Beco Diagonal

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POV-Sirius

Durante toda minha infância, tudo se resumiu em coisas mágicas... Afinal, vindo de milhares de gerações de babacas que acreditavam em supremacia de sangue, ser bruxo e usar coisas de trouxas era quase como um pecado. Desde sempre eu gostei de desafiar um pouco tudo isso. Não vou mentir, as vezes eu sentia prazer em ver o ódio nos olhos dos meus pais idiotas, e eles bem que mereciam.

Muitas pessoas talvez pensem: "Nossa, para quê isso? São as pessoas que te deram a vida e..." BLÁ BLÁ BLÁ. Sinceramente, eu gostaria de ter nascido no lugar de qualquer outro bruxo. Não vou contar todas as merdas que tive que ouvir deles por vários anos, afinal, ficaria até amanhã falando. Apenas basta dizer que teve um momento em que eu não aguentava mais aquele inferno em forma de "casa luxuosa", resolvi ir embora, e depois que eu fugi, minha adorável mamãe fez questão de queimar meu nome da árvore genealógica da família.

Eu amo muito o Harry e o Moony, mas tenho que admitir que estar morando com um outro cara, mestiço e criando um menino que também é mestiço, me traz conforto. Apenas em saber que independente de onde aqueles velhos estão, eles tem ódio disso. Mas voltando as coisas mágicas que sempre estiveram ao meu redor, essa manhã tive a ideia de que queria ver mais algumas coisas trouxas. Então eu, Remus e Harry fomos até o beco diagonal para trocar os galeões por moedas trouxas.

--É o seguinte filhote, não largue minha mão por nada, nem se vir a coisa mais legal de todas! Entendeu?-- Remus falou.

--Acho que ele entendeu, e nas últimas 4 vezes também, mas repete aí de novo.-- O Moony é muito fofo quando é cuidadoso com o Harry.

--Muito engraçadinho, então vamos lá?!-- ele bateu com a varinha na parede de tijolos no canto do caldeirão furado.

Quando a parede começou a abrir, vi os olhinhos verdes do Harry brilharem mais do que nunca, por um momento me passou pela cabeça uma memória. Lily polindo o distintivo de monitora. Os olhos dela brilhavam exatamente da mesma maneira, ela as vezes fazia questão de fazer isso no meio da comunal.

Entramos no beco e o garoto olhava para todos os lados, parecia que não deixaria nenhum detalhe escapar da sua visão. Eu logo percebi que ele iria se animar muito com os duendes no banco, e eles não são conhecidos por serem muito amigáveis com crianças correndo em seu local de trabalho.

--Moony, acho melhor levar Harry para tomar sorvete. O banco não me parece um lugar para crianças se é que me entende?!-- Ele entendeu bem rápido.

O levei na sorveteria, ele escolheu sorvete de chocolate. Comprei pra ele uma caixinha de feijõezinhos de todos os sabores, depois quero vê-lo provando. Mas acontece que apenas virei as costas para pagar pelo sorvete e quando notei, O HARRY TINHA SUMIDO!

Moony ia me matar, ou pior, ia gritar comigo, e provavelmente iria ficar desesperado!! Acontece que Harry só estava do outro lado da rua olhando algumas corujas. Claro que briguei com ele, mas só depois de um longo abraço, pensei que o tinha perdido para sempre também.

--Nunca pense em dizer nada pro papai Moony sobre isso ok?

--Ok! Mas você compra sapos de chocolate pra mim?

Ele é definitivamente filho do James. Eu comprei os sapos de chocolate, uma lua cheia não seria nada comparado ao ataque que o Remus ia ter se soubesse que eu perdi o Harry, eu ia ter que aguentar muitas "dicas" de segurança e cuidados por mais de um ano.

Naquela noite quando me deitei para dormir, percebi o tanto que eu temia perder o Harry ou o Moony. Que se dane meus pais idiotas, eles conseguem entrar na minha cabeça mesmo que eu já tenha me livrado deles. Aqueles dois são tudo que eu tenho, independente de como são ou do quanto irritariam dois babacas de mente fechada, eu os amo muito e agora sei que se tivesse nascido no lugar de qualquer outro bruxo, talvez não tivesse eles aqui comigo.

Criando o Escolhido// WolfstarOnde histórias criam vida. Descubra agora