Capítulo 12

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Benjamin Castro Belchior.

    Assim que subi, eu realmente peguei meu celular para ligar para minha mãe. Era meu momento de brilhar agora, meu.

    Como o esperado, minha mãe não demorou para atender. A mesma estava com bobes no cabelo e uma máscara verde no rosto, o que era aquilo eu não sei, mas teria pesadelos por noites.

Ligação on

— Que droga é essa, mãe? - perguntei assustado e ela me olhou com tédio. 

— Nunca viu uma mulher fazendo sua hora da beleza, Benjamin? Por favor, né, meu filho - negou passando algo nos lábios - está acontecendo alguma coisa?

— Até parece que eu nunca te ligo, dona Tainá - cruzei os braços depois de apoiar o celular no abajur.

— Está um bom tempo sem me ligar, apenas liga para seu pai - falou enciumada. Ri percebendo meu pai atrás dela, com cara de paisagem - vai ficar atrás de mim igual uma estátua, Fernando?

— Credo, mulher, está de mal humor hoje - negou rindo e deu um cheiro em minha mãe - aconteceu algo?

— Talvez, só talvez, Diego tenha se apaixonado, talvez - falei como uma criança implicante e minha mãe olhou rápido, se endireitando na cadeira da penteadeira.

— Como é essa história? - perguntou com um sorriso grande. É o sonho dela ter netos e noras, não me surpreenda essa animação - Diego apaixonado?

— Pois é, parece que ele foi correr pelo parque e acabou conhecendo a futura esposa. E adivinhem....- fiz uma pausa para fazer mais um drama.

— Fala logo, Benjamim - meu pai falou curioso e eu ri pegando minhas jujubas.

— Ela é a melhor amiga da Karina - pus um punhado na boca e minha mãe soltou um gritinho animado.

— Ai que alegria, são conhecidas, que ótimo, meu Dieguinho está quase namorando, então?

— Você ligou mesmo? - Diego entrou no quarto incrédulo. Dei de ombros mastigando minhas jujubas.

— Vem aqui, meu filho, quero saber direitinho dessa história - minha mãe ordenou e Diego sentou do meu lado com tédio, tomando um susto com a situação da nossa mãe - você também? Ah, pelo amor de Deus, burros velhos tomando susto com uma mulher se arrumando - negou revirando os olhos e meu pai segurou o riso.

— Eu nunca vi a senhora assim em toda a minha vida - Diego riu cobrindo a boca com a mão.

— Fique feliz, filho, eu vejo isso a mais de 30 anos - meu pai brincou, recebendo um tapa da minha mãe- Ai, querida, eu estava brincando.

— Sei - olhou ele de canto - mas me conte, como essa menina é?

— Uma mulher normal - deu de ombros e minha mãe olhou para ele seria - ok, ok. Não precisa me olhar assim, mas quero deixar claro que não estou apaixonada por ela, a conheci a minutos atrás.

— Sei, eu limpei a bunda dos dois, então não me venham de mentirinhas - minha mãe falou gesticulando com um pincel de maquiagem - a verdade é que todos vocês, até seu pai, se apaixonam fácil porém não admitem.

— Eu não me apaixonei fácil- meu pai foi o primeiro a negar.

— Não me venha com mentiras, Fernando Carvalho Belchior, você ficou me seguindo e tentando me conquistar desde o primeiro dia do colegial - encarou meu pai, que fez um bico sentando ao lado dela - Anda, Diego, me conte.

— Ela tem cabelos castanhos, os olhos são uma mistura de azul com verde , é um pouco menor que eu, satisfeita? - minha mãe assentiu contente.

— Linda - sorriu contente.

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