O que Estamos Esperando?

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Ian

Meu coração doía ao voltar para casa como não doía há muito tempo. Não havia motivos para voltar para casa antes, mas agora eu tinha e todos eles tinham o formato da moça de tranças coloridas que tinha roubado meu coração. Principalmente depois da mídia ter descoberto sobre nosso relacionamento e ainda estar fazendo um grande circo sobre isso, tudo o que eu queria era abraçá-la e assegurá-la ― e a mim mesmo ― de que tudo ficaria bem.

Delilah não me decepcionou e no minuto que meus pés tocaram o chão da nossa casa, ela estava em meu colo, me dando um abraço de quebrar costelas.

― Você mudou a cor das tranças ― comentei notando que agora elas estavam rosas em vez de azuis.

Ela acenou, sorridente:

― Gostou?

― Quando eu acho que você não pode ficar mais linda você vai e prova o contrário ― respondi segurando suas bochechas que escureceram ligeiramente com o elogio.

― Aw, isso é realmente fofo e tudo mais ― começou George ― mas eu realmente preferia não ter a imagem de vocês dois chupando o rosto um do outro gravada em meu cérebro.

Del então desceu do meu colo parecendo só então se dar conta do cabeçudo que esperava atrás de mim, antes de dar um abraço muito mais moderado em meu melhor amigo:

― Também senti sua falta, bobão ― brincou ela, toda sorrisos.

― É bom ter sentido mesmo ― riu ele. ― E melhor ainda se tiver transformado toda essa saudade em peças de alta costura, pois a premiação está a apenas um sopro de distância e quero continuar com o meu posto de mais bem vestido da festa ― completou com um olhar sonhador.

― Espero que tenha feito um vestido para você também ― comentei a fazendo dar uma pirueta mesmo tendo plena consciência de que eu estava agindo feito um bobo. Era esse o efeito que ela tinha em mim. ― Já que você é minha acompanhante para o evento e tudo mais.

Ela riu como uma criança na manhã de Natal:

― Devo voltar para o meu ateliê e colocar essas mãos para trabalhar, então.

George fez sons de vômito quando ela saiu:

― Vocês estão tão apaixonados que isso me dá nojo, cara ― e antes de ir embora. ― Felicidades ― pois aquilo tudo era fachada e ele estava feliz por me ver feliz.

Meu novo relacionamento foi a matéria principal de uma renomada revista de fofocas, os abutres sendo capazes de fuçar o passado de Delilah como imundície em um aterro e o texto trazia até depoimentos de pessoas que haviam estudado com ela, tanto em sua cidade natal quanto no Oregon. Fiquei furioso quando vi aquele pedaço de lixo, mas Delilah tratou do tema com uma tranquilidade chocante. Desde que Caroline não me encontre, ela tinha dito, ficará tudo bem. E eu prometi que jamais deixaria aquilo acontecer.

No dia da premiação, Delilah parou diante de mim com o vestido que ela não tinha me permitido ver até então. Ele era vermelho e justo na cintura, os ombros e braços cobertos de renda negra.

― Estou bonita? ― indagou ela como se estivesse realmente com dúvidas.

― Está ― respondi com sinceridade, ― mas não parece você.

Ela pareceu um pouco embaraçada e abaixou os olhos, suas bochechas ficando ligeiramente vermelhas:

― Não queria ser motivo de vergonha para você, sei que a forma como me visto pode parecer ridícula para os outros.

― Você jamais poderia ser motivo de vergonha para mim, Delilah ― pronunciei agarrando seu rosto. ― A forma como você se veste é uma parte de você e achei que já tivéssemos chegado a um acordo sobre como eu me sinto por você.

A Chance de DelilahOnde histórias criam vida. Descubra agora