Prólogo.

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"Nunca deixo o meu diário à vista. Na verdade, nem escrevo o que realmente penso, de medo que alguém possa encontrá-lo. Metade está em código por precaução. Essa é minha válvula de escape." - Sandra Bullock

É, eu já disse isso em algum lugar para alguma entrevista das várias que fiz na minha vida, e bem, eu menti.

Eu sempre tive um diário. Não o mesmo diário em todos esses anos, mas eu tive sempre um diário. Depois que me separei de Jesse, eu joguei o meu diário antigo. Minha vida estava recomeçando agora.

Era 2010, uma tarde de outono como as várias desse início de ano, e eu - como sempre. - estava em casa, deitada sobre a cama vazia de lençóis brancos desarrumados, observando a fina garoa cair pela janela.

Levanto-me da cama e me troco. Coloco meus óculos escuros de sempre, um sobretudo e antes de sair vejo que Louis dormia tranquilamente em seu pequeno berço.

Deixo avisado para a babá que sairia a procura de umas coisas e que não demoraria para voltar e saio.

Ando até uma loja de coisas em geral e compro um diário e uma caneta decorada.

Havia jogado meu diário fora e não iria querer ler nada do passado, ainda mais quando esse tal passado era tão atormentador.

Quando chego em casa, escrevo uma coisa na última folha e guardo o mesmo na gaveta, dentro de uma pequena caixa. Não começarei a escrever nele ainda hoje, talvez amanhã ou depois, mas escreveria uma hora, e sim, havia um objetivo e eu não descobriria quando esse objetivo foi finalizado, mas eu tinha objetivos com isso.

1964Onde histórias criam vida. Descubra agora