CHECKMATE || LIVRO 1

CAPÍTULO 16:

Capítulo 12:

RARE BLOOD

♠️Im Jaein♠️

Hyeon só se metia em problemas, principalmente depois da morte dos nossos avós. Eu sabia que havia sido ele o mandante do assassinato e sabia os motivos. Sinceramente, eu não me importo nem um pouco com as mortes.

Saber de tudo me tornava um cúmplice dele e se tudo dê errado, eu vou cair junto com ele. Isso se não tivesse um motivo coerente e aceitável pra tudo.

Eu sabia muito bem o porquê da morte dos meus avós e para mim, eles mereciam coisa pior que isso. Hyeon tinha seus motivos e eu os meus para ajudá-lo nesse plano. Antigamente, eu achava que Hyeon fosse inocente, sensível e inofensivo como uma simples Rosa, porém, eu esqueci de um pequeno e mortal detalhe: rosas possuem espinhos.

Em mais uma discussão, meu pai expôs o passado de Hyeon a todos e consequentemente, Duri avançou encima de Hyeon como um cão raivoso. Hyeon correu, dava pra perceber o desespero e a expressão assustada do mesmo quando fugiu. Consequência da fuga: ele acabou sendo atropelado.

Levamos ele as pressas para o hospital, todo ensanguentado e o motorista causador do acidente fugiu. No hospital, eles levaram Hyeon para alguma sala para ser tratado e até agora eles não vieram falar nada para nós.

Duri estara sentado em um dos bancos do corredor em que estávamos. Hwan, Kwan, haneul, Jaehwa e minha mãe haviam ficado em casa. Meus irmãos estavam muito abalados, enquanto minha progenitora amparava os outros, Dylan consolava Jaehwa.

O mais velho estava de cabeça baixa, aparentava não estar nem um pouco arrependido de seus atos anteriores. Afinal, por que ele estaria arrependido se sempre odiou Hyeon?

Passados alguns minutos, um médico veio até nós, o mesmo médico que atendeu Hyeon antes.

- como ele está? - perguntou meu pai, preocupado.

Que hipocrisia.

- o estado dele é grave, ele perdeu muito sangue e precisa de uma doação urgente. Caso contrário, ele não vai resistir? - informou, sério.

- mas qual o tipo sanguíneo dele? - indagou Amber.

- esse é o problema...o tipo sanguíneo dele é extremamente raro, o dele é RH nulo... - revelou meu progenitor.

Eu já havia lido um pouco a respeito desse tipo de sangue, havia o RH positivo e o negativo e claro, o RH nulo.

Hyeon só poderia receber uma doação do mesmo tipo sanguíneo e como dito antes, o sangue em questão era muito raro, seria complicado procurar um doador compatível. Por outro lado, sem a doação o mais velho morreria.

- resumindo, podemos começar os preparativos do funeral! - falei. Todos me olharam incrédulos. - o que foi?

- pai, não tem ninguém na família com esse tipo de sangue? - questionou Somi.

- tem, mas... - ele fechou os olhos com força. - eu realmente não quero ter que pedir ajuda a ele...

- você não precisa pedir ajuda, pai...porém, você vai ter um irmão a menos em questão de horas! - falei, cínico.

- boa sorte, então. Ele não chega até o meio-dia de amanhã sem a doação! - falou o médico e depois saiu.

Que médico cínico esse.

Todos ali ficaram sérios e pensativos. Contudo, quem era a tal pessoa que meu pai se recusava a pedir ajuda? A curiosidade foi mais forte, então perguntei:

- pai, quem é essa pessoa que tem o mesmo tipo sanguíneo do Hyeon?

- assim como Seungjae, ele é fruto de uma traição do meu pai...em outras palavras, ele é meu meio-irmão...

- Por que ele não iria ajudar se são irmãos, pai?! - exclamou Boram. - meu Deus!

- o Seungjae já está na Coreia, vou ligar pra ele ir buscar aquele merda! - informou o mais velho e depois saiu.

Ficamos em silêncio por algum tempo, as meninas olhavam com raiva para Duri e Youngnam permanecia neutro no canto dele.

"Nem parece que estavam bravas com Hyeon momentos atrás". Pensei.

- como você se sente, Duri? Vai ficar melhor se o Hyeon morrer? - ironizou Amber.

- tá certo, eu fiquei com raiva, mas eu não queria que ele sofresse aquele acidente! -  defendeu-se. - eu sei que eu errei...

- é muito fácil dizer que se arrepende, mas na hora você só queria matar ele... - comentei.

[•••]

Eu havia voltado pra casa e estava sentado no sofá da sala, sozinho com meu computador e meus pensamentos. Os outros haviam ficado por lá. Já havia  práticamente amanhecido, eu acabei não aguentando o clima de enterro no hospital, então voltei para casa.

Haneul apareceu na sala com o rosto enxado e um pouco vermelho. Com certeza, havia chorado com o episódio de horas atrás.

- não chore mais... - disse.

- eu não quero que o Hyeon morra, irmão! - ele veio e sentou ao meu lado, bem perto de mim.

- guarde suas lágrimas, Haneul...as chances dele viver são mínimas! - revelei sem pudor algum.

- o Hyeon...o que ele fez comigo e com o Duri?

- eu não sei, Haneul...não sei!

Eu realmente não sabia o que tinha acontecido.

- o Hyeon não é mau, eu sei disso. Ele sempre cuidou do Duri e de todos e...

Ouvindo as palavras do mais novo, eu percebi...Hyeon não era mau, pelo contrário, tudo que ele fazia era para o bem de todos. Não, eu não havia esquecido o acontecimento com Hwan e com os meninos, Hyeon havia errado e quando descobrirem a verdade, isso pesará em suas contas.

- só nós resta esperar, não tem o que fazer...

Ele chegou mais perto e deitou a cabeça no meu ombro, logo começou a chorar novamente. Eu não sabia o que fazer, consolar pessoas não era o meu forte, nunca foi.

- Jaein, posso te perguntar uma coisa?

- pode... - murmúrei.

- por que você é assim? É algum tipo de defesa?

- defesa? Como assim? - questionei, confuso.

- você é frio, fechado e até mesmo insensível...

- não tem um motivo pra isso....

- eu só vi você sorrir uma vez e o sorriso é lindo! - disse ele, limpando as lágrimas e sorrindo logo em seguida.

Pela primeira vez, depois de muito tempo, eu senti vontade de sorrir. Mas não o fiz. Fechei o computador e saí do sofá, deixando Haneul confuso. Me dirigi para o andar de cima. Fui para o meu quarto, pedindo a Deus que Hyeon sobrevivesse.

Quem diria, pela primeira vez na minha vida eu estou me importando com alguém.