CAP. 10 ACEITANDO A DERROTA

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Thomas sentia-se exausto e ainda era domingo. Havia dormido pouco, acordou várias vezes e viu que  passava das nove horas, algo incomum para quem acorda antes das seis da manhã diariamente. A loucura dos últimos dias era muita coisa para um homem suportar. 

Não fez a barba ou qualquer atividade física. Seu corpo reclamava em todos os aspectos. Há anos não tinha uma noite tão difícil.

Se jogou no sofá do quarto, pediu um café da manhã, leu documentos e relatórios, analisou planilhas e esperou por Eva. Não soube nada sobre ela. O celular estava sem bateria, o que o impedia de segui-la no Instagram e saber se permanecia com a família ou estava de volta para ele.

Por volta das duas horas da tarde, Eduardo apareceu praticamente invadindo o quarto.

— Porra! Que cara é essa? Parece que te atropelaram. Pelo menos tomou banho ou esta fedendo também? — Eduardo gritou seguindo Thomas e o obrigando a dividir o sofá. 

— Bom dia para você também! E essa é a única cara que eu tenho — Thomas respondeu impaciente.

— Cara, estou te ligando há horas. — ralhou Eduardo. — Pensei que estivesse morto. Sua aparência não é a melhor, mas acredito que ainda está vivo.

— Estava sem bateria. — Explicou mostrando o celular. — Esqueci de recarregar, mas pensei que ainda estivesse ocupado para se lembrar de mim. Como foi sua noite? — Thomas respondeu ignorando os comentários sobre sua condição.

— O mesmo de sempre! Bebidas, sexo. Sexo e bebidas. Sabe Thomas? — Eduardo assumiu o seu conhecido tom despreocupado piscando os cílios de forma preguiçosa. Thomas detestava essa característica dele — Para mim um dos grandes prazeres da vida de um homem é sair com duas mulheres gostosas e dar conta delas.

— Você saiu com as duas ontem? — Thomas perguntou parecendo incrédulo.

— E que escolha eu tinha? — Eduardo fez sua típica expressão de pouco caso revirando os olhos — Meu melhor amigo me deixou sozinho. Não pude deixar Karina e Luana na mão. As duas são sensacionais, fogosas e desinibidas. Aceitaram tudo que propus e ainda tiveram ideias próprias. Coisas que estão acostumadas. — Deu de ombros.

— Pensei que não fizesse mais ménage.

— Não fiz por muito tempo. Resolvi abrir uma exceção ontem, eu não procuro, apenas aproveito a oportunidade. — Eduardo é um puto e se gaba por suas conquistas.

— Entendi. — Thomas respondeu com um muxoxo.

— Por falar em oportunidade, Karina ficou desapontada com sua ausência. Ela sugeriu de sairmos hoje à noite. O que acha?

— Tá brincando, não tá? — Thomas perguntou alterando a voz.

— Qual o seu problema Thomas?
— Não há problema porque não vai acontecer nada. Não vou sair com Karina doze horas depois dela trepar com você, ou melhor, fazer ménage com você.

— Desde quando se tornou tão puritano? — Eduardo zombou. — Você comeu Karina várias vezes e até onde eu saiba gostava bastante.
— Essa não é a questão. Karina é muito boa de cama, como você também pôde comprovar. O problema é que não me sinto bem com essas trocas. Por isso, a experiência do ménage foi tão repugnante para mim.

— Repugnante? — Repetiu Eduardo. — Você fez ménage três vezes que eu estivesse presente e pareceu ter se divertido muito.

— Porra, Eduardo! — Thomas explodiu. — Por que você é sempre tão literal? Não tenho a menor dificuldade de ficar de pau duro e gozar quando tenho uma mulher gostosa pelada na minha cama, se é isso o que quer saber.

Com açúcar, com afeto (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora