporcionasse o desenvolvimento da economia e do bem estar daqueles que não tem condições de comprar alimentos bons e baratos.

- E o que vossa Alteza sugere? – Perguntou-me o Primeiro Ministro.

- Bom, podemos fazer uma horta comunitária e para ajudar aqueles produtores rurais uma feira, a cada duas semanas.

- Ótima ideia Alteza. – Falou o Duque, sorri e logo a reunião foi encerrada.

Saímos da sala do parlamento e Poncho cochichou no meu ouvido:

- Você foi muito bem Majestade. – Sorri para ele. – Se portou como uma rainha, com gentileza e punho firme.

- Ahh, o que poso fazer se está em meu sangue? – Dei de ombros e lhe roubei um beijo, que logo se tornou em um com muito desejo.

Seguimos até o palacete de minha avó e nos despedimos, pois prometi que iria dormir "em casa", enquanto ocorria a reunião eu conversava com minha avó e Dulce por mensagem.

Já era meio da tarde quando cheguei, o restante do dia passou tranquilo, eu jantei e fui me deitar, logo o sono domou meus sentidos. 

O PRÍNCIPE DO LESTE - O CASAMENTO REALOnde histórias criam vida. Descubra agora