Eva parou em um restaurante simples, com uma decoração leve e muitos detalhes claros. Estava bem cheio e os pratos que estavam sendo servidos pareciam deliciosos.
Sentaram-se em uma mesa no canto e após inspecionar o cardápio, Eva pediu uma moqueca capixaba e arroz branco. Thomas escolheu salada de bacalhau, arroz branco e suco de laranja para ambos.
Aproveitaram o tempo para responder mensagens e Eva retornou a ligação de Gabriel.
— Eva, onde você está? Te liguei mil vezes. — Gabriel atendeu impaciente.
— Desculpe, estou indo para Rosa dos ventos, já havia feito a reserva. —explicou.
— Está sozinha?
— Não. Thomas está comigo.
— Não sabia que havia alguma coisa entre vocês.
— Não havia, Gabriel. Foi tudo muito rápido.
— Eva, não gosto de me meter na sua vida, mas vai com calma, não quero que sofra.
— Eu sei, não se preocupe, estou muito bem. — Ela gargalhou.
— Ah Eva você não tem jeito. Então a noite foi boa? — Gabriel sorriu ao fazer a pergunta indiscreta.
— Foi ótima e a manhã ainda melhor, mas sei que não me ligou para saber como foi minha noite.
— Depois que saímos fui atrás de Marcos, que ficou louco. O encontrei em um bar e fiquei ouvindo seus lamentos apaixonados e arrependidos até ele não conseguir mais andar de tão bêbado, então o levei para casa. — Gabriel baixou o tom. — Acredito que ele te ama de verdade e se arrependeu.
— Não sei, Gabriel. Não quero pensar nisso. Você sempre soube o que ele fazia enquanto eu o esperava. Ele trepou com metade das mulheres da universidade e fez orgia com a outra metade, fui idiota por pensar que eu era a única que ele transava até ouvir uma conversa entre vocês e perceber que apenas eu achava que tínhamos algo especial. Enquanto eu havia transado apenas com Marcos, ele comeu dezenas de mulheres. Fui mais uma, fui útil por um tempo. Depois não servi mais.
— Não precisa falar assim. Ele errou e se arrependeu e vocês haviam terminado. — Gabriel justifica.
— Na minha cabeça era só um tempo para que ele conseguisse organizar a vida. — Eva rebateu — E se arrepender não muda o fato dele ter comido aquelas mulheres. Além disso, quando soube não senti nada, apenas entendi que não fomos feitos um para o outro. Até tentamos depois, mas tudo tinha mudado.
— O que vai fazer agora? E Thomas?
— Não sei. Vou aproveitar o fim de semana. Não quero saber ou pensar em Marcos, ele não me diz respeito, foi um erro da minha parte permitir que ele tivesse qualquer ilusão, mas não vou me sentir culpada por ele, nem me responsabilizar ou suas escolhas erradas.
— Não é culpa sua Eva. É que....
— Não, Gabriel. — O cortou. — Não quero saber. Meu almoço será servido e estou com fome. Semana que vem conversamos.
— Tudo bem então. Se cuida. Te amo.
— Também te amo.
Gabriel não conseguiu falar com Eva que Marcos já teve problemas com álcool por causa do anúncio do seu noivado e isso causou muitos problemas, mas pensou bem e entendeu que a irmã não tem culpa. Marcos fez suas escolhas, e está pagando um preço alto por elas.
Ouvindo parte da conversa, Thomas sentiu-se um intruso. Gabriel ligou porque se preocupa com a irmã, mas também para falar de Marcos, talvez tentar faze-la voltar a razão. Basta Eva estalar os dedos e ele volta. Isso poderia causar certa insegurança em Thomas, dado o histórico de Eva e Marcos, mas ouvir as coisas que ela falou de forma tão objetiva sobre o que Marcos fez, não deixou dúvidas que não existe mais nada. Ela não é idiota pra voltar com um cara que comeu metade da universidade enquanto ela o esperava.
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Com açúcar, com afeto (Concluído)
RomantikO empresário Thomas Vasconcelos é um homem bem sucedido e realizado profissionalmente, mas seus olhos cinzentos escondem marcas de uma infância triste. Vítima do abandono afetivo da mãe e da negligência do pai, Thomas carrega marcas profundas que...