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Anahí

- Estou ido meu amor. – Foram essas palavras me fizeram despertar, o dia já estava claro novamente, eu não vi a hora em que dormi, lembro-me de ter recebido de jantar algumas frutas e todas estavam com larvas ou podres, de fato não comia nada desde a hora do almoço do dia anterior.

Minha barriga roncou e aquele homem o qual havia dado um chute, voltou com uma sacola, notei que eram de um mercado bem famoso de Andorra.

- Eu não deveria fazer isso, mas estou fazendo, por consideração a sua avó, que ajudou meus pais quando eu era pequeno. – Suspirou. – Não gosto do jeito que a Lady Lindsey está te tratando.

- Quem é você? – Perguntei na tentativa de reconhecer a pessoa. – Peço desculpas pelo chute de antes, eu estava desesperada.

- Tudo bem, na sua situação eu também faria isso. – Notei que por mais que estivesse com a touca o homem a minha frente sorriu. – Coma, sei que não comeu nada desde ontem.

- Obrigada senhor ... – Deixei a frase morrer, para saber ao menos o sobrenome.

- Makenzie. – Foi o que ele falou e saiu do lugar onde estava.

Eu já estava desamarrada, pois quando estávamos trocados meias palavras ele me soltou, fui correndo em direção à pequena mesa que havia ali e sentei-me ao banco que até ontem não estava junto ao objeto retangular de quatro pernas, abri a sacola e o cheiro de frutas frescas e de waffles com calda de caramelo me dominou, comi tudo e uma garrafinha de água e suco estavam ao meio disso e um pequeno spray de pimenta estava lá com uma frase:

Use em casos estremos, guarde-o bem e não deixe ninguém pegar...

Att.: Makenzie.

Sorri ao ler, ele de fato não era tão ruim como eu imaginei, após me deliciar e tomar a água, deitei-me novamente e logo o sono me dominou.

Despertei-me com susto escutei alguma coisa quebrando e logo mais uma risada estridente.

- Opa! – Disse a ruiva a minha frente. – Te acordei? – Mais uma vez riu, notei em seus olhos que ela não estava no seu juízo perfeito.

- Lindsey, você não está bem. – Falei com um fio de voz.

- Eu? Eu estou super bem... – Ela gargalhou e se aproximou de mim. – Sabe, eu adoraria ficar com você aqui em baixo, mas não posso, nosso convidado de honra já está chegando, então vim te trazer isto. – Me mostrou uma corda, neguei várias vezes com a cabeça. – Ahhh vamos, vai ser divertido... Você vai ver seu noivinho novamente e vão ficar juntos para toda a eternidade. – Ela deu um sorriso horripilante.

- Você não seria capaz de fazer isso, Lindsay, você não é o seu tio! – Exclamei mas logo meu rosto virou eu tinha levado um tapa.

- VOCÊ NÃO TEM O DIREITO DE FALAR DO MEU TIO, POR SUA CAUSA E DE SUA MÃE ELE ESTÁ NA CADEIA, POR SUA CAUSA EU NÃO SOU A RAINHA DE ANDORRA E POR SUA CAUSA QUE OS DOIS POMBINHOS IRÃO MORRER, PORQUE SE VOCÊ NÃO TIVESSE SURGIDO DOS MORTOS EU ESTARIA AO LADO DE ALFONSO! – Ela esbravejou. – Agora, cala essa sua boca que eu vou te amarrar e logo logo Ponchito irá aparecer e como todo bobo apaixonado tentará te salvar.

Ela me arrastou até a sala de estar e só assim percebi que estávamos no meio de uma floresta, não sei qual é não tive tempo de explorar a capital de Andorra por completo, Lindsay, após me amarrar em uma cadeira, sumiu do meu campo de visão e fiquei sozinha no cômodo.

Pude ver que o Sol já estava no meio do céu, pelo meu tempo de escoteira deduzi que já eram meio dia, com esse pensamento a minha barrica roncou, eu afastei qualquer pensamento de fome, eu preciso ser forte e achar um meio de fugir daqui.

Mais um tempo se passou o céu estava em uma cor linda, uma parte ar nuvens estavam lilás e na outra laranjadas, um espetáculo. Parei de observar o céu pois um estrondo foi ouvido, eu me assustei mas logo fiquei aliviada quando Poncho entrou no local e foi ao meu encontro, me desamarrou e corri para seu abraço.

- Você está bem? – Perguntou-me com um olhar preocupado.

- Estou. – Suspirei aliviada, senti uma leve tontura e Alfonso me amparou e me olhou preocupado. – Eu estou bem, só fiquei sem comer por longas horas nada demais. – Ele concordou e me beijou apaixonadamente, escutamos palmas e quando me virei Lindsay estava segurando uma arma e apontando para nós.

- Que cena comovente, não acham? – Ela sorriu e negou com a cabeça. – O príncipe salvando a princesa das garras da bruxa má, que clichê. Mas diferentes dos contos de fadas o casal não vai sobreviver. – Ela destravou a arma.

- Eu não teria tanta certeza disso Lady Lindsay. – Falou o homem encapuzado, mas agora estava sem a touca, reconheci pelo timbre. – GUARDAS! – O homem gritou e o cômodo foi tomado pelos guardas reais.

Tudo foi muito rápido, escutei dois tiros e uma ruiva caída sangrando no chão e senti que não estava mais nos braços de Alfonso, olhei para trás, vi Alfonso baleado e o seu lado esquerdo próximo ao coração sangrando, me aproximei dele e segurei seu rosto.

- Meu amor, olha para mim. – Estava em prantos. – Poncho, não feche os olhos meu amor, vai ficar tudo bem, eu te prometo.

- Any, por favor, não chore. – Falou ele com um fio de voz. – Eu vou ficar bem, te prome... – E ele fechou os olhos, eu entrei em desespero comecei a gritar por seu nome e uma equipe de paramédicos adentrou o local e tirou meu amor de perto de mim, fui amparada por Ucker e Dul que nem tinha visto que estavam também juntos, fomos todos para o hospital, para ver se estava tudo bem comigo, mas eu queria o meu Alfonso ao meu lado eu queria só ele. 

O PRÍNCIPE DO LESTE - O CASAMENTO REALOnde histórias criam vida. Descubra agora