VII

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Depois de muito procurar encontrei um vestido preto justo sem mangas, um famoso cai-cai. Amanhã escolhia o resto, sempre seria mais fácil do que escolher o vestido.

Após algum tempo alguém bateu à porta do quarto.

- Entre - disse enquanto arrumava os vestidos indesejados de volta para o guarda-vestidos.

- Mas que confusão que aqui vai... - a minha mãe disse enquanto olhava ao redor do quarto.

- Prometo arrumar tudo antes do jantar.

- Hm, pois bem então parece-me que não vais conseguir cumprir a promessa - disse ela ironicamente.

- O jantar já está pronto?

- Sim querida, o jantar já está pronto.

- Então vamos antes que arrefeça, depois acabo de arrumar isto.

- Depois dou uma ajudinha e aproveitas para me contar o porquê de tanta desarrumação.

Saímos do meu quarto e no cimo das escadas já se sentia o grande aroma de frango estufado. Como eu adoro os cozinhados da minha mãe... Apesar de não ter grande tempo disponível para cozinhar, quando tem capricha.

Quando finalmente os pratos, os talheres, os copos e os tachos estavam já lavados, voltamos a subir até ao meu quarto para continuar uma arrumação que deixei suspensa, no entanto, agora seria uma arrumação mais rápida com a ajuda da minha mãe. Passados vinte minutos estava tudo arrumado no seu respectivo lugar.

- Bom querida, parece que já está tudo arrumado, eu vou dormir porque amanhã tenho uma reunião e tenho de estar bem acordada, no entanto, amanhã quero saber o que aconteceu - disse deixando um beijo no meu rosto.

- Boa noite mãe.

- Boa noite querida.

A minha mãe saiu do quarto e meros minutos depois adormeci.

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Acordei com a claridade do sol que furava os espaços da persiana. Levantei-me da cama, ficando sentada no fim da mesma. Fitei os meus pés e decidi ir tomar um duche que me fizesse despertar. Hoje era a grande noite.

Apressei-me a ir ao meu guarda-roupa escolher o toalete. Peguei nuns calções brancos com um género de bordado e um top preto [mídia]. Peguei numa toalha e dirigi-me à casa-de-banho, adentrei no polivan, liguei a água e deixei que esta fosse escorrendo pelo meu corpo. Ao fim de uns vinte minutos saí do polivan e enrolei a toalha à volta do meu corpo molhado.

Comecei a vestir a roupa que tinha escolhido e calcei as minhas botas pretas e pus o meu relógio no pulso esquerdo [mídia]. Pus um pouco de rímel e peguei na minha mochila pondo dentro dela tudo o que necessitava.

Saí do meu quarto e dirigi-me à cozinha onde já se encontrava a minha mãe a fazer o pequeno-almoço.

- Bom dia Charlotte! - disse virando-se para mim com um aventar e um prato cheio de panquecas.

- Bom dia mãe!

- Dormiste bem? - perguntou enquanto pousava o prato sobre a mesa.

- Sim, dormi. E tu?

- Também, obrigado.

Peguei numa panqueca e devorei-a, o duche deve ter-me deixado com fome. Quando já estava de estômago cheio fui lavar os dentes. Saí de casa batendo a porta, a minha mãe já me esperava no carro. Em meia hora estávamos à porta da escola.

- Tem um bom dia de aulas querida, diverte-te.

- Um bom dia de trabalho para ti também mãe - disse depositando um beijo na face da minha mãe.

- Até logo - disse ao mesmo tempo que fechei a porta.

Entrei na escola e senti vários olhares serem postos em mim. Quando de repente sinto alguém puxar-me o braço. Voltei rapidamente o meu corpo para encarar a pessoa que eu não sabia quem era.

- Calma Hedmark, sou eu - disse Cameron ao sentir a minha respiração muito acelerada.

- Que susto! - disse dando-lhe um murro no braço.

- Peço desculpa Mrs. Hedmark - disse tentando parecer sério mas acabou por se desmanchar a rir.

- Está desculpado Mr. Dallas - disse entre risos.

- Então... Estás pronta para a grande noite? - perguntou-me muito entusiasmado.

- Se com pronta queres dizer nervosa então sim.

- Vá lá, não tens com que ficar nervosa, é uma simples festa - tentou acalmar o meu nervosismo.

- Sim, eu sei, mas sabes que sou nova no secundário...

- E então? Isso significa que não te podes divertir? - interrompeu-me.

- Pronto, tens razão Cam...

- Hm, logo vi Hedmark - sorriu - Vá, vou andando, logo vou buscar-te a casa, por isso vê se te despachas lá nas decorações corporais - rimos com a expressão de "decorações corporais" ao qual ele se referia ao vestuário e maquiagem.

- Bem, até logo Hedmark - disse após ter soado o toque da campainha e me ter voltado as costas para ir ter com o famoso grupinho de amigos.

Fui para a primeira aula e desejei que passasse rápido. No fundo no fundo, estava desejosa que a porra da festa chegasse, talvez porque seria a minha primeira festa desde que cheguei aqui.
Felizmente tocou e o resto das aulas foram sucedendo.

- Hedmark! - ouvi alguém gritar o meu nome do fundo do corredor e olhei para o fundo do mesmo. Era Cameron que vinha a correr na minha direção.

- Calma rapaz, respira.

- Só queria dizer-te que me ofereço para te levar a casa no fim das aulas.

- Não é preciso Cam, a minha... - fui interrompida pelo toque do meu telemóvel que rapidamente tirei da mochila e atendi.

- Mãe?

- Querida, houve um imprevisto e não vou poder ir buscar-te, vou ficar até mais tarde na reunião e não sei a que horas volto a casa, achas que consegues arranjar boleia?

- Sim mãe, não te preocupes, beijinho.

- Beijinho querida.

Desliguei a chamada e continuei a frase que foi interrompida pelo telefonema.

- Pelos visto a minha mãe vinha buscar-me, mas teve um imprevisto lá numa das suas reuniões.

- Então nem há tempo para contestações, espero por ti à porta da escola.

- Já vi que não vale a pena dizer que não.

- Até logo então.

O resto das aulas passou rápido, quando dei conta já estava na hora de almoço, aproveitei para dizer à Kathrine e à Amber que estavam convidadas para a festa de hoje à noite, o que as deixou entusiasmadas e ansiosas.

Já estava na última aula e o nervosismo ia aumentando, quando finalmente a campainha tocou saí da sala e dirigi-me para a saída da escola. Cameron já estava dentro do carro à espera, entrei no lado do passageiro e ele fez caminho até minha casa, por incrível que pareça levou menos de meia hora a chegar.

- Vai lá arranjar-te, por volta das 20h30 estou aqui, assim que chegar mando um toque.

- Vou tentar não me demorar, até já.

- Esmera-te - disse piscando-me o olho e mostrando um sorriso atrevido.

Saí do carro e entrei em casa. Fui para a cozinha preparar algo para comer, estava esfomeada, as aulas de ginástica deixam-me sempre exausta. Decidi preparar massa à bolonhesa, quinze minutos depois o jantar estava pronto. Levei menos minutos para comer do que para cozinhar.

No fim do jantar deixei o pequeno tacho no fogão para que quando a minha mãe chegasse não tivesse de fazê-lo. Lavei a louça e subi até ao meu quarto para começar a arranjar-me.

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Desculpem a demora, prometo que os próximos serão mais rápidos.

Soul in DarknessOnde histórias criam vida. Descubra agora