Capítulo 25

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Estava fechando a porta da minha sala quando alguém chega por trás de mim e me abraça

— Já disse pra não fazer isso — falei virando de frente para ele

— Não tem mais ninguém aqui.

— Vai saber

— Vim te fazer um convite — disse direto

— Convite? — repeti esperando ele continuar

— Se arruma que passo para te pegar as oito.

— Não acho que seja... — antes que eu terminasse Bailey me interrompeu

— Você não vai fazer desfeita desse convite. As oito! — exclamou por fim me deixando sozinha pelo corredor

Segui para meu apartamento tentando descobrir para onde Bailey me levaria. Tinha até medo de ser um lugar aberto e ter pessoas fofoqueiras,ainda não relaxei sobre Letty.

No horário marcado eu já estava pronta, esperando por Bailey do lado de fora, não sei que milagre mas a rua estava escura e ninguém passava por ela. Em poucos minutos o carro dele parou enfrente ao prédio

— Em ponto, Paliwal — disse, aparentemente surpreso

— Não sou de me atrasar com compromissos — comentei abrindo a porta de sua Toyota — Vai me dizer aonde vamos?

— Não. — respondeu dando partida no automóvel

Passei todo o caminho implorando por pelo menos uma pista de onde iríamos,o que foi em vão, Bailey apenas dizia que estávamos chegando.

Uns quinze minutos de carro chegamos enfrente a um parque,que sinceramente eu nunca vi antes. Tinha um aviso de área particular

— Podemos mesmo entrar aí? — perguntei enquanto ele abria o grande portão

— Claro. Acha o que, que eu ia invadir algo ilegal? — disse irônico

— Não duvido nada,você fazia isso antigamente — retruquei

— Bons tempos... Mas eu tenho certeza que nossa entrada está livre — falou passando o braço por volta da minha cintura e nos guiando para dentro do local

Mais alguns passos paramos enfrente a um gramado,onde tinha uma toalha no chão com diversos alimentos em cima  iluminado com algumas luminárias penduradas nas árvores

— Foi você que fez isso? — perguntei e ele assentiu

— Gostou?

— Não.. eu não gostei — respondi lhe olhando — Eu amei! Tá.. incrível!

Bailey soltou a respiração que parecia estar segurando

— Não brinca assim comigo Shivani — disse entrelaçando nossas mãos e nos fazendo sentar no chão

Assim que terminamos de comer, Bailey apagou as luminárias e ficamos deitados no chão observando o céu estrelado

— Quando pretende falar sobre nós? — perguntou de repente

Ele parecia agoniado em perguntar isso

— Podemos falar disso depois?

— Por que depois se podemos falar agora? — disse ficando sentado — Você realmente ainda sente algo por mim?

— Que pergunta é essa? — falei sentando ao seu lado

— Você realmente ainda sente algo por mim? — repetiu com a voz grave,esse seu tom sempre fazia meu corpo estremecer

— Mas é claro! Não estaria aqui com você se não sentisse

— Então por que sempre foge quando o assunto é,nós?

— A questão não é fugir,eu só.. só não sei se é uma boa ideia no momento

— Sabe que tudo e todos se cansam não é? Eu esperei a vida toda para te reencontrar e tentarmos novamente,mas você simplesmente acha um jeito de fugir! Não vou estar aqui para sempre, tentando ter algo enquanto você não quer! Se está apenas querendo me usar melhor dizer,por que não tenho paciência a vida inteira

— Não acredito no que está dizendo. Você acha mesmo que eu estou te usando?

— Se não quer assumir logo o que temos eu..

— Chega Bailey! Nunca pensei que acharia isso de mim,uma interesseira. Saiba que dinheiro, fama,poder... Isso nunca foi e nunca será um querer meu! E você sabe muito bem disso — aumentei o tom de voz me levantando

Antes que eu saísse dali,Bailey segurou na minha mão me fazendo parar

— Desculpa, não foi isso que eu quis dizer.

— Mas você disse!

— Poxa Shivani, tenta entender, você não quer que ninguém saiba do que temos, não quer assumir e não quer conversar. O parece que está fazendo?

Suspirei,por um lado eu entendia e ele tinha razão

— Nunca passou pela minha cabeça você sendo uma interesseira. Eu acabei me precipitando demais, me desculpa?

Assenti virando para ele e Bailey acabou me puxando nos fazendo abraçar

— Se esperei longos seis anos posso esperar mais um pouco — sussurrou

— Prometo que não demorará — murmurei apertando o abraço e nos separando em seguida

Fechei os olhos lentamente enquanto ele afastava uma mecha do meu cabelo. E assim que abri encontrei seu olhar, e como um ímã nos beijamos. Bailey me puxou fazendo eu sentar em seu colo, até uma luz focar em nossos rostos e nos separarmos

— Desculpe jovens. Mas preciso fechar o parque agora Senhor Bailey — disse um senhor de cabelos grisalhos,tendo em volta uns sessenta anos

Fiquei envergonhada e levantamos, estranhando o fato dele conhecer Bailey e ter lhe chamado de Senhor.

— Aguardarei vocês no portão — avisou o senhor

— Tudo bem Alberto. — falou Bailey se abaixando para pegar as coisas

Alberto saiu e fui ajudar Bailey

— Como assim "Senhor Bailey"? — perguntei — Nem um senhor chamaria alguém dessa forma com sua idade

— Esse parque é do meu pai. Foi inaugurado tem pouco menos de um mês — explicou

— Do Matt?

Bailey assentiu levantando já com as coisas arrumadas

— Quando iria me contar que meu sogro é dono de um parque?

— Sogro?

Franzi a testa e minha ficha caiu do que eu havia falado

— Já posso considerar né!? — falei contendo meu nervosismo

— Claro, como quiser senhorita Shivani.

Bailey passou a mão por volta do meu pescoço e caminhamos até a saída do parque. Nos despedimos de Alberto e seguimos para meu apartamento.

Fui o caminho todo em silêncio com a cabeça escorada no vidro do carro. Provavelmente Bailey percebeu meu comportamento,mas não quis perguntar sobre.

— Entregue! — exclamou assim que chegamos

Abri um sorriso agradecida e demos um rápido selinho 

— Até amanhã senhor May.

— Vou tentar me acostumar com essa referência

Sorri com seu comentário e sai do carro

O meu novo chefe || maliwal Onde histórias criam vida. Descubra agora