Nélio e Amelinha estão voltando para a casa da fazenda.
Nélio: Bom, acho que está na hora de eu ir.
Amelinha: Mas já? Você pode ficar se quiser (diz relutante, não querendo que ele vá embora).
Nélio: É o que mais quero, mas é bom não abusar muito da boa vontade do meu sogro (ele passa a mão no rosto dela).
Amelinha: Tudo bem. Passo amanhã na cidade para te ver.
Eles se despedem com um beijo e vão embora, cada um para o seu lado, mas com o coração apertado por terem que se separar, mesmo que temporariamente.
Amelinha chega em casa e Raimunda está com Joãozinho no colo.
Raimunda: Finalmente, mamãe.
Amelinha (se aproxima para pegar o filho): Desculpa a sua mãe, filhinho (se refere à sua demora). Estava com o papai.
Raimunda: Isso não precisava nem dizer. Está toda boba (ela ri), como fica todas as vezes em que se encontra com ele.
Amelinha: Muito engraçadinha você. (Ela brinca com o filho) E o meu pai? (muda de assunto)
Raimunda: Já foi se deitar (diz enquanto ajeita as almofadas do sofá).
Amelinha: É o que vou fazer também, estou EXAUSTA (diz enquanto se dirige para seu quarto).
Raimunda: Boa noite pra vc também, Amelinha.
Amelinha: Boa noite! (Grita de seu quarto)
*Alguns minutos depois*
Depois de amamentar o filho, Amelinha o põe para dormir. Ela deita em sua cama e acaricia o travesseiro onde Nélio havia dormido, lembrando dos momentos maravilhosos que passaram ali na noite anterior.
*simultaneamente*
Nélio está agora deitado em sua cama. A lembrança de Amelinha lhe vem à mente e ele começa a repassar os momentos do dia ao lado dela.
Mesmo distantes eles estão conectados. Cada vez que se separam, o corpo e a alma pedem pela presença do outro. É como se o órgão que os governa fosse único e batesse em ambos.
Dois seres, um coração.
Nélio não demora muito a cair no sono.
Durante a noite o rapaz se mexe, passando o braço por cima do criado mudo, o que faz com que o pequeno abajurzinho caia sobre o tapete.
*Algumas horas depois*
Nélio ainda está dormindo, então começa a sentir um cheiro de fumaça e em questão de segundos desperta, dando um pulo da cama.
Nélio: AI MINHA SANTA IZILDINHA!
Ele levanta todo atrapalhado e logo pega seu cobertor para tentar apagar o fogo. Mas isso só acaba agravando, já que o tecido do mesmo não é anti-chamas.
Nélio (tosse): É melhor eu sair daqui antes que não sobre Nélio para contar história.
Então sai correndo do cômodo, usando só o short do pijama.
Nélio (sai gritando): Fogo! Fogo!
Os estudantes da república saem correndo com os gritos de Nélio.
Rafa: O que aconteceu, Nélio?!
Nélio: Tá pegando fogo!
Mateus: Sim, isso nós percebemos. Mas como isso aconteceu sô?
Nélio: Não sei, homi!
Rafa: Vou chamar o corpo de bombeiros! (pega o telefone e liga)
Nélio (leva as mãos à cabeça, preocupado): Minha santa Izildinha, o que eu vou fazer agora?
*Alguns minutos depois*
Bombeiro 1: O fogo já foi apagado.
Nélio: Ô seu bombeiro, o que pode ter causado o fogo?
Bombeiro 1 (levanta uma base de abajur): Possivelmente isso.
Nélio: E deu p'ra salvar alguma coisa, foi?
Bombeiro 2 (entrega os objetos): Esse radinho de pilha, essa caixinha, algumas poucas roupas e um retrato de uma mulher...
Nélio: Minha santinha! (pega rapidamente o retrato) Foi você que me salvou!
Nesse momento, Amelinha chega. Estaciona o carro do outro lado da rua e vai correndo, após ver o tumulto.
Amelinha: O que está acontecendo aqui? (Pergunta sem entender nada)
Nélio: O quartinho Melinha, pegou fogo.
Amelinha: E você se machucou meu amor? (Indaga preocupada)
Nélio: Eu tô ótimo. Quer dizer... nem tanto. (Se dirige ao bombeiro) Seu bombeiro, o lugar ficou assim... muito destruído? (Tenta manter um pingo de esperança)
Bombeiro 2: Destruído é pouco, amigo.
Nélio: Ai onde é que eu vou ficar agora? (Volta a colocar as mãos na cabeça)
Amelinha: Na fazenda!
Nélio: Oi?
Amelinha: Você vai ficar na fazenda, comigo.
Nélio: Nunca que seu João vai concordar com essa idéia, Melinha.
Amelinha: Vai ser só por um tempo, Nélio. Afinal, não vamos morar a vida toda com meu pai.
Nélio: Não sei não...
Amelinha: Por acaso você tem outra opção?
Nélio: Não...
Amelinha: Então está decidido! Vai morar na fazenda por uns tempos. Assim vamos poder ficar mais juntinhos (ela diz a última frase de um jeito meigo).
Nélio: Pensando por esse lado, eu vou gostar (ele sorri).
Amelinha: Então vamos logo!
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Você me ensinou a amar
FanfictionOBS: Essa fanfic é a minha versão da continuação da novela "Coração de Estudante", exibida pela rede Globo em 2002. Nélio sempre foi apaixonado por Amelinha, uma moça rica e mimada e que passou a vida o desprezando por "achá- lo" apenas um peão...