Incompreendida

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Amelinha está andando de um lado para o outro da sala, pensando em mil coisas sobre o que descobrira hoje mais cedo e ansiosa para que seu pai chegue, esperando colocá-lo contra a parede.

Ela para e tem uma ideia.

Amelinha: Ao invés de eu chegar e falar, vou esperar para ver se ele vai me contar ou vai continuar sustentando essa mentira (diz para si mesma).

Nessa hora, João abre a porta e entra em casa.

João: Falando sozinha, Amelinha?

Amelinha: Não, estava só pensando alto (ela o fita). Papai, conseguiu resolver os seus negócios?

João: Negócios? Ah, sim! (Lembra).

Amelinha (senta no sofá) : E esse negócio deve ser bem importante, não é? (Diz, quase explodindo para contar logo o que descobriu).

João: É, é sim (desconfia). Mas por que tantas perguntas?

Amelinha: Nada não, é que nunca escondemos nada um do outro, não é pai? Sempre fomos parceiros. O senhor não esconderia algo de mim, certo?

João: Claro que não, minha filha. (Ele estranha o jeito dela) Por que está me bombardeando com todas essas perguntas?

Amelinha: Nada não (levanta rápido). Vou dar uma volta pela fazenda, até (sai apressada e insatisfeita).

João: Tchau... (fica sem entender).

*Nos pastos*

Nelio está supervisionando o trabalho dos outros piões, quando Amelinha chega.

Amelinha: Nelio?

Nelio: Oi, meu amor. (Percebe o jeito nervoso dela) O que foi?

Amelinha: Você acredita que meu pai continua mentindo na maior cara de pau?

Nelio: Oh Amelinha, esquece isso aí. Se Sr. João não contou nada ainda, é porque ele tem motivos.

Amelinha: Mas não posso deixar ele cair nesse golpe!

Nelio: Uai, mas que golpe? (Tenta fazer com ela entenda que é uma paranóia).

Amelinha: Desse jeito não dá! (Ela sai pisando duro, inconformada por não ser compreendida).

Nelio ri do jeito dela, adora vê-la brava, e volta ao trabalho.

*Na cabana*

Clara está se preparando para sair e encontrar Edu na cidade.

Batidas na porta.

Ela vai até a porta e abre.

Clara: Amelinha? (Pergunta surpresa)

Amelinha: Oi, tudo bem? (Pergunta automaticamente enquanto entra e senta no sofá).

Clara: Eu estou bem, mas parece que você não.

Amelinha: Preciso te contar algo.

Clara (senta, receosa): Pode falar.

Amelinha: Não sei se você percebeu, mas meu pai... nosso pai (lembra) anda muito estranho ultimamente.

Clara: Sim, eu percebi que ele anda indo muito à cidade. (Diz, porém sem entender o motivo do alarde da irmã).

Amelinha: Pois bem, eu segui ele e descobri que ele está de caso com uma mulher.

Clara: Nossa (não esperava por isso, mas não vê estranheza no assunto). Que bom, pra ele (acha legal a ideia de seu pai ter arrumado uma namorada).

Amelinha: Bom nada! Tenho certeza que essa mulher está interessada no nosso dinheiro e nas nossas posses.

Clara: Mas Amelinha, você nem conhece ela. Como pode afirmar isso? (Tenta mudar a ideia da irmã).

Amelinha: Ah não, Clara. Como você não vê?! Está bem Claro!

Clara: Eu acho ótimo nosso pai ter encontrado alguém.

Amelinha: Vocês estão ficando loucos, isso sim (sai irritada da cabana e vai para a casa).

Você me ensinou a amarOnde histórias criam vida. Descubra agora