Segredos

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*Uma semana depois*

Todos estão tomando café.

Raimunda: Sofia, vamos. Se não vai se atrasar para a escola. (Vai até Joãozinho, que está na cadeirinha ao lado de Amelinha e o pega no colo).

Amelinha: Toma cuidado com o meu filhinho, Raimunda (diz com o coração apertado por seu filho agora estar indo à escolinha).

Raimunda: Pode deixar, Amelinha. Esse meninão adora a escola (brinca com Joãozinho em seu colo).

Raimunda e Sofia saem.

João (tira o guardanapo que estava enganchado na blusa): Bom, já vou indo também.

Amelinha: Vai onde, papai? (Pergunta desconfiada, pois já estava esperando que o pai saísse após o café, como anda fazendo ultimamente).

João: À cidade (não se prolonga em responder). Tchau, minha filha (dá um beijo na testa dela e sai).

Amelinha espera ele sair e rapidamente tira o roupão, estando já vestida por baixo, pega sua bolsa que está no sofá e corre para seu carro para segui-lo.

Amelinha (já no carro): Seja o que for que estiver escondendo de mim, Sr. João, eu vou descobrir (diz para si mesma).

*Na cidade*

João estaciona o carro em frente a um restaurante e entra.

Amelinha estaciona a alguns metros de distância, sai discretamente e se esconde atrás de alguns carros que estão paralelos ao restaurante.

O fato de o restaurante ser aberto a ajuda.

De repente, alguém chega perto dela.

Nelio: Melinha?

Amelinha (leva um susto): Tá maluco, Nelio?! (Volta o olhar para o pai, afim de não o perder de vista).

Ela para.

Amelinha: O que você está fazendo aqui?

Nelio (levanta algumas sacolas que está segurando): Vim comprar umas coisas que tão faltando em casa. E você? O que tá fazendo aqui abaixada atrás do carro...?

Amelinha: Espionando meu pai (diz sem desviar o olhar de João).

Nelio: Que feio, Melinha. não tem vergonha não?

Amelinha: Preciso descobrir o que ele está escondendo.

Nelio: Ainda incucada com essa história é?

Amelinha: Ninguém esconde nada de Amelinha Mourão! (Afirma)

Nelio (revira os olhos e ri): E discubriu o que até agora?

Amelinha: Nada... mas estou perto.

Nessa hora, ela avista uma mulher entre 40 e 50 anos e bem vestida entrando no restaurante e sentando na mesma mesa que seu pai. João levanta e a cumprimenta.

Amelinha: Se abaixa! (Puxa Nelio para que  seu pai não o veja).

Amelinha: Quem é essa mulher? Nunca a vi por aqui. Estou achando muito estranha essa história...

Nelio: Ela pode estar querendo comprar algo de seu pai. Alguma terra, quem sabe...

Amelinha (olha para ele): Meu pai que pense em vender uma de nossas terras que eu interno ele!

Nelio: Ou pode ser uma namorada...

Amelinha: "Namorada" (repete em tom de deboche). Nunca.

Nelio faz sinal com a cabeça para que Amelinha olhe, e quando ela o faz, vê seu pai e a mulher se beijando e fica surpresa.

Nélio: Quem diria, Sr. João.

Amelinha: Não dá pra acreditar! Como meu pai cai em um golpe desse?! (Diz indignada).

Nelio: Do que tá falando?

Amelinha: É claro que ela está interessada no nosso dinheiro e quer dar o golpe do baú.

Os dois permanecem abaixados e observando João.

Nelio: Ah, pronto. Mais uma paranoia.

Amelinha: Mas eu não vou deixar mesmo!

Nelio: Melinha, isso é coisa da sua cabeça.

Amelinha levanta e segue para seu carro.

Nelio: Aonde você tá indo? (Ele a segue, confuso).

Amelinha: Vamos para casa esperar meu pai, quero só ver o que ele vai dizer.

Os dois entram no carro e vão embora.

Você me ensinou a amarOnde histórias criam vida. Descubra agora