Karina Reis Belchior.
A noite foi bem, bem complicada, não sei expressar ao certo o que estou sentindo no momento, é uma mistura de cansaço físico com metal, dores pelo corpo, olhos pesados e a cabeça doendo absurdamente. A maternidade não é uma área fácil, nunca será e temos que concordar com isso, não sei como tem pessoas que romantizam essa fase, tem momentos incríveis e gostosos sim, mas nem tudo são risadas e momentos alegres, vão ter lágrimas e horas de desespero.
Os bebês acordaram a madrugada inteira, isso quando não era os três juntos. Meus sogros ajudaram muito e me sinto até mal por Fernando ter que ir trabalhar cansado. São seis da manhã e Celina acabou de dormir, graças a Deus ela foi a última acordada no momento.
Levantei com toda a dificuldade do mundo, coloquei ela no bercinho e fui para o banheiro, fiz minhas coisas e tentei prender meu cabelo melhor, sem sucesso. Cobri meu marido melhor e saí do quarto, meus sogros estavam sentados no sofá, ambos com xícaras na mão.
— Bom dia. — Desejei chamando a atenção deles.
— Bom dia, minha linda. Como se sente? — Minha sogra perguntou.
— Destruída. — Confessei sentando no outro sofá. — Parece que tem pessoas martelando minha cabeça. — Suspirei fechando os olhos.
— Vou separar um remédio para você e aproveito para pegar café. — Fernando rapidamente levantou indo até a cozinha. Voltando minutos depois com o remédio, um copo de água e uma xícara com um pouco de café, não posso tomar muito. — Aqui.
— Obrigada. — Agradeci tomando o remédio. — Desculpa por essa noite, vocês devem estar muito cansados e ainda vai ter que trabalhar.
— Não precisa se desculpar nem se preocupar, Karina, está tudo certo. Não me incomodo por essa noite, pelo contrário, estava sentindo falta desses momentos. — Fernando falou sorridente.
— Faço das palavras deles as minhas, ficamos muito felizes de poder ajudar vocês nesse começo, sabemos como é difícil, ainda mais com três bebês.
— Obrigada pela ajuda que estão nos dando. — Sorri e eles retribuíram.
Ficamos conversando por um tempo, mas paramos de falar quando percebemos Benjamin com uma cara de sono se arrastando até nós.
— Bom dia. — Desejou com um fio de voz.
— Bom dia. — Respondemos juntos.
— Achei que dormiria mais. — Falei recebendo um selinho dele.
— Esqueci de silenciar meu celular. — Suspirou se jogando no sofá. — Por que está toda molhada? — Perguntou confuso.
— Molhada? — Olhei confusa para meu corpo e sorri animada percebendo que meu leite finalmente desceu. — Finalmente.
— O que é finalmente? — Benjamin perguntou ainda confuso.
— O leite da Karina desceu, meu filho. — Minha sogra riu com meu sogro. — Estávamos tão distraídos que nem percebemos.
— Isso é bom, não é?
— Muito bom. — Fernando afirmou levantando. — Preciso me trocar para ir trabalhar. — Falou beijando nossas cabeças e subiu as escadas.
Com essa notícia meu cansaço até passou um pouco, fui para o quarto trocar de roupa e voltei feliz por já ter leite para amamentar eles, só espero que não seja pouco ou que dificulte mais todo esse processo. Benja aproveitou para me ajudar com o banho e assim que saímos do banheiro percebemos uma movimentação no bercinho. Nos aproximamos e quem estava acordada era a Celina, como sempre super agitada.
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Caminhos traçados
RomansaKarina é uma mulher determinada, que quebra padrões onde passa e ama ajudar a todos. Desde seus sete anos, Karina começou a fazer fotos e visitar agências de moda, esse sempre foi seu sonho e hoje em dia a mulher ama o que faz, mesmo que ainda não...