CAP. 25 - RECOMEÇO

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A expressão de dor no rosto de Marcos deixou Eva um pouco culpada.
Tudo aconteceu tão rápido que sentia-se perdida. Olhou mais ao lado e viu Thomas com a mão na boca limpando o sangue do lábio.

— Você é um grande filho da puta, Thomas! Como ousa tocar Eva? Eu te disse que sou apaixonado, que me casaria com ela — Marcos grita enfurecido enquanto é segurado por Gabriel.

Como era possível que Marcos e Thomas se conhecessem? E pior, falaram sobre ela.

Marcos foi para cima de Thomas, que conseguiu revidar acertando um soco nele. Com Marcos tonto, Thomas foi em direção a Eva.

— Eva, me escute. — Thomas a chamou — Precisamos conversar.

— Ela não tem nada para ouvir, não de você — retrucou Marcos enfurecido.

— Isso é Eva quem vai decidir, não você.

Esse era um momento de angústia para Thomas. Pedir para Eva decidir o que fazer demonstra respeito por ela, mas também lhe dá a chance de rejeita-lo.
A cabeça de Eva girava pela bebida, pelas luzes e pelas informações, essas tinham o poder de enlouquece-la.

Thomas é sua escolha, a decisão foi tomada minutos antes de tudo sair do eixo. Marcos é seu amigo de infância e nada além disso.

— Gabriel — ela chamou o irmão —, cuide de Marcos e não o deixe fazer mais besteira.

— Me perdoe, Eva. Cometi um engano — Gabriel fala deixando Eva sem entender ao que s referia.

  — Eva, você não pode me deixar para ficar com esse idiota.

— Não estou te deixando por ninguém Marcos. — Falou com calma — Não temos mais nada e você sabe disso.

— Ele não te ama como eu. Nunca vai te amar. Nós temos uma história.

— Marcos, não torne as coisas mais difíceis. Nossa história acabou no dia que você me deixou para viver suas aventuras.

— Isso acabou Eva, me arrependo por tudo que eu fiz.

— Não se arrependa, simplesmente aconteceu.

Marcos sentiu essas palavras como um soco no estômago, não fazia ideia de que Eva soubesse de suas aventuras, suas noitadas regadas a sexo e bebidas gostava quando estava na universidade.

Entendendo que não havia mais o que fazer saiu sem olhar para trás, jurando esquecer Eva. Voltaria para sua vida desregrada de bebidas e sexo, teria dúzias de mulheres. Também não queria ver  Thomas nunca mais e acabaria com a sociedade.

— Thomas, está tudo bem? — Eva perguntou passando a mão por seu rosto.

— Estou bem. Obrigado, Eva. — As mãos de Thomas envolveram seu rosto e Eva pensou ver além naqueles olhos cinzentos vulneráveis.

— Está agradecendo por que? — Ela perguntou por não saber se ele falava pelo soco.

— Por não ter me rejeitado.  Não sei o que eu faria se me rechaçasse.

— Não havia a menor chance de afastar você. — Eva cobriu as mãos de Thomas com as suas.

— Não?! — Perguntou confuso.

— Não, Thomas! Não, mas ainda quero explicações.

— Todas que você quiser! — a beijou com suavidade sentindo necessidade desse contato.  

Despediram-se deixando o lugar o mais rápido possível. Ao se afastarem da multidão, Eva examinou o corte no lábio de Thomas constatando que é superficial. Ele sorriu quando ela disse que pelo tamanho de Marcos, foi sorte não ter perdido um dente.

Com açúcar, com afeto (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora