CAPÍTULO XXX

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Boa leitura 💕🌷💕🌷💕










Depois de toda a tensão do velório, o coronel foi enfim enterrado. Na fazenda os convidados do casamento e consequentemente do velório se empanturram, escravos e escravas a todo momento passavam servindo  a todos.

Ophelia foi para seu quarto e ficou olhando a fazenda pela janela, até ser interrompida por Ana Amélia.

— Bando de abutres! Não sei como conseguem ser tão parasitas, podiam todos irem embora.

— Eles não tem culpa de nada, não jogue sua raiva em quem não merece.

— Como consegue permanecer nesse quarto? Eu tenho arrepios ao entrar, deve estar sofrendo muito! Afinal meu pai....

— Não se lamentou o suficiente no velório?

— Sei que está sendo a maior afetada com a morte de meu pai e não quero lhe dar mais preocupações!

— Porque tenho impressão que fará exatamente o contrário? - Ophelia perguntou mais para si mesma.

— É porque antes de tudo acontecer eu já havia combinado com meu pai, de que minha lua de mel seria na casa de campo de minha tia Bernadete, ela sempre nos convidou...

— E resolveu aceitar justamente nesse momento, acha realmente apropriado?

— Eu nunca gostei desse clima de morte, e será bom para que eu e Arthur possamos ter momentos em paz, e descansarmos, iremos após a leitura do testamento.

— Acontece que se veio procurar uma resposta eu lhe darei, não irá para lugar nenhum. - Ana Amélia se endureceu

— Me desculpe minha mãe, mas eu não vim atrás de sua permissão, eu estou comunicando com a senhora, agora eu sou casada, devo obediência ao meu marido, não a senhora, com licença. - Ana Amélia saiu deixando sua mãe dispersa.

— Decidida, igual você Abelardo! - ela falou dando um tchau para seu marido, que ela via perto da cúpula do jardim, uma alucinação.


João, não aguentava mais estar rodeado daquelas pessoas, e saiu chorando, olhando para a fazenda lembrando de seu pai, e cada canto que foi muito importante pros dois. Apesar de tudo, ele não pensou duas vezes e saiu correndo em sentido a senzala, precisava de Silas.

Na senzala, os escravos estavam de "folga" por conta da morte do coronel, então alguns estavam descansando, outros conversando, alguns casais aproveitavam para namorar, Tito estava numa senzala desativada estava sozinho, e encolhido, Silas entrou um pouco pra poder conversar com ele.

— Como ocê tá?

— Tô tentando ficar bem.

— Fica assim não, ocê num quer ir no jardim ? Fica perto das suas fror, vai fazer ocê sentir bem. - Tito sorriu e aos poucos se aproximou dando um abraço em Silas.

— Gradecido Silas! Ocê me ajudou e foi meu amigo no momento que eu mais precisei, gradecido de verdade, o sinhozinho tem muita sorte de ter ocê como homi dele- Tito agradeceu emocionado, e sua última frase fez Silas ficar desconcertado.

João chegou nas senzalas, e perguntou para algumas escravas se sabiam onde ele estava, até que indicaram a senzala desativada que ficava mais afastada, ele foi correndo com muita vontade de rever o seu amor, mas seu sorriso morreu ao encontrá-lo abraçado com Tito, e instantaneamente ele lembrou de quando viu os dois pelados tomando banho juntos. Tito viu João ali na porta, e se separou do abraço em Silas, que o olhou também.

—  Desculpem atrapalhar! Com licença. - João saiu chorando, e Silas em disparada, e o pegou no braço.

— Pur favor! O que ocê viu, num foi nada, eu e o Tito num temo nada.

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