Capítulo 9

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Jade Castro Belchior.

    Acordei assustada sentindo uma mão pesada na minha cara, eu amava dormir com meus irmãos mas vamos ser francos, dormir no meio de dois homens com quase dois metros e cheios de músculos, é pedir para dormir toda amassada e acordar dessa forma, com tapas.

    Sentei ainda sonolenta e no meu celular marcava sete da manhã, hoje é sábado, minha meta era acordar mais tarde já que ontem eu trabalhei. 

    Como eu não ia conseguir dormir mais, levantei devagar para não acordar os meninos, peguei meu celular saindo do cinema e cocei meus olhos bocejando. Peguei minha bolsa na sala e subi para o quarto de visitas, poderia ficar de pijama por um tempo mas prefiro tirar, hoje o dia está nublado e meio frio, provável que chova mais tarde. 

— Onde está essa toalha? - murmurei remexendo minha bolsa, mais uma vez minha mente esquecida entrou em ação - ótimo, vou ter que pegar uma do Benja.

    Neguei indo para o banheiro com meus produtos de higiene, depois eu buscava a toalha, precisava urgente fazer xixi. Depois de fazer tudo que eu tinha para fazer, fui em direção ao closet pegar a toalha, se eu não me engano ele guardava algumas toalhas aqui. 

— Que bosta é essa? - exclamei assustada vendo o quadro em minha frente.

Meu irmão só pode estar ficando doido.

    Havia várias informações sobre a Karina, até mesmo o endereço dela. Eu apoio os dois, gostaria de ter a karina como cunhada, mas montar um quadro com informações desse estilo, é doideira demais até para meu irmão.

    Desci correndo novamente até o cinema e comecei a balançar o Diego, ele iria querer me matar mas eu não estava nem aí.

— Acorda, Diego - murmurei baixo para não acordar o Benja.

— O que foi, Jade? Me deixa dormir - resmungou cobrindo a cara com o cobertor.

— Preciso te mostrar uma coisa, vem logo - Levantei puxando a coberta dele, a cara que Di fez para mim poderia me partir até no meio de raiva - anda, bebê chorão.

— Hoje é sábado, que horas são? - perguntou sentando mal humorado e pegando o celular - não são nem oito da manhã, Jade, caramba.

— Desculpa mas é importante, você vai gostar de ver - assegurei e ele levantou emburrado.

— Posso fazer minhas coisas pelo menos? Estou apertado - assenti ficando impaciente.

    Diego foi para o banheiro do corredor fazer as coisas dele enquanto sentei na sala esperando. Ele logo voltou e eu saí arrastando ele lá para cima, poderia ser invasão de privacidade? Com certeza, mas temos que ajudar meu irmão, oras, se alguém ver esse quadro na casa dele além de nós, vão achar que ele é um psicopata armando um plano de assassinato. 

— O que é tão importante para você me acordar essa hora? - Diego perguntou já impaciente. Empurrei ele para o closet do quarto de visitas, a expressão que Di fez entregou o quão surpreso que ele estava - Que quadro é esse, Jade? - me encarou assustado e eu dei de ombros.

— Eu vim pegar uma toalha aqui pois esqueci a minha em casa e achei isso. Olha Di, eu sei que nós sempre brincamos com o Benja falando que ele estava carente, que não era normal se apaixonar assim, mas eu nunca vi ele fazendo isso por ninguém.

— Pois é - coçou a nuca confuso- você acha que ele está gostando mesmo dela? Tipo, ao ponto de fazer essas coisas? - apontou para o quadro.

— É o que parece - sentei no banco que tinha aqui no closet, para calçar os sapatos - Só sei que temos que ajudar ele, você sabe como o Benja é, ele vai ficar fazendo coisas que podem acabar assustando a moça desse jeito, aí vamos ver nosso irmão sofrendo de novo por acharem que ele é algum psicopata ou se aproximarem dele por interesse.

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