7° Capítulo - Traitor

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Olhos castanhos culpados e pequenas mentiras
Sim, eu me fiz de boba, mas sempre soube
Que você falava com ela, talvez tenha feito ainda pior
Eu fiquei quieta para poder manter você

E não é engraçado
Como você correu para ela
No segundo em que terminamos?

E não é engraçado
Como você disse que eram amigos?
Agora com certeza não parece isso

Você me traiu
E eu sei que você nunca vai se arrepender
Pelo jeito que me machucou, sim

Você conversava com ela quando estávamos juntos
Amei você no seu pior momento, mas isso não importou
Demorou duas semanas para você começar a namorar ela
Talvez você não tenha me traído, mas ainda é um traidor

Traitor - Olivia Rodrigo
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—Não escutou? - Yan disse sarcástico. - Não deve ter feito o trabalho de casa sobre minha vida direto, não é? - a mulher fechou os olhos por um tempo e respirou fundo.

—Quantos anos? - tentou se manter concentrada. - Quantos anos tem a criança?

—Até parece...

— Só responde!

— Vai fazer 4 anos. - Halya o encarou ainda desacreditada.

—A... a idade da Hanna... - Yan a olhou com pouco caso. - Todo tempo que esteve comigo, você tinha outra família?

— Se sequer tivemos alguma coisa, é provável. Nunca fui fiel a Kuma mesmo. - Halya se levantou indo para longe de Yan como se ele tivesse alguma doença contagiosa.

— Você... Mentiu pra mim por 6 anos?

— Você realmente acredita nas coisas que sua mente cria? O quê foi, vai chorar? - debochou fazendo um biquinho nos lábios. Nas tirou o canivete que estava em sua bota e foi em direção a Yan, o olhou por breve segundos e cortou as cordas em seu pulso, o soltando.

— Quero que você nunca mais chegue perto de mim, sequer tente falar comigo. - começou com os olhos marejados. - Quando lembrar da Hanna e quiser ser um pai pra ela eu não vou negar isso, sei como é ruim não ter um pai presente. Mas se até lá, ela cansar de esperar o pai e decidir que não quer te ter por perto, eu vou realizar o desejo da minha filha. - ela seguiu até a porta. - Você sabe a saída.

— Halya, espera! - Matheo a chamou quando ela passou por ele indo em direção as escadas, a menor parou e o encarou.

— Sim? - disse sem muita importância.

— Quer conversar? - perguntou procurado, a mulher sabia que ele havia escutado tudo. - Quer um abraço? - negou novamente. - Qualquer coisa?

— Minha filha...

— Eu vou ver se Suzy trás e...

— Não, eu quero que Hanna veja que eu estou nesse estado. Vou falar com Enrico sobre uns assuntos e arrumar as malas.

— Pra que malas? - perguntou seguindo a mulher quando ela começou a descer as escadas.

— Essa casa é do seu irmão, eu não tenho mais oque fazer aqui. - Halya olhou de relance quando Yan desceu as escadas mas sua atenção foi toda tomada para a porta da frente sendo aberta por Hanna com um desenho em mãos correndo até a mãe.

— Olha, mamãe! Consegui desenhar um fulinho... - começou a dizer mas parou ao ver Yan..

— Hanna... - Halya tentou pegá-la antes que ela chegasse até Yan, mas a pequena foi mais rápida.

— Papai! - ela correu até o homem abraçando suas pernas. - Eu senti muitas saudades! - ditou pulando de felicidade mas levou um leve susto quando Yan a afastou pelo braço a segurando pelo pulso.

— Você não tem vergonha? - o mais velho ditou olhando Halya. - Criar suas fantasias, aí já é problema é seu, agora fazer uma criança acreditar que é minha filha é realmente patético.

— Papai? - a menina o chamou estranhando a atitude do pai, ficando um pouco assustada.

— Eu não sou seu pai, garota. - ele encarou Hanna e as palavras do homem fizeram os olhos da pequena começarem marejar, Halya rapidamente puxou a filha para seu colo. - E sua mãe é uma grande mentira. - Hanna olhou para mãe com as bochechas molhadas por lágrimas.

— Mamãe, por que o papai está falando assim comigo? Eu fiz algo de er... errado? - a menina perguntou em soluços. O som do choro de Hanna fez a cabeça de Yan doer mais e sua visão ficar mais focada por um tempo, foi quando ele analisou a criança por inteiro e tentou focar em uma mancha que tinha na sola do pé da mesma, onde tinha uma marca de nascença igual ele tinha na sola do pé esquerdo.

— Sobre oque eu disse sobre querer ser um pai de verdade pra Hanna um dia de novo, esquece. - Halya ditou sentindo seu rosto molhar por lágrimas e seu coração partir pela filha que ainda soluçava em seu ombro. - Quero você o mais longe de nós duas o possível.  - ela se virou pra subir as escadas mas Yan a parou.

— Você é surdo,? - Matheo entrou na frente de Halya empurrando Yan. - Quero você longe dela!

— A marca do pé dela... - colocou a mão na cabeça ao sentir uma dor forte. - A criança tem a mesma marca que eu... - ditou confuso.

— Deve ser porquê ela herdou do pai, não é mesmo. - Halya disse entre os dentes e subiu as escadas com Hanna, Yan tentou ir atrás delas mas Matheo o empurrou.

— Eu não vou avisar de novo. - ditou e viu o irmão mais novo se agachar com as mãos na cabeça.

— Tá doendo... - resmungou e independente, o mais velho se aproximou preocupado. - Chama um médico, por favor... - implorou.

— Yan... - chamou e antes que ele pudesse chegar mais perto do irmão, Yan desmaiou. - Porra... - pegou o celular chamando os seguranças para ajudar a levar o irmão pra o hospital.

○○○

—Mãe, por... por quê o papai não quer ser mais meu papai? Eu fui má pra ele? - Hanna chorou ao falar com a mãe, fazendo a mais velha querer chorar também.

— Não, florzinha... - ditou sentando na cama com a menor e limpando as lágrimas do seu rosto. - Você é perfeita, não fez nada de errado. O seu pai... ele só... - pensou no que dizer ao respirar fundo. - Ele só está com a cabeça dodoi, sabe? - a menina concordou atenta no que a mãe dizia. - Sabe aquele filme que você gosta? Em que o príncipe esquece as memórias com a Cinderela?

— Cindelela três. - a pequena ditou levantando três dedinhos ao fungar novamente. - O papai esqueceu de mim e agola me odeia? - seus olhos começaram a marejar de novo.

— Oh, meu bebê, não é assim. - ela abraçou a garota. - Vai ficar tudo bem, a mamãe vai dar um jeitinho e vai ficar tudo certo. - ela beijou o nariz da mais nova.
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Até o próximo capítulo!💋

XOXO! - L💋

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