Pronto ou Não, Aqui Vou Eu

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Delilah

As malas estavam feitas, as poucas coisas de casa que eu tinha escolhido levar já haviam sido colocadas em caixas e enviadas naquela manhã para... Los Angeles. Eu estava indo para Los Angeles.

Minha mãe estava carregando as malas escada abaixo enquanto tentava não chorar, porque ela sabia que se chorasse eu jogaria tudo para o alto e ficaria com ela. Eu não estava muito longe dessa decisão agora mesmo. Coloquei as últimas coisas no porta-malas, tentando não pensar em como ela ficaria sem mim. Eu sabia que daríamos um jeito, mas isso não impedia minha mente de imaginar os piores cenários possíveis.

― Está pronta, querida? ― perguntou quando terminamos.

Tínhamos mais uma parada antes do aeroporto, a casa dos Grensted. Amélia nos recebeu na porta, já tentando segurar o choro.

― Estou tão feliz por você, Lila, você não tem noção do quanto ― declarou ela me abraçando.

― Eu não quero deixar minha mãe e nenhum de vocês para trás, vocês são como minha família ― confidenciei fungando.

― Deus sabe que para mim nós somos irmãs, mas você não deve pensar em nada disso, Lila, é seu sonho, a oportunidade da sua vida. Não pode deixar ninguém estragar isso, nem você mesma.

― Obrigada, Mellie ― sussurrei pela milionésima vez.

Me despedi dos pais dela, de Dylan e Amélia e enfim, mamãe e eu partimos para o aeroporto. O voo duraria duas horas e entre o check-in e o horário do embarque, comecei a chorar copiosamente.

― Delilah, meu amor, por que você está chorando? ― questionou mamãe enquanto tentava enxugar minhas lágrimas que não paravam de cair.

― Eu não quero te deixar sozinha ― supliquei e ela me surpreendeu sorrindo.

― Sei que sou uma mulher velha, mas sou capaz de tomar conta de mim mesma ― ela me abraçou. ― E eu não estarei sozinha, você sabe que Amélia é como uma infestação da qual não podemos nos livrar ― fingiu sussurrar.

No mesmo momento, meu voo foi chamado e respirei fundo. Era hora de ir. Pronto ou não, aqui vou eu.

Já sentada no meu lugar designado, permiti que as lágrimas caíssem novamente, chorando pela vida tranquila que estava deixando para trás e, se eu estava sendo sincera, por um pouco de medo do que estava por vir.

Ao chegar no Aeroporto Internacional de Los Angeles, o LAX, comecei a me questionar se alguém iria me buscar e se não, para onde eu deveria ir. Não precisei me preocupar por muito tempo, pois assim que passei pelo raio-x das bagagens, encontrei um homem com uma placa com meu nome.

― Senhorita Bertrand? ― perguntou quando me aproximei.

― Sou eu ― confirmei mostrando meu documento de identidade.

― Fui enviado para levá-la para o seu destino.

― Vamos, então ― concordei sem saber o que mais poderia fazer.

Ele colocou minhas bagagem no porta-malas e abriu a porta de trás para mim. A viagem de carro durou cerca de meia-hora e ele adentrou em um condomínio antes de parar na frente de uma pequena mansão.

― Por que você parou? ― me sobressaltei.

― Esse é o seu destino, senhorita ― respondeu me olhando pelo retrovisor parecendo um pouco confuso pela minha reação.

― Mas não pode ser, por que me colocariam em um lugar como esse? ― devolvi.

― Eu sou apenas o mensageiro, moça ― ele sorriu. ― Ou nesse caso, o motorista. Fiz apenas o que meu chefe mandou.

A Chance de DelilahOnde histórias criam vida. Descubra agora